Principais tendências de relações públicas para 2022
Arena de Ideias, webinar da Oficina Consultoria, apresenta estudo sobre as principais tendências de PR para 2022 e conta com a participação do diretor-presidente da Aberje
A edição 81 do webinar Arena de Ideias, organizado pela Oficina Consultoria, transmitido quinzenalmente via Youtube e LinkedIn, trouxe as principais tendências de Relações Públicas e de Comunicação para o ano de 2022 e o impacto que representam na reputação das organizações. Para o evento, Patrícia Marins, sócia-diretora da Oficina Consultoria, recebeu Liliane Pinheiro, diretora-executiva da Oficina, e Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor titular da ECA-USP. Nesta edição do webinar, uma novidade: acessibilidade em Libras. Um recurso que estará disponível também nos próximos episódios.
“Nós acreditamos que reputação é sim um ativo tangível e cada vez mais importante e determinante para o sucesso e perenidade de marcas e de instituições. falar em público nesse universo de construção desse ativo tangível é cada vez mais determinante para o posicionamento de líderes e também o papel conector do profissional de Relações Públicas”, inicia Patrícia Marins. “Reputação e construção de relacionamento são a base da comunicação autêntica”, completa.
Antropologia digital
A pandemia mudou a nossa visão de mundo e revelou a importância de se construir relacionamentos verdadeiros de marcas, de instituições públicas e privadas com seus públicos. A comunicação verdadeira cria a conexão duradoura e torna crucial o papel do profissional de PR como esse grande moderador neste contexto atual. Essa é uma das principais tendências apontada pelo estudo da Oficina Consultoria.
Na visão de Paulo Nassar, a pandemia trouxe, principalmente ao C-Level, um olhar mais antropológico. “Um olhar centrado nas pessoas das organizações. Se você olhasse os mapeamentos de riscos das grandes organizações, não havia um eixo para pandemias; Então, quem suportou as atividades das empresas foram as pessoas que partiram para um território que eu chamo de território de uma antropologia digital. Houve um impacto enorme nos rituais de consumo de informação, de produção e nos rituais de circulação de informação houve uma verdadeira revolução”, afirma.
Para Liliane Pinheiro, um dos grandes passivos da pandemia foi o enfraquecimento dos relacionamentos e nos vínculos de confiança. “Esse olhar antropológico me faz pensar sobre a veia científica que o relações-públicas começa a precisar adotar. É preciso sair desse modo automático, vem a metodologia, vem a nova ferramenta e a gente vai migrando e desenvolvendo novas soluções; esse modo ‘cientista’ nada mais é do que pensar em outros pilares”, diz. “A perspectiva antropológica é muito importante, assim como a ciência de dados, a análise humana especializada e de inteligência e a questão comportamental. Nunca psicologia e neurociência estiveram tão próximas da disciplina da comunicação”, complementa a executiva.
Reputação: um ativo tangível
Para Patrícia Marins, a reputação é hoje o ativo tangível mais importante para marcas e para CEOs porque exige esse gerenciamento muito constante não apenas no momento em que se passa por uma crise. “A reputação é mensurada e avaliada por diversas métricas e a gestão de relacionamento é o que gera valores e vínculos de confiança. Nesse contexto de crise permanente como estamos vivendo já há dois anos e, em especial no Brasil, num ambiente de alta polarização, quais seriam os maiores riscos para a gestão de reputação e de relacionamento que os profissionais de comunicação devem se preocupar neste ano?”, indaga a executiva.
“Em se tratando de uma empresa, por exemplo, com alto nível de institucionalização que entra no olho do furacão de uma crise, ela provavelmente vai sair desse processo, mesmo sofrendo impactos, muitas vezes fortalecida”, responde Paulo Nassar. “Este é um tema clássico das relações públicas, que é o tema da legitimidade de qualquer organização. Hoje o representante, o CEO, o C-Level – e eu diria até de ‘P a P, do Porteiro ao Presidente’ – de uma organização, não administra apenas mercados, produtos e serviços; ele administra também o simbólico da organização. Essa é uma dimensão nova. Então, qualquer headhunter hoje que for contratar um CEO, com certeza vai analisar o comportamento dos aspectos relacionais e comunicacionais da sua jornada e a partir dessa avaliação, como ele vai atuar dentro da empresa”, analisa Nassar.
Na visão de Liliane, essa correlação do P ao P a leva a pensar sobre a desintermediação desse processo da comunicação. “Hoje, existe uma comunicação desintermediada – todo mundo enquanto produtor de conteúdo, todo mundo enquanto porta-voz – que leva a um fenômeno que foi muito importante agora na pandemia que é a importância da comunicação interna, sendo trabalhada como o grande agente que dá esse alinhamento da visão institucional, ao passo que leva a visão do líder para toda a base, mas que também coleta informações que sejam relevantes”, analisa.
Assista à live na íntegra:
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