04 de novembro de 2024

Morre o fotojornalista Evandro Teixeira, autor de registros sobre a história do Brasil

Em mais de 60 anos, Teixeira capturou cenas de diferentes momentos nacionais
Paulo Nassar e Evando Teixeira em exposição no CCBB em homenagem ao fotojornalista em 2023. Ao fundo, a foto da Passeata dos 100 Mil feita por Teixeira em 1968.

O fotojornalista Evandro Teixeira faleceu nesta segunda-feira (04), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Ao longo de mais de 60 anos, Teixeira registrou momentos marcantes da história do Brasil e da América Latina, com destaque para a ditadura militar brasileira e o golpe militar no Chile, em 1973. Ele também documentou a fome e a pobreza, o esporte, o carnaval e as festas populares. São mais de 100 mil imagens em seu acervo, que está sob a guarda do Instituto Moreira Salles desde 2019. Entre outros registros marcantes, Teixeira fez a foto da Passeata dos 100 mil, em 1968, que ganhou o Prêmio Aberje em 2008.

“Evandro Teixeira estará eternamente entre os mestres do fotojornalismo mundial. Suas fotografias no contexto brutal das ditaduras militares do Brasil e do Chile são relatos precisos e preciosos contra o esquecimento e o apagamento. Sua fotografia da Passeata dos Cem Mil foi agraciada, anos atrás, com o Prêmio Aberje. Suas fotografias também narraram um Rio belíssimo e maravilhoso. Deixa um legado inigualável para o Jornalismo brasileiro”, afirmou Paulo Nassar, diretor-presidente da Aberje e professor titular da USP.

Em 2016, a edição 97 da Revista CE – Comunicação Empresarial, trouxe um artigo sobre a trajetória de Evandro Teixeira, escrito por sua filha Carina Almeida, sócia-diretora da agência Textual, associada à Aberje: “…Desde pequena, observava o grau de exigência que ele impunha ao seu trabalho. Era muito atento, sempre ligado, insatisfeito até sentir que tinha feito o melhor – e naquele tempo, só se descobria depois do filme revelado… A quantidade de livros de fotografia e revistas especializadas que inundavam as estantes lá de casa me mostravam um profissional sedento por aprender e conhecer o que havia de melhor no mundo…”

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