Para 70% das empresas o maior desafio da Comunicação Interna é engajar gestores como comunicadores
Pesquisa Tendências em Comunicação Interna traz um panorama completo do mercado de CI no país
A Pesquisa de Tendências em Comunicação Interna, realizada pela Ação Integrada Agência de Comunicação, em parceria com a Aberje, traz um panorama completo do mercado de Comunicação Interna no país. Os principais insights foram apresentados no dia 24 de março em evento online gratuito transmitido pelo canal da Aberje no Youtube. De acordo com o estudo – que contou com a participação de 285 empresas de todo o Brasil, de vários portes e segmentos de mercado – entre os principais desafios que demandam novas formas de operação estão: engajar gestores como comunicadores (70%); melhorar a experiência do colaborador (58%) e gerenciar o excesso de informações (55%).
O diretor de Negócios e Operações da Ação Integrada, Thierry Pignataro, mediou o encontro, que contou com a participação da gerente de Comunicação Corporativa América do Sul da Ingredion, Manuella Gambaro; da diretora associada de Comunicação da AstraZeneca na América Latina, Natália Carcavilla; e da gerente de comunicação interna de Natura &Co América Latina, Patricia Cury.
O líder é o principal canal da empresa com os colaboradores
Para 47% das empresas o líder é o principal canal da empresa com os colaboradores. “Este não é um número tão alto porque se a gente precisa influenciar, a gente precisa do líder, com diálogo, com feedback, com acompanhamento cotidiano. Os canais informam os eventos, as campanhas, as ações, eles conectam, mas quem transforma e muda comportamentos é o gestor”, analisa o diretor de Negócios e Operações da Ação Integrada, Thierry Pignataro.
“Este é um ponto de atenção, mas por outro lado temos um ponto positivo que é processos, eles estão cada vez mais estruturados nas empresas em relação ao líder como comunicador. 71% delas tem uma rotina de reuniões sistematizada nos diversos níveis de gestão”, complementa.
Falando em investimentos, um dado que chamou a atenção e é excelente na análise de Pignataro é que 39% das empresas aumentaram o seu orçamento para capacitação de gestores como comunicadores. “Este é um índice super alto. Esta é uma ótima notícia”, disse o executivo. A pesquisa indica ainda que os CEOs estão cada vez mais próximos e atuantes. 88% dos respondentes valorizam e valorizam muito a comunicação interna.
Quanto à efetividade dos canais internos, o estudo mostra que as mensagens por e-mail continuam em alta (88%) e teams e whatsapp corporativo (84%) também foram muito bem cotados em termos de efetividade, seguidos de newsletter (77%), tv corporativa/mural digital (74%) e rede social corporativa (67%), entre outros meios. “O que nos chamou a atenção na ponta de baixo desse ranking foi a questão da rádio corporativa (44%) e do podcast (43%), que ficaram com efetividades muito baixas. Se não for ágil e simples, a concorrência pela audiência irá tornar a comunicação interna secundária n o interesse do colaborador”, reforça Pignataro.
E para 2022? Como os canais de comunicação irão se comportar? De acordo com a pesquisa, os canais com mais estabilidade são, de novo, o e-mail (83%), a intranet e o company communicator (teams) (63%), a newsletter (56%) e o mural impresso (46%). Quanto às maiores implantações desejadas estão: a intranet e a tv corporativa/mural digital (17%), a rede social corporativa (15%), o WhatsApp (10%) e a newsletter (8%).
“Sobre novas tecnologias, 29% dos respondentes já utilizam ou desejam incorporar chatbots em sua comunicação interna. Em muitas empresas a questão não é mudar os canais, mas melhorar o que já existe”, avalia o executivo. “É preciso reduzir o excesso de informação. As pessoas estão cansadas, precisamos de menos volume e mais legado”, conclui, mostrando o ponto positivo dessa questão: 73% das empresas têm atuado para diminuir esse montante de informações.
A atuação de CI mostra-se centralizada em geral
A pesquisa mostra que 85% das empresas têm as áreas de Comunicação Interna (CI) como centralizadoras da organização e divulgação das pautas da empresa, 38% está conseguindo focar nas divulgações que impactam toda a empresa e 68% possuem um calendário para organizar os temas a serem divulgados no ano.
O estudo aponta ainda que o momento é o de priorizar as narrativas. 52% das empresas não conseguem priorizar as narrativas do planejamento de CI, por conta das demandas que aparecem no dia a dia. Entre as principais narrativas de gestão estão: a iniciativa de gestão de pessoas (70%), a cultura da empresa (64%), estratégia e resultados (57%), datas comemorativas (53%), entre outras. “Há vários comentários sobre uma comunicação mais humanizada, leve e afetiva e menos institucional”, acentua Thierry Pignataro. “A comunicação interna não é feita para os colaboradores e sim pelos colaboradores; 43% planejam investir mais em influenciadores internos e 27% em agentes de comunicação”, complementa.
Fazer uma boa gestão torna-se crucial para as empresas. A pesquisa mostra que 79% dos respondentes possuem um planejamento estratégico que orienta as ações de CI e 80% possuem orçamento anuais até R$ 3 milhões. “Como seria o nosso mundo corporativo se a CI atingisse todo seu potencial? Eu acredito que seria um mundo com mais conexão, com mais compreensão e sobretudo com mais transformação. Estamos numa jornada desafiante, momentos de virada bastante importantes, não vai ser fácil, não tem resposta pronta, mas temos profissionais excelentes e conseguimos fazer isso juntos”, finaliza o executivo. Para a diretora associada de Comunicação da AstraZeneca na América Latina, Natália Carcavilla, a comunicação interna deve ser feita em co-criação com os colaboradores. “Essa mistura de negócios e pessoas tem que estar a todo momento no nosso desafio. A inovação em comunicação tem que ser para a audiência, é preciso trazer ferramentas que sejam fáceis de serem consumidas e utilizadas. Vejo muitas sinergias e acho que estamos num caminho muito bacana”, salienta.
“O que eu vejo muito é questão da liderança como comunicadora; a gente precisa do líder, ainda mais depois de dois anos de pandemia, agora temos a volta, o modelo híbrido e temos que postar nele cada dia mais”, analisa a gerente de Comunicação Corporativa América do Sul da Ingredion, Manuella Gambaro. “Aqui olhamos muito como melhorar a comunicação interna adequando o padrão de consumo de comunicação interna ao padrão de consumo que a gente tem de comunicação na nossa vida, pois consumimos comunicação hoje de forma diferente”, completa.
Para a gerente de comunicação interna de Natura &Co América Latina, Patricia Cury, o número de narrativas comunicadas atualmente é um grande desafio. “A quantidade de narrativas prioritárias que a gente precisa definir para que o colaborador receba a informação de forma adequada tem sido um dos principais desafios”, acentua. “A gente sabe que hoje o líder é um comunicador e o nosso desafio agora é como instrumentalizar esse líder, para ele, de fato, executar esse papel de comunicador”, complementa.
Assista o vídeo na íntegra:
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