Fundação Grupo Volkswagen celebra 45 anos e anuncia nova estratégia
Em um movimento estratégico para ampliar seu impacto social no Brasil, a Fundação Grupo Volkswagen (FGVW) anuncia a Mobilidade Social como sua causa prioritária, marcando um novo capítulo em seus 45 anos de história, comemorados hoje (3 de julho). A decisão, fruto de um extenso planejamento estratégico e diagnósticos socioterritoriais empreendidos ao longo do último ano, marca um novo capítulo na trajetória da instituição, que, desde 1979, realiza e apoia ações sociais e educacionais com recursos de um fundo constituído pela Volkswagen. Atualmente, fazem parte dos órgãos de governança da Fundação representantes da Volkswagen do Brasil, Volkswagen Caminhões e Ônibus e Volkswagen Financial Services, além de duas conselheiras independentes.
O anúncio foi feito na segunda-feira (1/7) durante o evento de comemoração dos 45 anos da Fundação Grupo Volkswagen. O encontro reuniu convidados que participaram de uma aula magna, mesas redondas e bate-papos sobre temas como mobilidade social, investimento social privado, inclusão produtiva de grupos minorizados, diversidade e combate às desigualdades sociais.
Esse novo posicionamento está alinhado com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), proporcionando à Fundação um planejamento estruturado para gerar impacto e deixar legados duradouros.
“Sob o propósito ‘Juntos pela mobilidade social’, redefinimos territórios prioritários de atuação, público-alvo e portfólio de programas e projetos, visando à ampliação do nosso impacto e legado. Nos últimos 10 anos, a Fundação já investiu mais de R$ 100 milhões em iniciativas socioeducacionais no Brasil e, para 2024, estamos aplicando mais de R$ 16 milhões em recursos próprios nas comunidades em que estamos presentes”, afirma Douglas Pereira, Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Grupo Volkswagen e Vice-Presidente de Recursos Humanos da Volkswagen do Brasil e América do Sul.
Mobilidade Social é o processo em que indivíduos ou grupos transitam entre diferentes posições socioeconômicas, podendo subir ou descer na escala social. A Fundação Grupo Volkswagen escolheu essa causa única como resposta ao desafiador cenário brasileiro relacionado a este tema. Isso porque, a desigualdade social e a concentração de renda dificultam a ascensão social da maioria dos brasileiros. O acesso desigual à educação de qualidade e as barreiras no mercado de trabalho são obstáculos importantes.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o 1% mais rico da população brasileira concentra quase um terço da renda nacional. Um estudo do Laboratório das Desigualdades Mundiais da Escola de Economia de Paris, publicado em 2021, revela que a metade mais pobre do Brasil possui menos de 1% da riqueza total, enquanto os 10% mais ricos detêm cerca de 80% do patrimônio privado. Além disso, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destaca que a mobilidade social no Brasil é uma das mais restritas do mundo, exigindo nove gerações para que os mais pobres alcancem a classe média.
“Após 45 anos de história, essa mudança representa um comprometimento ainda maior com a promoção da equidade no Brasil. A concentração de renda e a falta de oportunidades impedem que milhões de brasileiros alcancem todo o seu potencial. Acreditamos que a inclusão produtiva, por meio do empreendedorismo e da empregabilidade, aliada ao fortalecimento das capacidades locais e à assistência social, é o caminho mais efetivo para promover a justiça social e a igualdade de oportunidades no país”, comenta Vitor Hugo Neia, Diretor-Superintendente e de Relações Institucionais da Fundação Grupo Volkswagen.
Neste cenário de reposicionamento estratégico, a instituição redefiniu seu portfólio de programas e projetos em um processo que concentrou seus esforços em iniciativas que promovem a inclusão produtiva, com foco na geração de renda; o fortalecimento das capacidades locais para o desenvolvimento comunitário; e a assistência social para o acesso a direitos, uma conjunção visando a redução das desigualdades sociais.
Projetos como ‘Costurando o Futuro’, ‘Carretas do Conhecimento’ e ‘CO.DE School’, focados na inclusão produtiva, foram mantidos e estão sendo reformulados. Editais e ações de voluntariado também estão sendo atualizados para se adequarem às realidades locais. Além disso, novos programas estão sendo planejados, incluindo iniciativas para fortalecer Conselhos Municipais, como o Conselho da Criança e do Idoso, e outras ações voltadas à inclusão produtiva e ao fortalecimento de organizações sociais comunitárias. A estratégia para as comunidades definidas será desenvolvida até 2030, com a implantação dos projetos acontecendo em fases.
Para maximizar o impacto de suas ações, a Fundação definiu três territórios prioritários com base em critérios de vulnerabilidade social e proximidade com as fábricas e unidades de negócio do Grupo Volkswagen no Brasil: São Bernardo do Campo, SP (região do Montanhão), Jabaquara (Favela Alba) em São Paulo, SP, e Resende, RJ (região das Barras). Em São Bernardo, a área do pós-Balsa, que inclui propriedades rurais, comunidades de pescadores e indígenas, também receberá atenção especial. Nessas localidades, serão feitos investimentos significativos e implementados projetos de longo prazo focados em inclusão produtiva, promovendo empregabilidade, empreendedorismo, fortalecimento das capacidades locais e assistência social.
Paralelamente, a Fundação continuará suas atividades em outras regiões onde o Grupo Volkswagen possui presença: Salvador (BA), São Carlos (SP), São José dos Pinhais (PR), Taubaté (SP) e Vinhedo (SP), com iniciativas de mobilização e apoio social, incluindo campanhas de voluntariado, doações e financiamento a projetos comunitários.
