Plataforma Ação para Comunicar e Engajar do Pacto Global da ONU reúne comunicadores e profissionais de sustentabilidade na Aberje
A primeira reunião híbrida do ano da Plataforma Ação para Comunicar e Engajar (PACE) foi realizada no dia 26 de maio, na sede da Aberje e de forma online. O evento reuniu comunicadores e profissionais de Sustentabilidade que atuam nas organizações participantes do Pacto Global da ONU – iniciativa voluntária que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania. Na ocasião, os participantes puderam conhecer as frentes de trabalho que estão sendo desenvolvidas e entender de que forma as estratégias de comunicação das organizações podem apoiar as diretrizes de atuação do Pacto Global.
Ao iniciar, a Head de Comunicação no Pacto Global da ONU no Brasil, Karla Prado, fez uma apresentação sobre os objetivos e princípios do Pacto Global e explicou o funcionamento e atuação da plataforma no Brasil – responsável por discutir e construir materiais que traduzam os ODS e a temática de Sustentabilidade nas organizaçõe –, que conta com 500 participantes de 194 organizações, uma das maiores desse movimento global de empresas. “Somos um grupo com perfil diverso, mas com o mesmo objetivo, o que nos possibilita ter ideias inovadoras, pois já foi provado por algumas pesquisas que times diversos contribuem para a inovação. Somos um time de pessoas com diferentes bagagens, e isso torna esse grupo muito rico. Sustentabilidade é sobre inovação”, salientou.
A executiva destacou que, além de criar conteúdos, repassar ideias inspiradoras e mostrar que vários projetos deram certo para que outros repliquem em suas empresas, a plataforma tem o papel de disseminar conhecimento e provocar reflexão sobre o papel do comunicador. “O profissional de comunicação é cada vez mais requisitado pelas organizações para promover a consciência sobre os temas ambientais e sociais. É responsabilidade do comunicador comunicar com transparência a fim de garantir a confiabilidade das informações”.
“Temos observado que a Agenda ESG tem aumentado muito o papel da comunicação dentro das organizações. O comunicador deve participar ativamente das decisões, ajudando a formular estratégias e também sendo um gestor, ele deve conhecer para comunicar, além de promover o diálogo e a conexão entre os diversos públicos da corporação”, destacou Hamilton dos Santos, diretor executivo da Aberje, que há cinco anos apoia e dá suporte ao Pacto Global no Brasil.
Quem representa a Aberje na secretaria executiva da PACE é a especialista em Comunicação para Sustentabilidade/ESG, Natália de Campos Tamura, que também é editora do blog Agenda 2030: Comunicação e Engajamento, hospedado no portal da associação. Ela ressaltou que o blog é colaborativo e que os textos são escritos pelos membros da plataforma. Entre os temas desenvolvidos, estão: diversidade e inclusão, governança, energia sustentável, mudanças climáticas, responsabilidade social corporativa, equidade de gênero e outros. “Acreditamos no poder da comunicação e na proposta reflexiva que o blog tem. É importante que a gente promova reflexões e pensamentos e discuta questões tão eminentes como temos visto”, comentou.
Como ser sustentável na produção de conteúdo
A sustentabilidade do negócio é, também – e cada vez mais – a capacidade de contar a própria história. E para contar é preciso ser sustentável na produção de conteúdo. Quem explicou aos participantes do PACE como isso tudo funciona foi a publisher e empreendedora Alecsandra Zapparoli e o estrategista e arquiteto de causas, Caco de Paula, da Galápagos Newsmaking, startup de mídia.
Na oportunidade, eles trouxeram algumas premissas que podem guiar os profissionais de comunicação na produção de conteúdos que façam a diferença: encarar a produção de conteúdo como processo e não como evento; falar com um público mais amplo; valorizar a linguagem e a audiência; criar canal direto com a audiência; ser influente no tema produzindo conteúdo durável; incluir o conteúdo no orçamento e trazer a diversidade para a narrativa da empresa. “Atualmente parece que todo mundo produz conteúdo, mas nem todos produzem conteúdo de qualidade”, frisou Alecsandra.
Por que a Agenda ESG é tão desafiadora?
A Agenda ESG no Brasil tem impactado positivamente as organizações. De acordo com recente pesquisa feita pela agência Humanizadas, os principais motivadores são: reputação da marca e integração ESG na estratégia e nas operações para garantir impacto e, sobretudo, para mitigar riscos.
Com a finalidade de falar sobre ESG como uma visão de negócio e impacto, a consultora independente e diretora executiva da Íntegra Estratégia ESG, Maria Silvia Monteiro Costa, trouxe algumas reflexões com a palestra O Risco Oculto – Papel da Comunicação e percepção do público-alvo, apresentando algumas ferramentas importantes e exclusivas para a construção de narrativas e planos de ação nas corporações.
A executiva afirmou que, para evoluir, as empresas precisam incorporar métricas e monitoramento constante de ESG, adotando metodologias de avaliação que permitam identificar o nível de maturidade e entender as necessidades de seus stakeholders. “Esse pragmatismo é o que realmente leva as empresas a movimentarem essa agenda”, analisou. “Mas, nem todos querem mudar. Mudanças levam empresas a novos riscos”, arrematou.
E qual o papel do comunicador nessa agenda? Na visão de Maria Silvia, o profissional de comunicação deve ocupar um lugar de destaque neste que é um momento absolutamente estratégico para as organizações que estão integrando ESG em seus negócios: a percepção de risco. “Esse é um conhecimento que a área de comunicação precisa desenvolver. A comunicação é fundamental não só no conhecimento ou na divulgação, mas também para a própria mitigação de risco”, alertou. “Existem riscos conhecidos, riscos imprevistos e os riscos ocultos”, frisou.
O evento também promoveu a interação entre os participantes através da troca de ideias e a coordenadora de Engajamento do Pacto Global, Raissa Daher explicou as principais mudanças da Nova Cop, assim como todos os requisitos necessários para preencher o questionário COp a ser entregue pelas empresas participantes do Pacto Global da ONU.
Frentes de trabalho colaborativas
A Plataforma Ação para Comunicar e Engajar conta com dois grupos de trabalho que atuam de forma colaborativa: a Frente de Engajamento e a Frente de Aceleração, formadas por participantes voluntários que criam projetos para serem compartilhados entre as empresas e assim, ajudá-las em suas jornadas de sustentabilidade.
O projeto da Frente de Engajamento conta com curadoria de conteúdo dos participantes e coordenadores, para oferecer materiais com ideias e inspirações para desenvolvimento de campanhas de mobilização interna para temáticas relacionadas aos ODS nas empresas. Para este ano o formato escolhido foi a newsletter trimestral “Comunicar para Inspirar”.
Já a Frente de Aceleração trabalha em projetos quick win, pequenas mudanças feitas nos processos das organizações para solucionar problemas. O grupo de trabalho acaba de fazer um diagnóstico da Academy, a maior plataforma de e-learning em sustentabilidade do mundo. Com essa análise, a equipe responsável pela plataforma no Brasil irá compartilhar esse conhecimento com o time global.
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