Paulo Nassar recebe Atlas Award da Sociedade de Relações Públicas dos Estados Unidos
Presidente da Aberje e Prof. Dr. da ECA-USP conquista prêmio por “realizar trabalho excepcional na área em escala global”
Paulo Nassar, Diretor-geral da Aberje e Professor-doutor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, atualmente em pós-doutorado na Universidade IULM na Itália, acaba de receber o Atlas Award Lifetime Achievement International Public Relations. A distinção é entregue desde 1995 na estrutura de reconhecimento e relacionamento da Internacional Public Relations Society of America (PRSA). A honraria será concedida no dia 14 de outubro durante a conferência internacional da entidade norte-americana em São Francisco.
O prêmio reconhece indivíduos que tenham feito contribuições extraordinárias para a prática e profissão de relações públicas em uma escala global (ver listagem de anos anteriores abaixo). Através de uma análise de conjunto do trabalho, os agraciados precisam ter demonstrado liderança em relações públicas junto a vários públicos de interesse.
Criada em 1967, a Aberje é uma organização profissional e científica, sem fins lucrativos, que tem como principal propósito a discussão e promoção da comunicação organizacional em uma perspectiva global e local, assim como uma função administrativa, política, cultural e simbólica para uma gestão estratégica das organizações e para o fortalecimento da cidadania. Seu âmbito de atuação está centrado na informação, na comunicação e no relacionamento. Os principais campos de trabalho são o advocacy, a economia criativa, a gestão do conhecimento, a inteligência da comunicação, o networking e o reconhecimento.
A distinção vem em boa hora para o Brasil, quando o país se consolida como a sexta economia mundial e tem sua visibilidade aumentada pela ocorrência próxima de grandes eventos esportivos. A própria comunicação empresarial brasileira está numa época de consolidação internacional, com diversos profissionais nacionais em destaque com projetos de informação e relacionamento em vários países do mundo. Uma das iniciativas mais recentes de Nassar investe, aliás, na proposta deste reconhecimento para os comunicadores do país, através da série Brazilian Corporate Communications Day, iniciada em 2010 pela cidade de Nova Iorque e já espalhada em Londres, Buenos Aires e Santiago do Chile e com edições próximas em Lisboa e Milão até o final de 2012. Trata-se de um seminário com apresentação de cases de empresas brasileiras ou de filiais locais de multinacionais, tendo à frente um profissional formado no país, e que reúne na plateia colegas de outras nações e representantes da mídia e das universidades de cada região.
Robert Grupp, presidente da Grupp Global Partners e ex-presidente do Institute for Public Relations Research and Education, avalia a indicação de Nassar ao prêmio. E acrescenta: “sua obra continua a avançar não apenas as normas e práticas de relações públicas no Brasil, mas em toda a profissão de relações públicas. Um exemplo foi quando reuniu líderes mundiais e profissionais em seminário da Global Alliance e destacou o papel das relações públicas em economias em crescimento da América do Sul”. Na visão de Grupp, a obra é consistente, com base em uma sólida base de pesquisa teórica e prática. “Ele é um defensor incansável para a cooperação internacional em relações públicas”, finaliza.
A opinião de Gary Grates não é diferente. Presidente do W20 Group e ex-vice-presidente da GM e com extensa carreira em grandes empresas e agências internacionais de comunicação, ele vê Nassar como um “verdadeiro visionário no campo das relações públicas internacionais, estabelecendo uma nova programação para educar profissionais ao redor do globo. Além disso, viaja o mundo compartilhando ideias e tendências para que possa relacionar esse conhecimento nas diversas publicações e blogs da Aberje”.
Entre as bandeiras defendidas por Nassar nos últimos anos, estão temas de absoluta relevância para o comunicador em ambientes complexos, como a visão da mestiçagem – referida como uma formação técnica, ética e estética para atuação em comunicação que transcende as estruturas curriculares tradicionais da universidade e busca um profissional culto e com macrovisão da sociedade e da economia. Ele também defende por exemplo a regulamentação do lobby no Brasil, como processo legítimo de relacionamento entre a sociedade e as instâncias governamentais, em atividade transparente com grandes vantagens para o processo democrático e dialógico. A memória empresarial é outra área de estudo, ainda mais organizada durante seu Doutorado, como expressão de identidade, gestão do conhecimento e pertencimento, num espaço de sensibilidade e efetivo engajamento. As narrativas são seu campo de interesse mais atual, como acontece através do Grupo de Estudos de Novas Narrativas (estrutura multi-institucional com pesquisadores e profissionais em torno de uma revisão nas abordagens e compreensões de mundo através das mensagens e simbologias proferidas pelas organizações).
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