Lab de Comunicação para a Sustentabilidade discute a importância dos rankings e índices ESG para a reputação das empresas
Na última terça-feira (17), a Aberje recebeu em sua sede, em São Paulo, o Lab de Comunicação para a Sustentabilidade, com o tema “A importância dos ratings, rankings e índices de ESG para a reputação das empresas”. O encontro, patrocinado pela Vivo, contou com a mediação de Maria Tereza Gomes, fundadora e CEO da Jabuticaba Conteúdo; e com a participação de Carime Kanbour, gerente de Comunicação, Reputação e Relações Institucionais da Klabin; Fernando Rodrigues da Silva, gerente de Estratégia ESG da Vivo; e Sergio Gonçalves Freire, gerente executivo de Relacionamento com a Imprensa, Comunicação Interna e Reputação da Marca do Banco do Brasil.
Rankings ESG, desafios e oportunidades para a reputação corporativa
Na abertura do evento, Douglas Cantu, gerente de eventos da Aberje, destacou a importância dos rankings como ferramentas de comunicação. Ele lembrou aos presentes como a tarefa de realizar as inscrições para rankings, com suas diversas metodologias, é uma responsabilidade que envolve várias áreas da empresa e exige coordenação estratégica da Comunicação.
Maria Tereza Gomes explicou as diferenças entre ratings, rankings e índices, e destacou que as certificações passam por auditorias baseadas em critérios pré-estabelecidos. Fernando Rodrigues da Silva, da Vivo, complementou que esses instrumentos são oportunidades para que a empresa figure em espaços de destaque setorial e forneça informações estratégicas para os stakeholders. “Hoje, a Vivo atua em mais de 15 iniciativas, com mais de 8 mil pontos de dados”, afirmou Silva, ressaltando a importância da convergência entre os rankings.
“Desde 2019, a Klabin passou de 20 mil para mais de 700 mil investidores pessoa física. O desafio é mostrar para esses investidores como a Klabin cresceu e mudou na última década”, disse Carime Kanbour, da Klabin, explicando os desafios enfrentados pela empresa em sua trajetória recente, com o crescimento de sua base de investidores pessoa física. Kanbour também explicou que o foco atual da empresa está nos índices financeiros ligados à sustentabilidade, como o Dow Jones, CBP e EcoVadis, alertando: “Quanto de energia devemos colocar em um índice que não conhecemos e não sabemos como funciona?”
“O ESG deve permear todo o negócio, não pode ser uma consequência. Hoje, não é possível imaginar o agro sem o Banco do Brasil, que desenvolve soluções de crédito agrícola, como o Plano Safra”, explicou Sergio Gonçalves Freire, do Banco do Brasil, abordando a questão da reputação sob uma ótica ampliada, considerando a prestação de contas da instituição ao público brasileiro. Freire destacou o impacto positivo da reputação na atração de negócios e no engajamento interno, citando o exemplo de um bond sustentável emitido pelo banco, que teve uma procura cinco vezes maior do que o esperado.
A Comunicação e a coordenação entre as áreas
“Temos dois momentos: entender os stakeholders, tanto externos quanto internos, e fazê-los se sentirem protagonistas”, afirmou Silva ao falar sobre a integração das áreas da empresa. Ele explicou que, na Vivo, a coleta de dados é feita por meio de planilhas online compartilhadas, permitindo que as áreas entendam seu impacto na companhia. Para Kanbour, da Klabin, essa coordenação se reflete no relatório de sustentabilidade, que antes era visto como uma obrigação da Comunicação, mas hoje é considerado a materialização do ESG dentro da empresa.
Freire, do Banco do Brasil, ressaltou que a estratégia ESG precisa estar presente em todas as conversas da organização, adaptada para cada interlocutor. Ele mencionou o papel da Comunicação junto à área de Relações com Investidores, que foi fundamental no sucesso da divulgação do bond sustentável emitido pelo banco.
Lições aprendidas e cuidados com o greenwashing
A importância de evitar o greenwashing foi um ponto central nas discussões. Kanbour destacou que a Klabin trabalha com transparência e proximidade com seus públicos, sempre de forma consistente e estruturada. “Devemos tomar cuidado com o greenwashing e entender que, em alguns momentos, podemos perder o timing de algum anúncio ou evento”, comentou.
Já Silva, da Vivo, salientou a relevância de trabalhar em equipe e educar as áreas técnicas quando necessário, reforçando que as informações coletadas se tornaram um ativo estratégico para a companhia. “Não temos medo de dizer ‘não’ para as áreas técnicas quando é preciso”, afirmou, apontando para o cuidado que a empresa tem ao tratar dessas questões.
Freire, do Banco do Brasil, concluiu com uma reflexão sobre transparência e ética, ressaltando que esses são elementos fundamentais para manter uma boa reputação corporativa. “Nem todo mundo se interessa por todos os temas, mas é essencial ter clareza e respeito em todas as comunicações”, finalizou.
O evento deixou claro o papel de rankings, ratings e índices ESG para a construção de reputação e a criação de valor para as empresas, desde que tratados com estratégia, transparência e engajamento de todas as áreas envolvidas.
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