Fórum Clima & Saúde aborda a questão das mudanças climáticas que afetam a saúde de todos
Editora Globo e Albert Einstein reúnem especialistas em diversas áreas para debater o efeito das mudanças climáticas na saúde em todo o planeta
A fim de discutir como as alterações do meio ambiente afetam a saúde e contribuir para mudar esse cenário, a Editora Globo em parceria com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, associada à Aberje, realizaram, no dia 18 de maio, o Fórum Clima & Saúde, que reuniu especialistas em diferentes áreas. O encontro foi transmitido ao vivo pelos jornais Valor Econômico e O Globo via Youtube.
Ao iniciar o evento, o presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, Sidney Klajner, alertou para os impactos das mudanças climáticas para a saúde. “São impactos que exigem medidas imediatas de países, governos, organizações em geral, que sejam do setor público ou do privado. Não são previsões alarmistas de futuro; são impactos que nós já estamos vivendo e que irão se agravar caso nada ou muito pouco for feito”.
A OMS estima que entre 2030 e 2059, as mudanças climáticas serão responsáveis por 250 mil mortes adicionais por ano por desnutrição, malária, diarréia ou estresse por calor e que os custos diretos dos danos à saúde superação os US$ 2 bilhões por ano até 2030. “Há urgência na adoção de medidas e disponibilidade de investimentos para combater as mudanças climáticas e os impactos à nossa saúde”, ponderou Klajner.
O professor Dr. Don Bewrick, presidente emérito e senior fellow do Institute for Healthcare Improvement, uma das grandes lideranças globais na área da saúde, afirma que o impacto das mudanças climáticas à saúde é real. “A pandemia nos alertou quanto à emergência desses impactos. Precisamos tomar conta disso e prestar atenção no que está acontecendo em relação a nossa saúde e a das gerações futuras”, iniciou.
“Há líderes e organizações no mundo que estão tendo a iniciativa de fazer a descarbonização até o nível zero. Nos Estados Unidos, nós temos uma meta de 50% a menos de descarbonização até 2050. Eu acho que isso ainda é muito lento, mas algumas organizações de saúde estão sobrecarregadas por causa da Covid, além de passarem por uma crise financeira e com os problemas causados pelo Burnout com tudo isso”.
O papel das organizações na Saúde
Entender a entrega de soluções inovadoras e sustentáveis para resolver os problemas de saúde no mundo não se trata apenas na entrega de medicamentos. Este é o pensamento de Simone Tcherniakovsky, diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Novo Nordisk. “Temos que pensar em soluções escaláveis e soluções através de parcerias público-privadas, com startups ou outros organismos, porque o problema das doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e obesidade, é tão grave que já são consideradas como doenças epidêmicas”.
A executiva frisa que é preciso pensar na questão dos determinantes sociais, culturais e ambientais. “Existem programas que visam mapear como o diabetes cresce nas cidades porque é sabido que está crescendo o número de casos dessa doença. E por quê? Descobriu-se que há um determinante ambiental nessa relação”, conta Simone. “As organizações precisam entender o seu papel de uma maneira mais ampla”, complementa.
“É impossível falar de saúde sem falar de um sistema mais amplo à sua volta”, comenta Henrique Neves, CEO do Hospital Albert Einstein. “Nos últimos anos mudou muito o papel do indivíduo nas organizações. O mundo mudou muito nas últimas décadas e acho que as organizações têm uma necessidade de repensar a sua relação com os indivíduos de uma forma mais profunda”, destaca.
“Ao longo desse exercício, começamos a perceber que, se tivéssemos uma atenção muito focada no bem-estar do colaborador, seria muito mais fácil cumprirmos nosso objetivo. Essa sequência de eventos criou uma nova relação entre a organização e a força de trabalho, pois num momento difícil, conseguimos ter uma melhoria do clima dentro da organização”, conta Neves. “Hoje, isso é fundamental nas organizações modernas, que percebam a saúde do colaborador como um ativo importante”, completa.
Entre as reflexões de Carolina Learth, head de Sustentabilidade do Santander sobre o papel das organizações e o que precisa ser feito para trabalhar o tema da saúde é a conexão entre sustentabilidade e saúde. “É o que deve guiar o que vamos fazer daqui pra frente. Provamos disso na pandemia mas provamos isso todos os dias com a Amazônia, por exemplo, com artigos científicos e dados para que a gente possa tomar decisões. Devemos levar a ciência muito a sério e tudo o que ela pode prover para tomarmos as melhores decisões”, analisa.
Outros pontos destacados por Carolina são a cooperação e a liderança. “A questão da cooperação é muito importante e isso ficou claro durante a pandemia. Quanto à liderança, penso que precisamos de mais lideranças neste país. Como podemos nos conectar com as novas lideranças e conhecimentos que estão sendo gerados? Quem são as pessoas que vão transformar o nosso mundo daqui pra frente?”, provoca a executiva.
Assista ao fórum na íntegra:
Destaques
- Antônio Calcagnotto passa a integrar o Conselho Consultivo da Aberje
- Segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias discute sustentabilidade e desenvolvimento
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