Reunião do Comitê de Comunicação e Engajamento em ESG conversa sobre mensuração alinhada ao negócio
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Estabelecer KPIs e metas de ESG alinhadas ao negócio e valorizados pelos stakeholders é um processo que requer uma abordagem estratégica e envolvimento de várias partes interessadas. Para trocar ideias sobre KPIs, indicadores e metas ESG & Materialidade e estratégias de implementação, os integrantes do Comitê Aberje de Comunicação e Engajamento em ESG, estiveram reunidos no dia 14 de junho de forma online. A reunião contou com a participação de Salete da Hora, diretora de Comunicação e Sustentabilidade na CTG Brasil, de Danilo Maeda, head na Beon Estratégia ESG e coordenador do comitê. Logo no início da reunião, um novo formato foi testado, os integrantes do comitê foram divididos em grupos para trocar ideias, gerar engajamento, conexão e networking entre eles.
A Agenda ESG surgiu como uma abordagem de investimento nas últimas décadas, com o objetivo de considerar critérios ambientais, sociais e de governança corporativa ao avaliar o desempenho e o valor de uma empresa – iniciativa que vem sendo criticada em diversos países. “A onda anti-ESG vem pautada pela ideia de que esta é uma agenda que estaria ‘distraindo’ as organizações do seu principal propósito, o de gerar valor para o acionista”, explicou Danilo Maeda.
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Em sua visão, o mercado entende que essa é a coisa certa a fazer e que as práticas de ESG entregam sim valor ao negócio. “A questão agora é como a minha ação específica está entregando valor ao negócio? Muitas vezes é difícil mostrar que determinado KPI que a gente consegue medir o impacto social – numa iniciativa de investimento social privado ou numa ação de engajamento comunitário, por exemplo – de cada uma dessas ações no balanço financeiro no final do trimestre? Qual a conexão entre essas ações?”, analisou o executivo. “Agora percebemos, de fato, a necessidade de melhorar os sistemas de avaliação e medição de desempenho e também de comunicação desse desempenho, para mostrarmos o valor das ações das estratégias das práticas socioambientais para os negócios”, argumentou.
Sustentabilidade e sua complexidade
Ao compartilhar sua experiência de como foi o processo de elaboração da plataforma ESG na CTG Brasil – empresa de geração de energia de origem chinesa – , Salete da Hora destacou que a companhia cresceu muito através de aquisições. “A cada aquisição que a companhia fazia acabava acelerando o nosso aprendizado sobre o tema. No início do projeto, definimos que construiríamos esse trabalho olhando o mercado e como as empresas de energia estavam trabalhando o tema de sustentabilidade”, disse.
“A partir daí definimos nossos pilares de atuação e estabelecemos a nossa ambição. Em seguida, estabelecemos metas e indicadores para medir o avanço dessas metas e começamos a desenhar planos de ação. Para cada meta há um plano de ação”, explicou. “Também trabalhamos muito internamente a questão de capacitação e cultura, pois entendemos que sustentabilidade é um tema de cultura. Não conseguiremos transformar a empresa se não transformarmos as pessoas”, salientou a executiva.
Para contextualizar o exemplo prático que Salete trouxe para a reunião, Danilo Maeda destacou que a discussão sobre definição de KPIs e de estratégias de implementação dessa agenda é muito relevante, principalmente diante de um movimento de questionamento da validade da Agenda ESG. “Nos Estados Unidos assim como em outros mercados há um questionamento sobre o uso de critérios ESG como um mecanismo de escolha de investimentos, de alocação de capital”, exemplificou. “Do mesmo jeito que o mercado financeiro foi um grande promotor dessa agenda, alguns setores do mercado financeiro começam a se colocar como detratores desse mesmo movimento”, avaliou.
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Maeda fez questão de analisar porque essas críticas têm fundamentos. “De fato temos uma agenda que traz temas muito complexos, que são muito distintos entre si e como cada um desses temas entrega valor ao negócio direta ou indiretamente? E como mostrar conexão entre um determinado tema e o valor do negócio a longo prazo? Não são conexões simples de se fazer e muitas vezes é impossível demonstrar essa correlação”, ressaltou.
Diferente do mundo das finanças – prossegue o executivo – que tem métricas, processos e metodologias bem específicas, padronizadas e aplicáveis a qualquer organização em que é possível definir ou avaliar a saúde financeira de uma empresa usando basicamente os mesmos critérios. “Para a agenda da sustentabilidade essa simplicidade não é possível, pois não temos indicadores únicos aplicáveis para todo mundo”, afirmou.
“Vemos que os riscos desses posicionamentos contrários à Agenda ESG vem ganhando força usando dessas inconsistências ou das nossas necessidades de amadurecimento como argumento para invalidar a agenda toda”, comentou. “Precisamos abraçar essa complexidade para decodificá-la e aí sim emergir com respostas consistentes”, finalizou Maeda.
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