Tendências de comunicação em 2024: estratégia ‘Dieta da Comunicação’ ajuda a adquirir repertório e construir opiniões próprias
Em plena era da hiperconexão na comunicação digital, com mudanças profundas em várias áreas, a nano comunicação deve prosseguir em evidência com muito investimento em comunidades digitais. “Esse modelo de comunicação reúne pessoas com interesses em comum, que navegam entre ferramentas consumindo e compartilhando informações; essa é uma estratégia que deve prosperar ao longo do tempo”, disse Patrícia Marins, sócia-fundadora da Oficina Consultoria e coautora do livro Muito Além do Media Training – lançado pela Editora Aberje no ano passado, na abertura da terceira temporada do Arena de Ideias, encontro transmitido ao vivo no dia 18 de janeiro, pelo Youtube.
O encontro contou com a participação do diretor-presidente da Aberje e professor titular da ECA/USP, Paulo Nassar, e de Miriam Moura, consultora associada da Oficina e coautora do livro, para uma conversa sobre as principais apostas da comunicação institucional para este ano. Na ocasião, foi apresentado o novo e-book gratuito elaborado pela Oficina Consultoria: “Tendências 2024 – Ideário Aspiracional na Era da Hiperconexão – Conveniência e Segurança”, uma curadoria sobre comunicação corporativa, relações públicas, mídias sociais, marketing, mundo do trabalho e tendências culturais.
Ter um olhar atento às mudanças de comportamento em 2024, que começa com um grande sinal de alerta transversal a todas as áreas, foi um ponto destacado por Miriam Moura . “Este ano, a comunicação será a condutora das transformações e cada vez mais preocupantes. Ela deixa de ser uma ferramenta para ser quase um agente geopolítico. Precisamos avançar no entendimento desse panorama de comunicação para sobrevivermos a 2024. É o ano em que mais de três bilhões de pessoas vão eleger novos governantes”, disse.
Paulo Nassar ressaltou a importância da construção de narrativas a partir de variadas fontes dos diferentes campos de conhecimento. “Nesse contexto, há o tema do letramento que leva ao consumo consciente de informações e à alfabetização para a comunicação em todos os níveis, tanto na empresa quanto na sociedade, pois estamos falando sob o ponto de vista da indústria da comunicação e das relações públicas, a partir de uma visão ética”, salientou. “Nesse ambiente informacional, existe a indústria das relações não-públicas, que é poderosíssima e trabalha profissionalmente a desinformação e as fake news. Ou seja, há um anti-letramento profissional”, complementou.
Dieta da Comunicação
Assim como numa dieta nutricional equilibrada, que fornece os nutrientes essenciais necessários para o bom funcionamento do corpo, a ‘dieta da comunicação’ é a maneira como o indivíduo presta atenção a que tipo de informação está consumindo e quais benefícios vai trazer. No panorama da comunicação corporativa, a ‘dieta da comunicação’ pressupõe também um entendimento profundo de diversas fontes de informação, de públicos distintos para que seja possível adquirir repertório e construir opiniões próprias.
Ao explicar o conceito da ‘dieta da comunicação’, Miriam destacou o relatório recente da Reuters, que analisa o consumo de notícias no mundo inteiro e mostra a tendência crescente do número de pessoas que estão desacreditando e se afastando da notícia, tornando-se reféns de redes sociais e de plataformas que hoje são as novas mídias. “No século XX, a agenda de debate público era ditada pela imprensa tradicional. Hoje, as pessoas fazem as suas agendas. O binômio ‘dieta da comunicação’ resume tudo o que buscamos: conveniência, pois a informação chega facilmente até nós, e segurança, pois é preciso que essa informação seja segura”, explicou.
“Esses novos conceitos de como se processa a agenda são ainda novos, restritos ao mundo acadêmico, mas vêm atender a essa nova forma de consumo da comunicação, a omnichannel, ou hiperconectada. Precisamos ter essa alfabetização de mídia para, então, escolhermos a nossa dieta, com base e fontes éticas, fidedignas e seguras”, salientou a executiva. “É preciso buscar fontes fidedignas de informação e aprender a jornada para chegar até essas fontes, o que não é tão simples, pois existem várias formas de sermos tragados para caminhos que não são o da comunicação fidedigna”, completou Patrícia.
Na visão de Nassar, tanto profissionais de comunicação quanto cidadãos comuns correm o risco de serem acometidos de obesidade informacional. “As pessoas, hoje, têm fome de sentidos e de significados naquilo que procuram se informar. Dentro dessa ideia, o papel do comunicador e o das agências de comunicação é entender que temos uma grande oportunidade de fazer o que chamamos de mediação qualificada. Ao contrário do que se pensava antes, que a mediação iria se enfraquecer, hoje, no campo profissional da comunicação, as áreas comunicacionais podem ser guardiões da informação curada, validando-as a partir das ritualizações que as inúmeras fontes têm e que garantem essa qualidade”, ponderou.
Assista à live na íntegra:
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