17 de outubro de 2017

Encontro da Aberje e Época discute imprensa e eleições de 2018

Segundo encontro do Ciclo de Debates Aberje-Época, em São Paulo, no dia 17 de Outubro
Segundo encontro do Ciclo de Debates Aberje-Época, em São Paulo, no dia 17 de Outubro
Segundo encontro do Ciclo de Debates Aberje-Época, em São Paulo, no dia 17 de outubro

Publicado originalmente no site da Época*.
*Anaís Motta, com edição de Alexandre Mansur

Metade das empresas brasileiras não acredita que a imprensa está preparada para cobrir as eleições de 2018. Pelo menos é o que diz o estudo Eleições 2018 – Perspectivas da comunicação organizacional, apresentado nesta terça-feira (17) durante o Ciclo de Debates: Eleições na era das notícias falsas, organizado por ÉPOCA em parceria com a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).

O levantamento foi realizado junto ao LiderCom, da Aberje, um grupo composto de empresários das 50 maiores organizações do país, cujas vendas líquidas representaram 20% do PIB brasileiro em 2016, e 34 executivos da área de comunicação. Elaborada por Paulo Nassar, professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), e Hamilton dos Santos, diretor-geral da Aberje, a pesquisa mostrou que para 50% dos entrevistados a imprensa brasileira ainda não está capacitada para fazer uma cobertura satisfatória das eleições de 2018.

Entre os motivos citados pelos participantes estão “a fragilização econômica, tecnológica e intelectual das redações, a falta de isenção e especialização da mídia e as redes sociais, que têm alterado radicalmente a dinâmica das eleições”. Para as empresas consultadas, a imprensa tem “se mostrado perdida, com profissionais mais generalistas e menos técnicos”, como pontuado no relatório do estudo.

Por outro lado, a metade que acredita na capacidade da imprensa de cobrir as eleições do ano que vem o faz porque enxerga competência e tradição da mídia brasileira nesse tipo de cobertura. Além disso, essas empresas creem que o país, apesar da crise econômica e das mudanças trazidas pela internet, ainda possui grupos de mídia maduros o suficiente para fazer uma cobertura satisfatória do pleito e capazes de sustentar a democracia.

Para o professor Paulo Nassar, essa divisão apontada pelo estudo mostra que os veículos de imprensa mais tradicionais e com mais história devem procurar se institucionalizar – principalmente na internet, o paraíso das fake news. “É um trabalho difícil, é uma maratona, não uma corrida de 50 metros. Os veículos precisam perceber a necessidade de reforçar sua identidade, seu valor enquanto empresa de comunicação, porque é isso que vai fazer com que o público confie naquele conteúdo que está sendo publicado.”

Mesmo criticando a imprensa atual, porém, a grande maioria dos empresários consultados (91%) acompanha o cenário político do Brasil pelos meios de comunicação tradicionais, como as revistas e os jornais impressos, o rádio e a televisão. Outros 94% buscam informações nos meios de comunicação digitais (que incluem sites da imprensa tradicional e notícias distribuídas por redes sociais). Menos da metade (47%) recorre aos serviços oferecidos por consultorias especializadas – justamente a fonte de conteúdo que disseram faltar na cobertura feita hoje.

Sobre a pesquisa Eleições 2018 – Perspectivas da Comunicação Organizacional

Elaborado pela Aberje e desenvolvido pela DMR Consulting, o estudo “Eleições 2018 – Perspectivas da Comunicação Organizacional” ouviu profissionais de Comunicação do LiderCom, grupo da Aberje composto por altos executivos de 50 grandes empresas brasileiras, cujo total de vendas líquidas representou 20% do PIB nacional em 2016.

O levantamento teve como objetivo entender o que pensam as organizações e suas áreas de Comunicação sobre os impactos das eleições de 2018 para os negócios, e sobre a cobertura da imprensa nesse momento chave para a democracia brasileira.

Os resultados da pesquisa podem ser conferidos neste link.

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