Já em relação ao público-alvo, a instituição definiu como prioridade mulheres de todas as idades e jovens negros de 16 a 24 anos. A escolha baseia-se nas demandas e características dos territórios de atuação e em estudos que indicam um impacto mais significativo na mobilidade social quando se foca nesses grupos. Em seguida, serão priorizados outros públicos minorizados, como a comunidade LGBTI+, homens negros de outras faixas etárias, comunidades indígenas e pessoas com deficiência. Por fim, será considerada a renda, com foco em famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. “Assim, diversidade, equidade e inclusão se tornam critérios essenciais para a atuação da Fundação Grupo Volkswagen”, diz Vitor Neia.
A organização tem como principal objetivo gerar um impacto significativo na mobilidade social nos territórios onde atua, de forma sustentável e com a participação ativa das comunidades. Nesta nova fase, os esforços se concentrarão na promoção da inclusão produtiva, criando oportunidades para aumentar a renda por meio da empregabilidade formal ou do empreendedorismo. Além disso, essa estratégia envolve outras duas linhas pragmáticas que se integram e complementam a inclusão produtiva: fortalecimento das capacidades locais, com foco no desenvolvimento comunitário e das organizações sociais de base comunitária, e assistência social para o acesso a direitos.
A Fundação adota uma jornada estruturada em diversas etapas para garantir a inclusão produtiva e a mobilidade social de seus públicos prioritários. Inicialmente, são mapeados os interesses, vocações e demandas dos beneficiários e suas comunidades. Em seguida, oferece qualificação profissional adequada, com apoio como bolsas de estudo e materiais necessários, garantindo acesso e permanência nos programas. “A jornada é dividida em etapas bem definidas, desde a qualificação até a entrada e progresso no mercado de trabalho, com suporte adicional para minimizar barreiras no aprendizado. Após a qualificação, também apoiaremos a inserção no mercado de trabalho e acompanharemos os beneficiários para assegurar a permanência e ascensão na carreira, promovendo uma mobilidade social duradoura,” explica Vitor Hugo Neia.
Além disso, será implementada uma estratégia para que o empreendedorismo se desenvolva nas regiões atendidas de forma justa e digna, desde a formalização até o crescimento dos negócios comunitários. Dessa forma, a Fundação oferecerá formações que incluem desde aspectos mais básicos, como documentação e precificação de produtos e serviços, até estratégias de marketing digital, impostos e planejamento financeiro, por exemplo. Outro fator importante nesse sentido é o suporte financeiro, que pode se dar por capital semente, iniciativas de microcrédito e outras estratégias de financiamento.
Como próximo passo para medir o impacto de suas iniciativas, a Fundação Grupo Volkswagen planeja implementar seu próprio Índice de Desenvolvimento Comunitário. Esse índice monitorará indicadores como geração de renda, empregabilidade e surgimento de novos negócios.
“A medição visa não apenas avaliar a efetividade dos projetos, mas também orientar decisões estratégicas sobre a continuidade ou conclusão das atividades da Fundação em determinados territórios no futuro. Essa análise permitirá ajustes e melhorias contínuas, garantindo que os objetivos de mobilidade social sejam alcançados de maneira sustentável, criando legados”, esclarece Vitor Hugo Neia.
A Fundação também adotará inovação social, integrando metodologias colaborativas e tecnologias avançadas na co-criação de soluções comunitárias. O objetivo é fortalecer a autonomia das comunidades, permitindo uma transição sustentável em que possam assumir e expandir esse legado com o apoio necessário.
“Medir o impacto a longo prazo é crucial para garantir que não se crie uma relação de dependência das comunidades em relação à Fundação. Em vez disso, a meta é preparar essas comunidades para continuar seu desenvolvimento de forma autônoma, promovendo um ciclo virtuoso de crescimento e independência, sempre com respeito, diálogo e planejamento”, finaliza.
Ao abraçar a mobilidade social como seu propósito e causa prioritária, a Fundação também atualizou sua marca. A nova identidade visual celebra o legado de sua história e reforça a conexão entre as três novas linhas de atuação: inclusão produtiva, assistência social e fortalecimento das capacidades locais. Juntas, as três linhas do símbolo são a base de uma figura geométrica que remete a uma pessoa de braços abertos.
Além disso, em parceria com a agência de comunicação Grupo Trama Reputale, a Fundação está lançando seu vídeo manifesto que sintetiza a importância da mobilidade social para o Brasil e como a organização atuará a partir de seu novo propósito Juntos Pela Mobilidade Social. Clique aqui e assista ao vídeo manifesto no canal da Fundação no Youtube.
Destaques
- Retrospectiva Aberje 2024: mundo em crise e transição
- Tema do Ano “Comunicação para a Transição” é renovado para 2025
- Valor Setorial Comunicação Corporativa 2024 analisa importância das conexões e da transparência na Comunicação
- Aberje participa de jantar comemorativo dos 25 anos da Fundação Gol de Letra
- Web Summit Lisboa 2024: Inovação e ética em um futuro moldado pela IA
ARTIGOS E COLUNAS
Carlos Parente Na comunicação, caem por terra influencers sem utilidade e erguem-se, aos poucos, os curadores de conteúdoGiovanni Nobile Dias Como você tem nutrido seu cérebro?Marcos Santos Por tempos melhoresThiago Braga O impacto de modernizar a Comunicação Interna em uma grande indústriaGiovanni Nobile Dias O alarmante retrato da leitura no país