Evento “Lab de comunicação para a energia” debate o papel da Comunicação no setor elétrico em meio à transição energética
Na quarta-feira (14), o evento “Lab de comunicação para a energia – O Papel da Comunicação das empresas do setor elétrico mediante o desafio de abordar e engajar sobre a transição energética”, realizado na sede da Aberje, em São Paulo, reuniu lideranças de Comunicação do setor elétrico para discutir o papel da área na transição energética. O encontro, patrocinado pela ENGIE Brasil, reuniu Aclelio Camargo Jr., gerente de Marketing da Companhia Paranaense de Energia (Copel); Leandro Provedel, gerente de Comunicação e Marca da ENGIE Brasil; e Renata Petrocelli, gerente executiva de Marca, Marketing e Reputação da Eletrobras. A mediação foi conduzida por Leonardo Zanelli, diretor executivo da FSB.
Na abertura, Douglas Cantu, gerente de eventos da Aberje, cumprimentou os presentes e agradeceu aos participantes, lembrando a todos do tema da Aberje para 2024, “comunicação para a transição”. Leandro Provedel iniciou o debate ressaltando a importância de pensar na cadeia de produção, transmissão e distribuição de energia. “Nós sentimos falta da energia justamente no blecaute, mas não pensamos na cadeia que envolve todo o processo”, afirmou. Ele observou que o setor elétrico, historicamente marcado pelo monopólio estatal, não se comunicava de maneira eficaz, mas que a entrada do capital privado está mudando esse cenário.
Renata Petrocelli enfatizou o papel da comunicação como conscientizadora de um setor complexo. Segundo ela, o setor elétrico sempre focou em uma comunicação institucional, o que limitava o entendimento sobre a importância do debate promovido pela comunicação. “A comunicação desempenha um papel fundamental na construção de uma narrativa que conecte as empresas com as comunidades locais, onde os impactos das ações são sentidos”, declarou Petrocelli.
“A gente precisa comunicar a matriz energética do Brasil, que já é amplamente beneficiada por recursos naturais como a energia hidrelétrica. Essa comunicação eficaz precisa focar na conscientização sobre a segurança energética e a preservação dos recursos naturais”, explicou Camargo Jr.. Ele destacou a importância de pensar nos diversos públicos da comunicação, mencionando programas educacionais da Copel que já possuem 25 anos e têm gerado resultados significativos.
COP30 e mercado livre de energia
Quando questionados sobre a preparação das empresas para a COP30, Provedel destacou que, após as edições COP 28 e COP29, focadas no petróleo, a COP30 retomará o debate sobre energias renováveis. Ele mencionou o portal “Além da Energia”, da ENGIE, que aborda a transição energética como pauta principal, alinhando a comunicação com a cobertura dos temas discutidos na COP. Petrocelli complementou afirmando que a COP é o momento de levar o debate para a sociedade, sempre a partir de uma construção interna das empresas.
Ao falar sobre o mercado livre de energia, Camargo Jr. explicou que a Copel planeja entrar nesse mercado para consumidores residenciais até 2028, contando com o avanço da tecnologia. “O mercado livre é uma oportunidade para oferecer um serviço melhor a um preço mais competitivo, beneficiando tanto as empresas quanto os consumidores”, completou Provedel.
Resultados e relacionamentos
“Nosso desafio é mensurar a comunicação, sempre alinhando os resultados aos objetivos de negócio”, afirmou Petrocelli, ao falar sobre mensuração dos resultados das ações de comunicação. Provedel ainda alertou sobre o risco de focar em “indicadores de vaidade” e destacou a importância de proteger a margem do negócio, exemplificando com a capacidade de reter ou atrair novos clientes, mesmo com preços mais altos que os da concorrência.
“Hoje faltam jornalistas especializados no mercado de energia”, disse Provedel, ressaltando a crise nas redações, ao falar sobre a educação da imprensa para informar o público. Ele destacou as ações da ENGIE para promover cursos e relacionamento com jornalistas, reforçando a importância de uma comunicação precisa e informativa sobre a transição energética.
Ao final do evento, Provedel sintetizou o papel da Comunicação Corporativa na transição energética. “Em 2 palavras-chave, informação e engajamento. O primeiro papel da comunicação corporativa é informar corretamente a sociedade sobre o que é a transição energética, onde nós, como sociedade, como empresa do setor de energia, queremos chegar”, explicou. “O segundo ponto é o engajamento, fazer as pessoas se mobilizarem não porque temem as mudanças climáticas, mas pela oportunidade de fazer melhor as coisas”, continuou Provedel. “Acho que essa é a grande oportunidade que nós, empresas do setor elétrico, temos de informar e de engajar”, concluiu.
Com desafios que vão desde a educação do público até a adaptação ao mercado livre de energia, os participantes reforçaram a necessidade de uma comunicação estratégica e eficaz para enfrentar as transformações em curso no setor, incluindo uma narrativa bem construída para engajar a sociedade na transição energética.
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