11 de janeiro de 2024

Imagem corporativa deve receber mais investimentos das empresas em 2024

Um dos caminhos que está sendo desenvolvido é o marketing de influência corporativo, que transforma o funcionário em influencer da empresa
Freepik

Uma das prioridades das empresas para este ano é o aumento do aporte de investimentos em suas imagens corporativas por meio de ações e de ferramentas de marketing digital. Estudos apontam que organizações de grande porte, por exemplo, estão empenhadas em serem mais vistas, mais reconhecidas pelo público e alcançarem mais clientela.

Um dos caminhos que está sendo desenvolvido nesse sentido é o marketing de influência corporativo, que transforma o funcionário em influencer da empresa. Dessa forma, os colaboradores passam a ser porta-vozes da marca, engajando os colegas de trabalho, internamente, e divulgando as ações da organização para que outras pessoas a conheçam, externamente.

Os especialistas esclarecem que, com os negócios gerados por criadores de conteúdo, as companhias perceberam que não apenas influenciadores digitais convencionais poderiam ter esse nível de persuasão em relação a uma marca. Pessoas comuns, como os colaboradores que têm conhecimento sobre a empresa em que atuam, também têm esse poder de influência e de entregar informação.

Conforme o fundador e CEO da startup especializada em ações com influenciadores digitais, Inflr, Thiago Cavalcante, em entrevista à imprensa, essa dinâmica gera benefícios tanto para a companhia quanto para os seus funcionários. As marcas passam a usufruir de um canal gratuito de audiência em que quanto maior o público, mais vantagens para a organização. Além disso, enriquecem o employer branding – do inglês, marca empregadora –, estratégia de marketing digital que desperta uma percepção positiva da marca e atrai potenciais funcionários.

Já os colaboradores incrementam seus currículos, ganham experiência e passam a ser ainda mais requisitados por outras empresas por atuarem com divulgação da marca. Para isso, é importante que eles saibam se comunicar, tenham habilidades de criação e apresentação de conteúdo e aptidão para mídias sociais.

Alguns exemplos de empresas que adotaram essas atividades incluem a Riachuelo, que conta com 19 funcionários “influencers Rchlovers”, de cargos que vão desde costureiras até especialistas. A equipe trabalha com pautas mensais orientadas por um time de comunicação para criar conteúdos e divulgá-los em canais internos e externos.

A Pepsico, com seus colaboradores PEPnfluencers, convida todos os funcionários da empresa a participarem do programa. Eles são incentivados a darem depoimentos em texto ou vídeo sobre o dia a dia no trabalho. A Nestlé também conta com um time de colaboradores influencers, que fala sobre a organização nas mídias a partir de suas experiências.

Marketing de influência alimenta a relação entre marcas e público 

De acordo com a terceira edição da pesquisa “ROI e Influência”, realizada pelo YouPix em parceria com o AlgoritmCOM, todas as 94 empresas ouvidas de diferentes segmentos afirmaram que o marketing de influência é relevante e faz parte de suas estratégias. O crescente valor atribuído ao marketing de influência indica mais compromisso com a imagem corporativa.

O movimento mobilizou cifras significativas. Conforme o estudo, a quantidade de organizações investindo mais de R$ 5 milhões na estratégia tem aumentado. Para se ter uma ideia, segundo projeções do Statista Indiem, o mercado de marketing de influência movimentará globalmente US$ 13,8 bilhões.

Para além de gerar dinheiro e movimentar negócios, o potencial do marketing de influência já conta com um ecossistema de companhias e ferramentas que alimentam a relação entre criadores, marcas e público. Segundo o levantamento Inside Martech Report, do Distrito, de um montante de 740 martechs, 25 atuam de forma exclusiva com marketing de influência no Brasil. Juntas, elas somaram US$ 279,9 mil em investimentos de venture capital.

Os dados evidenciam que a influência não é uma estratégia isolada, mas está integrada a um conjunto de práticas e ferramentas. Essa interconexão mostra o papel essencial da construção da imagem corporativa nas estratégias de negócios, o que justifica o aumento nos investimentos que buscam otimizar essas práticas em 2024.

Nesse sentido, especialistas apontam que, para o alcance do sucesso de qualquer negócio, é importante observar qual a percepção que o público tem da marca – se possui credibilidade e confiabilidade no mercado, por exemplo. A partir desta análise, é possível investir em autenticidade, autoridade, conexões e imagem.

Com isso, cria-se uma estratégia consistente para construir e gerir uma marca pessoal de maneira sólida.

Como gerir a marca pessoal

Um fator importante na gestão da marca pessoal é o investimento na ampliação de conhecimentos, de maneira que os gestores e os funcionários se aprofundem nos temas do negócio e tenham cada vez mais credibilidade e propriedade para discursar a respeito. Esse aspecto é especialmente importante no contexto do marketing de influência, já que os colaboradores precisam ter propriedade para falar sobre os projetos e eventos da empresa.

Para isso, é importante não criar apenas personagens, mas sim explicar de forma clara o propósito de trabalho da empresa. Além disso, é indicado criar parcerias para projetos e networking e expandir a imagem no meio digital.

Redes sociais, como o Linkedin, por exemplo, podem ser um pontapé, já que esta é uma mídia profissional de alcance relevante. Assim, a ideia é que os influenciadores corporativos possam divulgar as atividades da companhia da forma mais espontânea e menos publicitária possível.

Os clientes, cada vez mais, utilizam as redes sociais para fechar negócios, por isso é tão importante manter cuidados com a reputação digital. Esta imagem é diretamente influenciada por informações encontradas de modo online, como postagens, comentários ou avaliações no site.

Em geral, as marcas precisam se conectar com o seu público-alvo de maneira eficaz, ampliando seus canais e formatos. Assim, é possível estabelecer uma interação constante com seus clientes por meio dos conteúdos produzidos e publicados. Essa dinâmica ajuda a demonstrar que as opiniões dos consumidores são importantes para o seu crescimento, aumentando a percepção perante o público e gerando cada vez mais credibilidade e confiabilidade.

Influenciadores corporativos podem se beneficiar de vídeos curtos

Estudos da KPMG mostram que o público da internet busca saber mais sobre um produto ou marca assistindo a vídeos. Nas redes sociais, os vídeos divulgados geram 1200% mais compartilhamentos se comparados a posts que combinam textos e imagens. Isso acontece principalmente pela facilidade de consumir vídeos curtos. Influenciadores corporativos podem se beneficiar com esse formato.

Vídeos de até 15 segundos possuem taxa de conclusão de 55%, quando comparados a vídeos de mais de 30 segundos, que apenas 35% do público assiste até o final. Nesse sentido, para usufruir do poder das redes sociais e da interação com seus clientes, uma opção atrativa para as corporações é utilizar cortes de videocasts. Esse formato permite a divulgação de seus negócios e a manutenção da reputação digital.

O videocast dispõe de uma experiência visual e interativa, combinando a narrativa verbal do formato de podcast com os elementos visuais dos vídeos. Isso proporciona maior riqueza de detalhes e dados e envolvimento no assunto abordado, o que também contribui para a construção e validação da imagem corporativa.

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