Grupo LGBT amplifica própria voz inspirado em comunicação interna do Banco do Brasil
Há vários anos, a diversidade está em pauta no Banco do Brasil. Em 2017, especialmente, a empresa elegeu equidade de gênero e diversidade como um dos eixos prioritários em sua estratégia de atuação em comunicação (ao lado de crédito, atendimento, mundo digital, agronegócio, entre outros). Isso significou que o tema passou a estar presente permanentemente na pauta de comunicação interna – e com peso. A pauta inaugural sobre o tema no ano anunciou a primeira grande ação de 2017 em respeito à diversidade: a normatização do nome social de funcionários transgêneros – o primeiro banco brasileiro a fazê-lo. Em 27 de janeiro, o Banco soltou um comunicado pela Agência de Notícias do BB (veículo voltado à comunicação interna da empresa). O pioneirismo da ação acabou por chamar a atenção da mídia e a pauta teve ampla repercussão em veículos de imprensa e diversos funcionários passaram a compartilhar a hashtag #OrgulhoBB em referência à comunicação estratégica do BB.
“Havia um sentimento de que estávamos sozinhas, mas a partir da matéria sobre autorização de uso de nome social, passamos a nos perceber enquanto grupo, com objetivo de apoio mútuo e um sentimento de pertencimento. Isso foi crescendo, formando vínculos e hoje somos mais de 200 funcionários e funcionárias, lutando por nossas causas e comemorando as pequenas vitórias do dia a dia”, conta Alexandra Castro, que trabalha no Banco do Brasil, ao lado de esposa de Rafa Silveira, analista de tecnologia também no Banco. Rafa, nascido Jonatan, depois da repercussão interna das notícias, percebendo a aceitação e respeito pela empresa, deixou de lado o conjunto calça e camiseta como uniforme de trabalho e adotou o salto alto, já pertencente à sua identidade. “Ainda tem uns olhares estranhos, mas a gente percebe uma evolução nas reações positivas”, pondera Rafa.
“Apoiar a diversidade é da conta de todos nós”
Também no início do ano foi criado um grupo de LGBTs do BB, com o objetivo de dar voz a todos que fazem parte do banco. “O grupo foi criado para que as pessoas possam compartilhar suas vivências e tenham um lugar de apoio e acolhimento”, conta Theo Linero, assessor empresarial da Unidade de Captações e Investimentos do BB e articulista para o Valor Econômico e outros veículos do mercado financeiro.
Sentindo-se respeitados e acolhidos pela empresa a partir da comunicação interna institucional do Banco do Brasil, os mais de 200 funcionários e funcionárias que fazem parte do grupo organizam encontros semanais, para debates e discussões da pauta que “não trata de privilégios, mas de respeito”, como diz Theo. O grupo distribuiu em todo o país, em eventos internos do Banco, filipetas explicativas sobre o tema, destacando a importância de discutir temas LGBTs dentro da empresa.
Empresas que cultivam a diversidade alcançam mais resultados
De acordo com pesquisas feitas pelo grupo, “organizações que consideram a diversidade no recrutamento entregam resultados melhores do que organizações ‘não-diversas’. Apostar em diversidade é apostar em enriquecimento cultural para a empresa. Pessoas com origens, crenças e etnias distintas e oriundas de classes sociais diferentes, quando partilham de um mesmo propósito, oferecem uma abordagem múltipla e rica, encontrando soluções que não seriam possíveis se todos tivessem vivências parecidas”.
Midiane Brasileiro, atendente na Central de Atendimento do BB (CABB) em São José dos Pinhais (PR), faz parte do grupo LGBT do BB desde maio. Ela é uma das lideranças regionais e comenta que o grupo organiza, inclusive, estudos para certificações técnicas bancárias, a fim de melhorar a qualificação profissional dos funcionários e, assim, aumentar a representatividade em cargos da empresa.
Rodrigo Barbosa, escriturário na agência Setor Público Rio de Janeiro, foi um dos primeiros funcionários a fazer parte do grupo LGBT do BB. Ele relata que é responsável por uma espécie de curadoria de conteúdo, selecionando links de matérias externas que sejam relacionadas à diversidade no mercado de trabalho, para compartilhar com os colegas. “É a pegada do banco, de conhecer, acolher e respeitar. Essa posição tão firme do BB mostra que isso não tem volta. É um valor inegociável, tem que ser assim. Diversidade diz respeito a todos nós”, afirma Rodrigo. Ele resume que cultura não se muda da noite para o dia na sociedade, que o mundo corporativo é um reflexo desta, mas que o grupo tem espaço aberto para discussão e para ajudar quem precisa.
