Comitê de Inovação aborda influência de diferentes gerações para inovação em comunicação
Encontro trouxe cases das empresas Eletronorte e Santos Brasil
A reunião de agosto do Comitê Aberje de Inovação em Comunicação Corporativa, realizada no dia 9 de agosto, trouxe o tema “Inovação em comunicação e as pressões geracionais”, com apresentação de cases da Eletronorte e da Santos Brasil. Participaram a superintendente de Comunicação da Eletronorte, Michele Silveira, a coordenadora de Comunicação Corporativa da Santos Brasil, Giselle Nunes R. Pisciottano, e o coordenador do comitê, Rodolfo Araújo.
Ao iniciar o encontro, Rodolfo Araújo comentou um fato bem interessante: “pela primeira vez na história, temos a possibilidade de ver quatro gerações diferentes convivendo nos mesmos ambientes de trabalho, por conta da expectativa de vida, dos fluxos demográficos: geração dos baby boomers, geração X, Y (millennials) e Z”
Essa intersecção geracional pode promover benefícios para uma organização dentro de processos de inovação. Entre os benefícios estão as múltiplas visões. “Quando olhamos para uma geração mais jovem, também trazemos para o pacote as suas ansiedades, medos e incertezas que contrabalançam com as experiências, com os aprendizados, capacidade de mentoria e conhecimento acumulado de pessoas que estão há mais tempo na estrada”, ressaltou Araújo. “A capacidade de resolução de problemas a partir dessas múltiplas visões se potencializa; e a mentoria reversa estabelece um ambiente de confiança, de paridade e crescimento conjunto muito produtivo para as organizações”.
Na oportunidade, Michele Silveira destacou que em 2007, quando a empresa ainda era uma estatal, o concurso público trouxe muitas pessoas para a companhia e que houve, naturalmente, uma divisão entre os colaboradores mais antigos e uma geração mais nova que acabava de chegar. “Criou-se uma barreira e tivemos que integrar essas pessoas. Ao longo do tempo ainda percebíamos uma certa segmentação, até que houve uma definição da alta gestão para que trabalhássemos com treinamento”, contou.
“Na área de comunicação, a integração aconteceu de forma muito mais fácil do que em outras áreas da empresa. Nesse momento começamos a transformar a comunicação em uma ferramenta de integração. Hoje, temos um processo de integração cada vez mais pautado pelos feedbacks, de entender que se trata de um espaço permanente de aprendizado”, revelou.
Uma das ferramentas de comunicação interna da Santos Brasil, que foi se desenvolvendo ao longo dos anos e contribuindo também para uma comunicação mais integrada, é o app da empresa. “O aplicativo é o nosso carro-chefe. Durante a pandemia foi fundamental para que a comunicação fosse estabelecida de uma forma muito direta e rápida em tempo real”, contou Giselle Nunes, acrescentando as principais estratégias utilizadas: fomentar a cultura de inovação com essa ótica digital e agregar as informações mais importantes para o colaborador num único lugar.
Informações essas que são de interesse geral, sem uma marcação geracional. “Hoje, na companhia, temos quatro gerações muito marcadas. A geração Z já aparece com os estagiários, jovens aprendizes e trainees. Nós entendemos que há uma expressividade de formas diferentes com todo legado e experiência de vida dessas pessoas e também entendemos que as prioridades, os comportamentos e as expectativas variam visivelmente”, destacou Giselle.
Giselle também contou que a empresa está passando por um momento de transformação cultural, com vistas à Diversidade e Inclusão (D&I) e programas de mentoria. “Sem dúvida D&I impulsionam a inovação e a comunicação, uma vez que a gente passa a falar com perfis diferentes – idade, gênero, origem etc – mas a gente entende aqui na companhia o quanto essas diferenças geracionais precisam ser assumidas com muito respeito, generosidade e parceria”, salientou.
Comitês Aberje
Os comitês de estudos temáticos da Aberje constituem-se de um grupo fixo anual de profissionais nomeados por organizações integrantes da base associativa da Aberje, que se reúnem com regularidade e calendário predeterminado para discutir, aprofundar ou gerar novos conhecimentos e conteúdos sobre determinado assunto identificado como de interesse.
A proposta é contribuir para a ampliação do conhecimento, num processo de elaboração interna dos contextos, dos conceitos e das experiências por meio de uma construção colaborativa. Com isso, o comitê faz análise crítica e produção criativa sobre o tema escolhido, debate sobre o que há de mais avançado na área e estimula a troca de experiências entre profissionais de diferentes setores.
Todo início de ano, a Aberje abre as inscrições para os profissionais de comunicação que queiram participar como coordenadores e vice-coordenadores. Basta ficar atento ao período de inscrições para se candidatar.
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