Quinta reunião do Comitê de Comunicação Interna, Cultura Organizacional e Marca Empregadora debate engajamento de colaboradores
Na quinta reunião do Comitê Aberje de Comunicação Interna, Cultura Organizacional e Marca Empregadora, realizada virtualmente na última terça-feira (05), os membros do grupo discutiram estratégias e desafios na construção da marca empregadora e no engajamento interno. O encontro contou com a presença de Adriana Choffe e Clarissa Wahl, da Tetra Pak; e de Décio Duarte, da Bic, convidado por Taty Izquierdo, da Approach Comunicação.
Thalita Dominatto, da Aberje, abriu a reunião saudando os presentes, e logo a seguir, César Rua, da Vivo, coordenador do Comitê, ressaltou a importância das redes sociais para a consolidação da marca empregadora, destacando que, atualmente, quatro gerações atuam simultaneamente nas empresas – baby boomers, geração X, millennials (ou geração Y) e geração Z. Isso demanda uma comunicação inclusiva que atenda às expectativas diversas dos colaboradores.
Estratégias para engajamento e employer branding
Adriana Choffe, da Tetra Pak, apresentou o projeto de comunicação integrada da empresa. Com quase 70 anos no Brasil, a companhia era percebida como conservadora, e viu a necessidade de construir uma nova narrativa para atrair talentos, engajar colaboradores e fortalecer seu compromisso com diversidade, equidade e inclusão (DEI). Segundo Choffe, o objetivo da campanha era unir employer branding e atração de talentos em uma comunicação 360°. A estratégia incluiu comunicação interna, externa, eventos e conteúdo digital, com metas como aumento de cadastros para vagas e maiores índices de engajamento, além do reconhecimento externo da empresa como um bom lugar para trabalhar. A campanha, originalmente planejada para 2023, foi estendida para 2024 devido aos resultados promissores. Wahl, da Tetra Pak, reforçou a importância dos funcionários como embaixadores da marca, observando que compartilhar as próprias experiências no ambiente de trabalho aumenta a credibilidade da mensagem.
Décio Duarte, da Bic, falou sobre a importância de um parceiro estratégico – no caso da Bic, a Approach Comunicação – na trajetória da empresa para a implementação de uma comunicação interna robusta. Nos últimos dois anos, a empresa realizou uma grande pesquisa de comunicação interna que orientou o desenvolvimento de uma estratégia 360°, levando em consideração o papel dos líderes como comunicadores ativos. Para Duarte, essa abordagem integrada fortalece o sentimento de pertencimento entre os colaboradores. Ao mesmo tempo, ela torna esses colaboradores mais exigentes quanto ao conteúdo das comunicações internas. Izquierdo, da Approach, explicou que houve um aumento no engajamento quando a Bic passou a priorizar os colaboradores como embaixadores da marca e alinhar o conteúdo àquilo que eles desejavam consumir. A comunicação 360°, que une comunicação interna, relações públicas e marketing, se revelou um caminho promissor – e irreversível – para a empresa.
Escuta ativa
Ao falar sobre como a Comunicação da Bic alinhou essa atuação 360° com a alta liderança da empresa, Duarte explicou que a virada de chave ocorreu quando a Bic encontrou um parceiro (a Approach Comunicação) que atendia às necessidades da empresa – que trabalhava com um time enxuto e se beneficiou do suporte externo especializado. Choffe, da Tetra Pak, explicou que a escuta ativa foi essencial na Tetra Pak ao possibilitar que a empresa ajustasse a comunicação a partir do feedback dos colaboradores. Isso levou à criação de uma campanha que reflete genuinamente a sua cultura organizacional. Duarte complementou que, na Bic, a escuta ativa também desempenha um papel fundamental, com a comunicação interna servindo como um canal aberto para que o time expresse suas visões e necessidades.
César Rua trouxe o tema da reputação corporativa, perguntando se os participantes já enfrentaram desafios de imagem que afetaram a atração de talentos. Duarte compartilhou a experiência da Bic com a questão do “pink tax” (quando produtos femininos apresentam preços superiores aos equivalentes masculinos). Após pressão do público, a companhia realizou análises internas e eliminou essa diferença de preços, comunicando proativamente a mudança ao público, o que contribuiu para preservar sua reputação.
Indicadores e metas
A representante de uma empresa do setor médico perguntou aos convidados sobre os indicadores de sucesso das campanhas. Wahl, da Tetra Pak, frisou a importância de considerar métricas em conjunto, enquanto Duarte afirmou que é necessário que a Comunicação alinhe prioridades com outras áreas da empresa, estruturando uma estratégia abrangente e definindo os melhores KPIs.
Os membros do Comitê também falaram sobre o engajamento em empresas com trabalho remoto e compartilharam experiências de suas organizações. Uma executiva do setor farmacêutico falou sobre o uso de espaços de coworking para a realização de encontros presenciais, especialmente para treinamentos, destacando a adesão dos times de sua empresa ao modelo remoto, ainda que com desafios para medir a produtividade. Uma representante do setor de tecnologia falou sobre o desenvolvimento de uma liderança comunicadora, essencial para o engajamento em ambientes híbridos.
A reunião demarcou a importância do papel da comunicação interna na construção de uma cultura organizacional sólida e alinhada com os valores da empresa. A escuta ativa e a integração de equipes de comunicação e RH foram apontadas como fatores importantes para o sucesso de iniciativas de marca empregadora, assim como o compromisso da liderança, especialmente em um contexto em que a comunicação integrada é vista como um caminho de transformação contínua – e irreversível.
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