Movimente-se!

Ana Paula Dondon

A mobilidade é, hoje, parte fundamental das democracias no mundo, trazendo oportunidades de inovação e também grandes desafios para a sociedade civil. Numa série de encontros denominada Lab de Comunicação para Mobilidade, a Aberje convidou profissionais de comunicação, urbanistas, ativistas, engenheiros de trânsito, arquitetos, formuladores de políticas públicas e representantes da indústria automobilística para discutir novas políticas públicas e de comunicação para a mobilidade urbana para as cidades do futuro, com apresentação da GM do Brasil.

“A mobilidade é a questão mais importante para o morador de São Paulo”, explica o jornalista Leão Serva, curador do Lab. “A imagem da mobilidade é a imagem que a mídia passa. Nesse contexto a comunicação é o problema mais grave, ainda que não seja visível”. Os três encontros passaram em revista uma ampla gama de assuntos, como políticas públicas e estratégias de comunicação para a mobilidade das grandes cidades do futuro; inovação, cidadania e tecnologia; uso de smartphones e aplicativos que auxiliam na mobilidade; transporte intermodal. “Entre 1994 e 2013, houve um acréscimo de 162% no uso de carros como principal meio de transporte, 1093% no uso de motos e uma queda de 39% no uso de bicicletas”, disse o consultor de mobilidade Daniel Guth numa das palestras.

O último encontro aconteceu no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. O público foi convidado a opinar sobre o tema “Saídas”. Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor livre-docente da ECA-USP recebeu os visitantes e destacou o legado de conhecimento deixado pelo Lab. “A boa comunicação é fundamental para soluções em mobilidade urbana”, disse.

Nelson Silveira, Diretor de Comunicação da GM do Brasil afirmou que a empresa busca tornar-se uma provedora de serviços de mobilidade, e não apenas de venda de automóveis”. Iniciativas da GM, como o recém-lançado serviço de carsharing Maven e a aquisição da empresa de ridesharing Lyft, vão nesse sentido. “O modelo de posse do uso do veículo está mudando significativamente. Hoje o nosso modelo de negócio está baseado na venda de carros. No futuro, vai ser baseado na quantidade de quilômetros no qual as pessoas vão dirigir nossos veículos”, concluiu.