Índice da Mastercard revela como os países estão enfrentando o desafio de superar as disparidades de gênero
As mulheres empreendedoras contam com melhores condições para prosperar nas economias mais desenvolvidas do mundo, conforme mostram os resultados da segunda edição do Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras (MIWE, na sigla em inglês). Em comparação com seus pares nos mercados emergentes, as proprietárias de empresas dos países desenvolvidos contam com um conjunto maior de recursos e oportunidades, incluindo acesso a capital, serviços financeiros e programas acadêmicos.
Em geral, o Índice mostra que as empreendedoras em desenvolvimento e as empresárias já estabelecidas continuam a progredir em todo o mundo apesar dos preconceitos culturais de gênero, que podem ser barreiras contra o avanço de seus negócios.
O estudo da Mastercard monitora o progresso e o desenvolvimento de mulheres empresárias e empreendedoras em 57 mercados que abrangem cinco regiões geográficas – Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Oriente Médio e África, e América do Norte. As mulheres brasileiras estão em uma posição única, sendo o país com os mais altos níveis de participação feminina nas empresas (mulheres proprietárias de negócios 27,2 pontos, 15° lugar). Esse fato coloca o Brasil acima da curva do benchmark do Índice.
As empreendedoras por necessidade são a maioria, sendo que quase metade são movidas por necessidade ou necessidade de subsistência (47,7%, 2º lugar) especialmente atribuído a combinação de falta de oportunidades de emprego e baixo PIB per capita levando a população a empreender. O preconceito de gênero também é percebido na baixa participação feminina em áreas como tecnologia da informação. Em comparação com os seus pares globais, as mulheres brasileiras estão com maior participação nas áreas de governo, saúde, educação e serviço social.
Recursos e investimentos
Embora exista pouca diferença entre homens e mulheres quando o assunto é o número de novos negócios abertos no Brasil, as mulheres parecem enfrentar mais dificuldades para fazer seus empreendimentos prosperarem. Os dados mostram que embora as mulheres representem a maioria dos novos empreendimentos (até 42 meses), os homens respondem pela maioria dos negócios estabelecidos (acima de 42 meses). Esse fenômeno pode estar associado a fatores como preconceito de gênero, menos credibilidade dada às mulheres no ambiente tradicional dominado por homens, dificuldade na obtenção de financiamento e dificuldade para conciliar as demandas da família e no negócio. O abandono de negócios liderados por mulheres devido à falta de financiamento é uma das mais altas do mundo (30,5%).
As mulheres são menos propensas a buscar ajuda em entidades de apoio e sindicatos e de acordo com a análise do ranking e alguns dos motivos estão associados a falta de conhecimento ou disponibilidade de informações sobre esses serviços (42,2%) ou não precisam (21,5%) ou não tem tempo (12,2%). Esse resultado mostra a necessidade de mais empenho em informar e capacitar os empreendedores para promover o sucesso de seus negócios no País. “As mulheres obtiveram avanços notáveis como proprietárias de empresas em todo o mundo, no entanto, não podemos ignorar o preconceito de gênero profundamente arraigado, que insiste em dificultar seu progresso. O Índice serve como um porta-voz para inspirar mudanças econômicas, políticas e sociais, e capacitar as mulheres a gerir negócios bem-sucedidos e viver a vida de forma mais gratificante”, disse Martina Hund-Mejean, CFO da Mastercard.
Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras – Os 10 mercados que dão mais apoio e oportunidades para as mulheres prosperarem como empreendedoras
- Nova Zelândia – 74,2
- Suécia – 71,3
- Canadá – 70,9
- Estados Unidos – 70,8
- Singapura – 69,2
- Portugal – 69,1
- Austrália – 68,9
- Bélgica – 68,7
- Filipinas – 68,0
- Reino Unido – 67,9
- Brasil – 61,1
Em geral, o Índice sugere que as mulheres empresárias parecem prosperar melhor nas economias mais desenvolvidas, como se pode ver nos três mercados do topo do Índice, Nova Zelândia (74,2 pontos, 1º), Suécia (71,3, 2º) e Canadá (70,9, 3º). Comparadas aos seus pares nos mercados emergentes, as mulheres empresárias em países desenvolvidos contam com um conjunto maior de recursos e oportunidades favoráveis, incluindo acesso a capital, serviços financeiros e programas acadêmicos.