Confira parte do material didático distribuído pelo grupo e pela comunicação interna do BB para ampliação de debates sobre equidade de gênero e diversidade:
Destaques
- Retrospectiva Aberje 2024: mundo em crise e transição
- Tema do Ano “Comunicação para a Transição” é renovado para 2025
- Valor Setorial Comunicação Corporativa 2024 analisa importância das conexões e da transparência na Comunicação
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- Web Summit Lisboa 2024: Inovação e ética em um futuro moldado pela IA
ARTIGOS E COLUNAS
Carlos Parente Na comunicação, caem por terra influencers sem utilidade e erguem-se, aos poucos, os curadores de conteúdoGiovanni Nobile Dias Como você tem nutrido seu cérebro?Marcos Santos Por tempos melhoresThiago Braga O impacto de modernizar a Comunicação Interna em uma grande indústriaGiovanni Nobile Dias O alarmante retrato da leitura no país
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Grupo LGBT amplifica própria voz inspirado em comunicação interna do BB
“Havia um sentimento de que estávamos sozinhas, mas a partir da matéria sobre autorização de uso de nome social, publicada em janeiro na Agência de Notícias do BB (veículo voltado à comunicação interna da Empresa), passamos a nos perceber enquanto grupo, com objetivo de apoio mútuo e um sentimento de pertencimento. Isso foi crescendo, formando vínculos e hoje somos mais de 200 funcionários e funcionárias, lutando por nossas causas e comemorando as pequenas vitórias do dia a dia”, conta Alexandra Castro, que trabalha no Banco do Brasil, ao lado de esposa de Rafa Silveira, analista de tecnologia também no Banco. Rafa, nascido Jonatan, depois da repercussão interna das notícias, percebendo a aceitação e respeito pela empresa, deixou de lado o conjunto calça e camiseta como uniforme de trabalho e adotou o salto alto, já pertencente à sua identidade. “Ainda tem uns olhares estranhos, mas a gente percebe uma evolução nas reações positivas”, pondera Rafa.
“Apoiar a diversidade é da conta de todxs nós”
Há vários anos, a diversidade está em pauta no Banco do Brasil. Mas em 2017, a empresa elegeu equidade de gênero e diversidade como um dos eixos prioritários em sua estratégia de atuação em comunicação (ao lado de crédito, atendimento, mundo digital, agronegócio, entre outros). Isso significaria que o tema passou a estar presente permanentemente na pauta de comunicação interna – e com peso. A pauta inaugural sobre o tema no ano anunciou a primeira grande ação de 2017 em respeito à diversidade: a normatização do nome social de funcionários transgêneros – o primeiro banco brasileiro a fazê-lo. Em 27 de janeiro, o Banco divulgou matéria sobre isso e o legal foi que o tema não ficou restrito ao ambiente interno. Funcionários trans foram personagens da reportagem. O pioneirismo da ação acabou por chamar a atenção da mídia e a pauta teve ampla repercussão em veículos de imprensa, assim como diversos funcionários passaram a compartilhar a hashtag #OrgulhoBB em referência à comunicação estratégica do BB.
Contribuir para dar voz a todos faz parte das intenções do Banco, bem como do grupo LGBTs do BB, criado no início do ano, a partir de matérias publicadas na Agência de Notícias do Banco. “O grupo foi criado para que as pessoas possam compartilhar suas vivências e tenham um lugar de apoio e acolhimento”, conta Theo Linero, assessor empresarial da Unidade de Captações e Investimentos do BB e que, inclusive, é fonte conhecida no mercado financeiro, tendo assinado artigos para o Valor Econômico, por exemplo, neste ano, com dicas de investimentos.
Se sentindo respeitados e acolhidos pela Empresa a partir da comunicação interna institucional do Banco do Brasil, os mais de 200 funcionários e funcionárias que fazem parte do grupo organizam encontros semanais, para debates e discussões da pauta que “não trata de privilégios, mas de respeito”, como diz Theo. O grupo distribuiu em todo o país, em eventos internos do Banco, filipetas explicativas sobre o tema, destacando a importância de discutir temas LGBTs dentro da Empresa.
Empresas que cultivam a diversidade alcançam mais resultados
De acordo com pesquisas feitas pelo grupo, “organizações que consideram a diversidade no recrutamento entregam resultados melhores do que organizações “não-diversas”. Apostar em diversidade é apostar em enriquecimento cultural para a empresa. Pessoas com origens, crenças e etnias distintas e oriundas de classes sociais diferentes, quando partilham de um mesmo propósito, oferecem uma abordagem múltipla e rica, encontrando soluções que não seriam possíveis se todos tivessem vivências parecidas”.
Midiane Brasileiro, atendente na Central de Atendimento do BB (CABB) em São José dos Pinhais (PR), faz parte do grupo LGBT do BB desde maio. Ela é uma das lideranças regionais, como multiplicadora das estratégias e comenta que o grupo organiza, inclusive, estudos para as certificações técnicas bancárias, para que consigam maior representatividade em cargos da empresa através da qualificação profissional. “O ambiente é muito plural e o Banco lembrar dessas ditas ‘minorias’ mostra que há interesse em todo o capital humano”, comenta ela.
Rodrigo Barbosa, escriturário na agência Setor Público Rio de Janeiro, foi um dos primeiros funcionários a fazer parte do grupo LGBT do BB. Ele relata que é responsável por uma espécie de curadoria de conteúdo, selecionando links de matérias externas que sejam relacionadas à diversidade no mercado de trabalho, para compartilhar com os colegas. “É a pegada do Banco, de conhecer, acolher e respeitar. Essa posição tão firme do BB mostra que isso não tem volta. É um valor inegociável, tem que ser assim, Diversidade diz respeito a todos nós”, afirma Rodrigo. Ele resume que cultura não se muda da noite para o dia na sociedade como um todo, que o mundo corporativo é um reflexo da sociedade, mas que o grupo tem espaço aberto para discussão e para ajudar quem precisa de ajuda, em relação ao preconceito.
Confira parte do material didático distribuído pelo grupo e pela comunicação interna do BB para ampliação de debates sobre equidade de gênero e diversidade:
Destaques
- Retrospectiva Aberje 2024: mundo em crise e transição
- Tema do Ano “Comunicação para a Transição” é renovado para 2025
- Valor Setorial Comunicação Corporativa 2024 analisa importância das conexões e da transparência na Comunicação
- Aberje participa de jantar comemorativo dos 25 anos da Fundação Gol de Letra
- Web Summit Lisboa 2024: Inovação e ética em um futuro moldado pela IA
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