Integrantes do Comitê Aberje de Inovação conversam sobre práticas inovadoras com orçamento limitado
É possível adotar práticas inovadoras na comunicação mesmo com um orçamento e equipe restritos? Essa foi a pauta da quarta reunião do Comitê Aberje de Inovação em Comunicação Corporativa, realizada no dia 13 de junho. O encontro contou com a participação de Bruna Marques, head de Atração, Comunicação e D&I na Pravaler; de Marcelo Douek, CEO na Social Docs e de Lucas Reis, atual coordenador do comitê. Logo no início da reunião, um novo formato foi testado, os integrantes do comitê foram divididos em grupos para trocar ideias, gerar engajamento, conexão e networking entre eles.
Encontrar soluções inovadoras com orçamento apertado pode ser difícil, mas não impossível. Na visão de Lucas, inovar na comunicação com budget e equipe restritos é a realidade da maior parte das empresas do segmento de Comunicação e Marketing. “O conceito de experimentar e achar atalhos e alavancas que gerem resultados está muito alinhado com a forma como otimizar e lidar com um cenário com recursos limitados para a área de Comunicação”, iniciou.
Com uma equipe pequena e um budget reduzido é possível trabalhar com influenciadores não contratados e que possuam um grande número de seguidores e um alto nível de engajamento. Essa é a prática adotada por uma das empresas integrantes do comitê da Aberje, a partir de um relacionamento que foi delineado ao longo do tempo. A ideia é construir histórias que sejam relevantes e interessantes e, a partir daí, criar experiências que sejam instagramáveis para conectar essa história com as audiências de interesse da organização.
Ser criativo, ter pensamento estratégico e poder de escuta e de convencimento são requisitos mínimos para trabalhar na área de Comunicação, conforme frisou uma das participantes que participou da nova dinâmica em grupo. São desafios diários na atuação corporativa. Muito se viu durante a pandemia, como é possível fazer negócios de forma online, manter uma rede de relacionamentos e investir em estratégias no ambiente digital.
Além da criatividade, foram citadas outras formas de lidar com orçamentos apertados como: promover alianças replicadoras junto a outras áreas que podem contribuir com a divulgação do trabalho de Comunicação; devolver a demanda para as áreas que possuam mais recursos; empoderar os setores com ferramentas de redes sociais internas para ajudar nessas demandas; e fazer ‘o simples bem feito’ que acaba funcionando em épocas de ‘vacas magras’.
O que as empresas estão fazendo
Ao apresentar o case da Pravaler, Bruna Marques, explicou como a área de comunicação da empresa atua e se relaciona com seus parceiros. “Nossa frente de comunicação institucional envolve não só a comunicação interna como também employer branding e marca empregadora, além da frente de PR que fica com o marketing, além de cultura e engajamento, ou seja, trabalhamos esses temas de maneira muito próxima e isso impulsiona que a gente otimize muito mais nossos recursos e consiga gerar mais impacto”.
“Temos um relacionamento bacana com parceiros de benefícios internos, que promovem palestras e outros eventos a custo zero, que engajam nossos colaboradores. Também adaptamos nosso meetup para um novo formato que acaba gerando conteúdo em parceria com as comunidades de tecnologia, com impacto importante e de baixo custo”, contou Bruna.
A executiva contou que a área de Comunicação da Pravaler realiza frequentes encontros para gerar conteúdo e proximidade com seu público interno, organizam um quiz semanal com recompensas para gerar engajamento, reuniões remotas focadas em resultados, e outros eventos para engajar e ouvir colaboradores. “Entendemos a importância de priorizar nosso budget para eventos maiores e fazemos pesquisas de satisfação para analisarmos o que realmente faz sentido”, disse.
Atuando desde 2016 com empresas que visam comunicar projetos de impacto social como ONGs, institutos e fundações, Marcelo Douek sabe que o terceiro setor não possui grandes orçamentos. “Nosso desafio é ajudá-los a contar essas histórias transformadoras de uma maneira cada vez mais inteligente e eficiente para gerarem impactos positivos na sociedade”, afirmou o fundador da Social Docs, agência que capacita líderes e profissionais de comunicação a pensarem a partir dos princípios do storytelling e desenvolverem projetos de conteúdo – audiovisual, textos, digital.
Uma delas foi contada por Douek durante o encontro. Trata-se de um instituto que anualmente promove uma grande iniciativa de voluntariado, uma ação que mobiliza milhares de pessoas em várias cidades brasileiras. Mas os organizadores estavam frustrados por não conseguirem dar à história a magnitude que ela merecia, pois muitas ações não estavam sendo registradas e muitas histórias não estavam sendo contadas. Muito por conta da equipe enxuta.
“Nós precisávamos de uma solução diferente para engajar o pessoal e produzir conteúdo de toda a história. Então, pela primeira vez, unimos nossas expertises de treinamento e capacitação com nossa experiência em audiovisual. Foi aí que nasceu a campanha Dia do Bem Fazer 2022 e os próprios voluntários nos ajudaram a contar as histórias. A grande inovação foi olhar para essa campanha e transformá-la num programa de capacitação e empoderamento para a narrativa audiovisual”, contou o executivo.
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