Engajamento no setor público e símbolos de poder são temas da quinta edição do Dia do Engajamento
A quinta edição do Dia do Engajamento, evento anual que traz as tendências e novidades do mundo do trabalho, foi realizada no dia 3 de novembro. Promovido pela Santo Caos, em parceria com a Aberje, o Dia do Engajamento coloca em debate aspectos fundamentais para a jornada do colaborador nas organizações.
Para falar sobre Engajamento no setor público – ligações para o mercado em geral, a Santo Caos convidou Julimária Sousa, coordenadora de Implementação de Projetos no Instituto Gesto, Maria Aparecida Muniz Jorge Dias, superintendente de RH na Secretaria de Planejamento e Gestão de Minas Gerais – SEPLAG-MG, e Thais Galvez, consultora da Santo Caos. Rafael Oliveira, gerente de Comunicação e Marketing da Unimed-Rio, e Guilherme Françolin, fundador da Santo Caos, falaram sobre Liderança e símbolos de poder: como a cultura pode se adequar aos tempos atuais.
Engajamento no setor público
Ao iniciar o primeiro painel, Thais Galvez, da Santo Caos, trouxe uma discussão muito interessante: o engajamento no setor público. “O que mais chamou atenção foi perceber as similaridades que existem entre o setor público e o setor privado. Um ponto comum é que muita coisa mudou de uns dez anos pra cá como o desejo por realização no trabalho, um propósito que faça sentido para estar engajado. O trabalho passou a ser central e precisa estar alinhado com os nossos valores”, salientou.
A executiva frisou que, para ter colaboradores engajados, a empresa não pode impedir o funcionário de exercer aquilo que para ele tem propósito. “A felicidade voltou a ser um tema importante na medida em que saímos da perspectiva do dever para entrarmos em uma perspectiva do desejo e do direito”, frisou.
A Santo Caos desenvolveu uma metodologia para identificar possíveis dores e buscar formas de melhorar o ambiente de trabalho para todos, tanto para a empresa como para os colaboradores. E o engajamento no setor público, como está? Para Thais, esse foi um desafio para a equipe da consultoria. “Para trabalharmos com o setor público buscamos outras metodologias como, por exemplo, o método Duke-Kayma, pesquisa que foi aplicada durante seis meses em cerca de 16 mil funcionários que atuam em Minas Gerais”, contou.
Um dos pontos que contribui para que um funcionário não se sinta bem em um ambiente de trabalho é a liderança. “Ter um chefe ruim aumenta em 60% o risco de ataque cardíaco. Muitas vezes uma pessoa prefere ganhar menos para se sentir melhor. Um funcionário fica desengajado muitas vezes porque a sua energia está sendo gasta em outras coisas”, comentou Thais. “Não existe uma fórmula pronta para engajar as pessoas, mas o que uma empresa não pode fazer é falar que faz uma coisa e fazer outra”.
Programa Transforma Minas
Na ocasião, Maria Aparecida Muniz Jorge Dias, da SEPLAG-MG, falou sobre o Programa Transforma Minas aplicado nos servidores públicos. O programa atua em frentes complementares com foco na sustentabilidade, na perenização e na mudança de cultura. “A pesquisa de engajamento é um projeto estratégico de governo dividido em atração/seleção; desenvolvimento/desempenho; e engajamento. O grande diferencial é que o programa foca as ações para as lideranças do estado de MG”, ressaltou.
Ao realizar o diagnóstico de engajamento no Governo de Minas Gerais envolvendo lideranças e suas equipes, o objetivo maior foi mobilizar o engajamento através da capacitação sobre o tema; do indicador personalizado e de ações de engajamento.
“Uma das nossas conclusões é que é preciso formalizar uma cultura corporativa. A cultura não é formalizada, não se entende o estilo de liderança desejado assim como os comportamentos e isso gera impacto em diversas questões, principalmente na inovação, cultura institucional e rotina saturada”, contou Maria Aparecida.
Outro ponto importante trazido pela pesquisa foi a constatação da presença do sentimento de orgulho dos servidores. Esse sentimento é impulsionado pela sensação de que o seu trabalho é essencial e tem a capacidade de melhorar a vida da população. Por outro lado, existe um sentimento de falta de reconhecimento financeiro e um descompasso entre o nível de dedicação e a remuneração que recebem.
Juntamente com a Santo Caos, o Instituto Gesto também faz parte do projeto dos servidores de Minas Gerais. Um dos programas do instituto é o Programa Fortalecer, voltado para gestão de pessoas no setor público. Julimária Sousa explica que a entidade trabalha com a implementação de políticas em diversos estados e municípios pelo país. “Estamos ajudando a construir, em especial, políticas de gestão para a liderança e a construção de áreas dedicadas a essas atividades. Essas pessoas têm um papel fundamental tanto na preparação quanto no engajamento das pessoas envolvidas na entrega de serviços públicos”, destacou.
“Servidores públicos preparados e engajados demonstram ter melhor desempenho, além de serem mais produtivos e de gerar um impacto muito significativo na entrega de serviços públicos e na melhoria da qualidade de vida da sociedade”, completou Julimária.
A força dos símbolos nas empresas
A cultura é formada por elementos, alguns bem visíveis, outros nem tanto, agindo o tempo todo e moldando o dia a dia, determinando comportamentos e relações. Um desses elementos é o símbolo. Assim, Guilherme Françolin iniciou o segundo painel do Dia do Engajamento. “A cultura define como olhamos interpretamos o mundo; através de símbolos vamos criando contato com a cultura em que estamos inseridos”,
Hieróglifos, escrita, regras, sentimentos, poder, fé… Tudo pode ser traduzido por símbolos. Eles entram na vida das pessoas desde muito cedo. “Os símbolos comunicam em todos os momentos da nossa jornada diária, desde a entrada na empresa até a saída. Numa organização eles são usados para mostrar sentimentos inconscientes, imagens e valores”, destacou Françolin.
Há símbolos formais em que as pessoas têm contato logo de cara, como logotipos e uniformes e símbolos informais e invisíveis, que não estão nos manuais das organizações, como a linguagem, o jeito como alguém penteia o cabelo, comportamentos etc. “É preciso saber se esses símbolos estão alinhados com o propósito e a estratégia da empresa, se estão comunicando o que a empresa quer”, acentuou. “Cultura forte não é aquela que não muda, que discrimina; cultura forte é aquela em que podemos ser mais potentes”, concluiu.
Renovar para se manter
Na oportunidade, Rafael Oliveira, da Unimed-Rio, contou que nos últimos anos, pré-pandemia, a empresa percebeu que precisava se atualizar e se renovar frente aos desafios do mercado como um todo. “Mesmo diante de um olhar um pouco mais conservador, existe uma visão de futuro, uma necessidade de perpetuidade e sustentabilidade da empresa, que permite avançar em alguns pontos em termos de cultura organizacional”, destacou.
Oliveira contou que no final de 2018, viu-se a necessidade de trabalhar uma atualização da cultura organizacional para preparar a empresa para os desafios da década de 2020 em que a tecnologia vem mudando não só o modelo de trabalho, mas a forma de fazer Medicina num mercado consolidado e diverso. “Esse projeto de cultura foi capitaneado pela área de Comunicação; nós apresentamos um modelo de planejamento para essa revisão da cultura organizacional”, contou.
“A partir de um diagnóstico, pudemos reformular os valores da empresa que hoje chamamos de ‘nossos hábitos’ conceituais que amplificam todas os comportamentos que gostaríamos de ter: empatia, criatividade e protagonismo”, ressaltou Oliveira.
Assista à live na íntegra:
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