No entanto, o Índice traz duas exceções notáveis a esta tendência. Por exemplo, os mercados desenvolvidos com fortes condições favoráveis não estão imunes ao preconceito cultural contra o empreendedorismo feminino. O Japão registrou a maior queda na pontuação do Índice (de 55,4 para 51,1, 46º lugar) causada por um declínio significativo nas taxas de atividade para mulheres empresárias (-30,9). Os resultados sugerem que esse declínio pode ser atribuído ao discurso dominante que enxerga as mulheres como inferiores aos homens, tanto em contextos sociais quanto corporativos.
Principais Insights
- Do que as empresas bem sucedidas precisam para sobreviver? Uma poderosa combinação de acesso a serviços e produtos financeiros; facilidade de fazer negócios; forte apoio às PME e governança de qualidade, como visto na Nova Zelândia (74,2 pontos, 1º), Suécia (71,3, 2º), Canadá (70,9, 3º), Estados Unidos (70,8, 4º)e Singapura (69,2, 5º), que ocupam os cinco primeiros lugares no Índice.
- O empreendedorismo é visto como uma passagem para o mundo das oportunidades para as mulheres, como mostrado em mercados como Filipinas (68,0, 9º), Botsuana (66,5, 14º), Tailândia (65,8, 15º), Polônia (65,4, 19º) e Costa Rica (65,0, 20º).
- A Coréia (de 53,2 para 57,2, 44º)registrou a maior melhoria na pontuação do Índice impulsionada pelo aumento nas atividades empresariais.
- O progresso das mulheres empresárias foi atrasado por um ou mais obstáculos em quase todas as 57 economias monitoradas pelo Índice. Tais obstáculos são, em grande parte, o resultado de percepções calcadas em preconceito de gênero que contribuem para a baixa aceitação social e cultural, falta de autoconfiança e dificuldade de acesso a financiamento ou capital de risco.
- Na verdade, a baixa autoconfiança pode ser especialmente poderosa em dissuadir as mulheres de abrir seus próprios negócios. No entanto, existem exceções. Na Colômbia (63,6), por exemplo, a maioria das mulheres acredita ter as habilidades e os conhecimentos para começar um negócio. O número é superior à média registrada na América Latina e no Caribe (59,5).
- No entanto, onde há vontade, há um caminho. Em mercados orientados pela necessidade, como Indonésia (62,4, 30º), Gana (61,5, 33º), Brasil (61,1, 35º), México (60,2, 38º), Uganda (57,6, 43º) e Nigéria (56,4, 45º), as mulheres são tão propensas quanto os homens a serem empreendedoras. Elas são geralmente autônomas, provavelmente informais, menos tecnológicas e de pequena escala.
Para ver o estudo completo clique aqui.
Metodologia
O Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras monitora a capacidade que as mulheres empreendedoras têm de capitalizar as oportunidades oferecidas pelas condições favoráveis locais e é a soma ponderada de três componentes: 1) Resultados do avanço da mulher (grau de preconceito contra as mulheres como participantes da força de trabalho, líderes políticas e empresariais, bem como a força financeira e a inclinação empresarial das mulheres), 2) Ativos de conhecimento e ativos financeiros (grau de acesso que as mulheres têm aos serviços financeiros básicos, a recursos de conhecimento avançados, e suporte a pequenas e médias empresas) e 3) Condições empresariais favoráveis (percepções gerais sobre a facilidade na condução de negócios localmente, qualidade da governança local, percepção que as mulheres têm dos níveis de segurança e percepção cultural da influência financeira das mulheres no lar).
O Índice emprega 12 indicadores e 25 subindicadores para saber como as 57 economias na Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África, América do Norte, América Latina e Europa, representando 78,6% da força de trabalho feminina mundial, diferem quanto aos três componentes analisados.
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