KPMG: incertezas e desafios impactam ações dos Conselhos de Administração de empresas familiares
Os reflexos da crise sanitária e a consequente recessão econômica, além de um cenário de crescente polarização política, desenham um panorama desafiador e de alto risco para os negócios, aumentando a pressão sobre o conselho de administração das empresas e tornando a gestão um desafio ainda maior. Assim, os conselheiros deverão atuar por um longo período de incertezas, recuperação econômica desigual e grande expectativa de todos os stakeholders — investidores, funcionários, clientes, fornecedores e comunidades. Essas são as principais conclusões da publicação “Empresas familiares: a agenda do Conselho de Administração 2021/2022”, elaborada pela KPMG em parceria com o Board Leadership Center Brasil.
O material abordou as mudanças nas tendências do mercado de capitais, o aumento dos investimentos diretos pelos fundos de investimentos e a expansão de formas alternativas de captação de recursos. “A análise leva em consideração a atual conjuntura do Brasil e do mundo – o que trouxe opções e desafios aos gestores na escolha das maneiras mais eficientes para financiar e operar a organização no futuro”, ressalta a sócia-diretora do ACI Institute, do Board Leadership Center Brasil e de mercado da KPMG no Brasil, Fernanda Allegretti.
O levantamento destacou nove temas prioritários:
- Foco na resposta da administração à covid-19, sem perder de vista o cenário geral dos negócios;
- Estruturação de um conselho que represente a estratégia da empresa e futuras necessidades;
- Priorizar a gestão do capital humano e da sucessão do CEO;
- Questionar se a empresa está fazendo o suficiente para promover mudanças reais e duradouras no combate ao preconceito sistêmico e ao racismo;
- Reavaliar o foco da empresa em ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) e seu propósito corporativo;
- Atuar na definição do tone-at-the-top e monitorar a cultura corporativa;
- Reavaliar se os planos de resposta e resiliência a crises estão alinhados à estrutura de gerenciamento de riscos (ERM) da empresa;
- Abordar a segurança cibernética e a privacidade de dados de forma holística (governança da informação);
- Monitorar atentamente a qualidade das demonstrações financeiras e as informações gerenciais derivadas do processo contábil.
Dentre outras constatações, a publicação indica ainda que os impactos da pandemia deverão exigir maior foco nas pessoas, na liquidez financeira, nos riscos operacionais e nas contingências. Com isso, as empresas precisam estar preparadas para se readequarem e, potencialmente, reformularem o entendimento sobre atividades e operações.
“Mesmo em companhias privadas, o ativismo de funcionários e consumidores em relação às práticas ESG, que englobam questões ambientais, sociais e de governança, continua a crescer, uma vez que os stakeholders continuam a demandar discussões mais amplas sobre como a empresa está tratando os riscos e as oportunidades”, resume Sidney Ito, CEO do ACI Institute, do Board Leadership Center e sócio de consultoria em riscos e governança corporativa da KPMG no Brasil.
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