25 de janeiro de 2024

Tendências de comunicação em 2024: estratégia ‘Dieta da Comunicação’ ajuda a adquirir repertório e construir opiniões próprias

Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor titular da ECA-USP, participa de live da Oficina Consultoria para analisar tendências que devem direcionar os próximos passos nas áreas de Comunicação

Em plena era da hiperconexão na comunicação digital, com mudanças profundas em várias áreas, a nano comunicação deve prosseguir em evidência com muito investimento em comunidades digitais. “Esse modelo de comunicação reúne pessoas com interesses em comum, que navegam entre ferramentas consumindo e compartilhando informações; essa é uma estratégia que deve prosperar ao longo do tempo”, disse Patrícia Marins, sócia-fundadora da Oficina Consultoria e coautora do livro Muito Além do Media Training – lançado pela Editora Aberje no ano passado, na abertura da terceira temporada do Arena de Ideias, encontro transmitido ao vivo no dia 18 de janeiro, pelo Youtube.

O encontro contou com a participação do diretor-presidente da Aberje e professor titular da ECA/USP, Paulo Nassar, e de Miriam Moura, consultora associada da Oficina e coautora do livro, para uma conversa sobre as principais apostas da comunicação institucional para este ano. Na ocasião, foi apresentado o novo e-book gratuito elaborado pela Oficina Consultoria: “Tendências 2024 – Ideário Aspiracional na Era da Hiperconexão – Conveniência e Segurança”, uma curadoria sobre comunicação corporativa, relações públicas, mídias sociais, marketing, mundo do trabalho e tendências culturais.

Ter um olhar atento às mudanças de comportamento em 2024, que começa com um grande sinal de alerta transversal a todas as áreas, foi um ponto destacado por Miriam Moura . “Este ano, a comunicação será a condutora das transformações e cada vez mais preocupantes. Ela deixa de ser uma ferramenta para ser quase um agente geopolítico. Precisamos avançar no entendimento desse panorama de comunicação para sobrevivermos a 2024. É o ano em que mais de três bilhões de pessoas vão eleger novos governantes”, disse.

Paulo Nassar ressaltou a importância da construção de narrativas a partir de variadas fontes dos diferentes campos de conhecimento. “Nesse contexto, há o tema do letramento que leva ao consumo consciente de informações e à alfabetização para a comunicação em todos os níveis, tanto na empresa quanto na sociedade, pois estamos falando sob o ponto de vista da indústria da comunicação e das relações públicas, a partir de uma visão ética”, salientou. “Nesse ambiente informacional, existe a indústria das relações não-públicas, que é poderosíssima e trabalha profissionalmente a desinformação e as fake news. Ou seja, há um anti-letramento profissional”, complementou.

Dieta da Comunicação

Assim como numa dieta nutricional equilibrada, que fornece os nutrientes essenciais necessários para o bom funcionamento do corpo, a ‘dieta da comunicação’ é a maneira como o indivíduo presta atenção a que tipo de informação está consumindo e quais benefícios vai trazer. No panorama da comunicação corporativa, a ‘dieta da comunicação’ pressupõe também um entendimento profundo de diversas fontes de informação, de públicos distintos para que seja possível adquirir repertório e construir opiniões próprias.

Ao explicar o conceito da ‘dieta da comunicação’, Miriam destacou o relatório recente da Reuters, que analisa o consumo de notícias no mundo inteiro e mostra a tendência crescente do número de pessoas que estão desacreditando e se afastando da notícia, tornando-se reféns de redes sociais e de plataformas que hoje são as novas mídias. “No século XX, a agenda de debate público era ditada pela imprensa tradicional. Hoje, as pessoas fazem as suas agendas. O binômio ‘dieta da comunicação’ resume tudo o que buscamos: conveniência, pois a informação chega facilmente até nós, e segurança, pois é preciso que essa informação seja segura”, explicou.

“Esses novos conceitos de como se processa a agenda são ainda novos, restritos ao mundo acadêmico, mas vêm atender a essa nova forma de consumo da comunicação, a omnichannel, ou hiperconectada. Precisamos ter essa alfabetização de mídia para, então, escolhermos a nossa dieta, com base e fontes éticas, fidedignas e seguras”, salientou a executiva. “É preciso buscar fontes fidedignas de informação e aprender a jornada para chegar até essas fontes, o que não é tão simples, pois existem várias formas de sermos tragados para caminhos que não são o da comunicação fidedigna”, completou Patrícia.

Na visão de Nassar, tanto profissionais de comunicação quanto cidadãos comuns correm o risco de serem acometidos de obesidade informacional. “As pessoas, hoje, têm fome de sentidos e de significados naquilo que procuram se informar. Dentro dessa ideia, o papel do comunicador e o das agências de comunicação é entender que temos uma grande oportunidade de fazer o que chamamos de mediação qualificada. Ao contrário do que se pensava antes, que a mediação iria se enfraquecer, hoje, no campo profissional da comunicação, as áreas comunicacionais podem ser guardiões da informação curada, validando-as a partir das ritualizações que as inúmeras fontes têm e que garantem essa qualidade”, ponderou.

Assista à live na íntegra: 

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