03 de julho de 2023

Lab de Comunicação para a Diversidade da Aberje discute a presença e promoção das mulheres no agronegócio brasileiro

Encontro contou com executivas do setor para debater como as mulheres estão crescendo no setor do agronegócio

A Aberje realizou mais um encontro do “Lab de Comunicação para a Diversidade”, que conta com patrocínio da Bayer, no dia 28 de junho. O tema central do evento foi “Comunicação e diversidade: as mulheres no agronegócio brasileiro”. O objetivo foi debater a crescente inserção das mulheres como líderes no setor do agronegócio e como isso é refletido nas grandes empresas de um setor tão relevante para a economia do país.

De acordo com o censo do IBGE de 2017, atualmente duas em cada dez propriedades rurais são lideradas por mulheres, um número que não existia anteriormente. Na última pesquisa sobre comunicação do agronegócio realizada pela Aberje foi levantado que 41% das empresas entrevistadas – associadas da Aberje – têm programas de diversidade e 17% destas empresas têm iniciativas informais de diversidade que partem dos colaboradores destes negócios.  

O encontro contou com a participação de importantes executivas de comunicação do agronegócio. Entre os palestrantes estavam presentes  Daniela Barros, diretora de Comunicação da divisão agrícola da Bayer no Brasil; e Ticiane Figueirêdo, sócia da área de Agronegócios do Souto Correa Advogados e autora do livro “Mulheres do Agro: inspirações para vencer desafios dentro e fora da porteira” (Editora Letramento, 2019). A mediação ficou a cargo de Larissa Santos Battistini, head de Comunicação Corporativa Latam na Kraft Heinz.

Para a Daniela,  da Bayer Brasil, uma das iniciativas mais relevantes da Bayer para a promoção da equidade de gênero é o Prêmio Mulheres do Agro, que já está indo para a sua sexta edição. “Através desta premiação, podemos escutar as histórias das mulheres do setor. Este momento é interessante porque permite que a gente entre nos bastidores da vida profissional e pessoal dessas mulheres, e a gente acaba se conectando com essas histórias, sendo do agro ou não. Este prêmio é uma iniciativa muito relevante que está ganhando cada vez mais espaço no setor”, afirma. 

“Conversar com as produtoras que se inscreverem para o prêmio é muito interessante, por elas falarem sobre o processo de contar a sua própria história. É muito empoderador e emocionante porque as mulheres passam por invisibilidade no meio corporativo”, complementa Ticiane Figueiredo. 

Rede de apoio

Outro tópico levantado foi sobre a rede de apoio que as mulheres têm da indústria, e como é importante ter esse amparo em momentos fragilizados. “Ter uma rede de apoio em qualquer sentido é muito importante, porque, geralmente, quando estamos em ambientes predominantemente masculinos ou ambientes não diversos, ainda que esses ambientes não sejam de pessoas avessas à nossa presença, o ambiente em si se torna desconfortável. Quando você tem essa rede de apoio, é mais fácil lidar com as frustrações”, afirma Ticiane.

Exemplos para a próxima geração 

Daniela Barros pontuou a importância da sucessão no agronegócio e como as mulheres podem ser exemplo para as próximas gerações. “É atuando de forma conjunta que vamos conquistar o nosso espaço, até mesmo para a sucessão [dos negócios], que no agronegócio tem uma estrutura familiar, e uma forma de levar a equidade de gênero nesse setor é falar sobre o legado que está sendo deixado e as portas que estão sendo abertas para as mulheres destas famílias”.

Compromisso e ascensão das mulheres

“Além de falar para fora [da empresa], com iniciativas como o Prêmio Mulheres do Agro, a gente também tem que ter iniciativas dentro de casa. Também precisamos ter um ambiente seguro [dentro da companhia], que ao falar dos projetos [de promoção à mulher], isso esteja acontecendo dentro de casa também. O primeiro passo é declarar o compromisso, e ter metas para esse compromisso. Na Bayer, globalmente, temos o compromisso de ter 50% de mulheres ocupando cargos de liderança até 2030”, afirma Daniela.

Nessa jornada de transformação das organizações, Ticiane comenta sobre as dificuldades na desconstrução. “A desconstrução é dolorosa. Conversando com uma mentoranda, ela está em uma empresa em que ela é a primeira mulher na liderança. É um papel muito difícil você ser a única mulher, ou a única pessoa negra, na mesa de discussão. Isso traz uma carga psicológica enorme de responsabilidade. Por outro lado, eu também acho importante trazer o quão difícil é para uma empresa deixar de ser homogênea. O ambiente é difícil para quem está desbravando [abrindo o caminho da diversidade], e também para as outras pessoas da organização que vão precisar aprender a conviver com o ‘diferente’”, afirma. 

 

Assista na íntegra ao Lab de Comunicação para a Diversidade no canal do Youtube da Aberje:

 

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