Liderança comunicadora é tema de reunião do comitê de Comunicação Interna e Marca Empregadora
Os membros do Comitê de Comunicação Interna e Marca Empregadora da Aberje discutiram as questões que envolvem a ‘Liderança Comunicadora’, durante reunião online realizada no dia 13 de abril. O encontro contou com a participação de Vitor Miranda, sócio executivo na agência Invitro, e Estela Gurgel, gerente de Comunicação Interna na Roche.
Ao iniciar, a coordenadora do comitê, Cynthia Provedel, frisou que trata-se de um tema complexo e trouxe algumas reflexões: “numa perspectiva de mercado, por exemplo, este é um tema recorrente nas pesquisas em relação ao que está pautando a comunicação interna nas empresas”.
Ela destacou o quanto é importante que o líder receba a informação em primeira mão, não só para poder estabelecer diálogo a respeito do tema com seus times, mas para ter tempo para assimilar a temática em pauta. “Outro ponto é incentivarmos, no dia a dia, que os líderes tenham seus próprios rituais de comunicação com suas equipes, criando intencionalmente espaços de escuta”, ressaltou. “Temos que olhar a liderança comunicadora não apenas como um conjunto de ações pontuais mas como um processo, uma jornada em que, passo a passo, vamos construindo a consciência do líder em relação ao seu papel”, completou.
Para Vitor Miranda, uma das coisas mais perceptíveis nos últimos anos, é que a liderança vem perdendo cada vez mais a relevância como disseminadora de conteúdo e ganhando na importância como provedora de contextos. “O líder não tem mais o papel de levar a informação, mas o de contextualizar as mensagens que já estão no dia a dia de suas equipes”, acentuou.
“Outro ponto importante é a construção de um espaço seguro de convívio dessas lideranças: deve haver um espaço para que o líder fale e seja ouvido e que, de forma colaborativa, a própria liderança se influencia e faça desse espaço mais do que uma sala de aula ou do que um processo tradicional de aprendizado”, disse. “Também é preciso avaliar a performance dessa liderança nos processos de comunicação, é importante medir esse desempenho”, complementou.
Miranda frisou que a formação de uma liderança influenciadora não tem ligação com campanha. “Não se cria uma liderança comunicadora com campanha. Como a Cynthia disse, é jornada, é processo, é constância. A comunicação é parte do processo, mas enquanto vetor de cultura, enquanto construção de visão de mundo, de propósitos compartilhados entre a empresa e seus colaboradores, o desafio passa por pessoas”, analisou. “A gente extrapola o conceito de campanha porque só se resolve com tempo, com frequência e com pertinência e, por isso, o poder do conceito da comunidade”.
Ao compartilhar a experiência vivenciada na Roche, Estela Gurgel contou sobre a jornada de transformação da companhia, que teve início em 2018. “O modelo organizacional da Roche hoje se assemelha muito mais a uma startup de tecnologia do que a uma indústria farmacêutica. Temos metas de longo prazo focadas no impacto que queremos gerar e não nas tarefas que precisamos entregar. Trabalhamos muito com simplificação radical para seguir um ciclo de melhoria constante”, iniciou.
Segundo Estela, a Roche é uma organização flexível e adaptável, ou seja, muda a sua rota sempre que necessário. “Trabalhamos com o olhar da colaboração e cocriação, em que a comunicação ou a liderança não tem todas as respostas, as pessoas sim”, salientou. “Nossa liderança não é de comando/controle, ela potencializa, reduzimos muito a hierarquia dando muito mais autonomia para os times criando assim uma cultura que possibilita o crescimento e desenvolvimento das pessoas”, contou.
“Temos uma liderança visionária, que precisa ter uma visão total da companhia; é uma liderança arquiteta, ou seja, que catalisa, junta os esforços e mobiliza as pessoas, e é uma liderança coach, que ajuda no desenvolvimento das competências e habilidades de todos da equipe”, revelou. “Isso vale não só para os cargos de liderança, mas para todos os colaboradores da empresa”, completou.
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