Empregados da CSP realizam doações de plasma convalescente ao Hemoce para tratamentos da Covid-19
“Eu venci a Covid-19 e por isso estou aqui, doando plasma, para que outras pessoas possam vencer também essa doença”, contou João Jansen, técnico de instrumentação da Oficina Central da CSP
Os empregados da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) participam, até terça-feira (14/7), de uma campanha solidária para o reforço às doações de sangue e de plasma convalescente ao Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). Profissionais do Hemoce estão na CSP desde 7 de julho, coletando as doações. Em três dias de mobilização, os empregados da CSP realizaram 25 doações de sangue – sendo 7 para a coleta de plasma convalescente, além de outros 10 cadastros para a doação de medula óssea. No mês de junho, o Hemoce recebeu, em suas unidades, 59 doações do chamado plasma convalescente, que já foi aplicado no tratamento de pacientes em hospitais de Fortaleza, Sobral e Juazeiro.
O plasma convalescente doado por pessoas recuperadas de Covid-19 é utilizado em terapia auxiliar para pacientes graves da doença. De acordo com a diretora de hemoterapia do hemocentro cearense, Denise Brunetta, a técnica já foi usada com sucesso em pessoas com coronavírus ou outras doenças virais. “O plasma de pacientes curados possui anticorpos contra o vírus e, ao ser transfundido em pacientes gravemente doentes, pode ajudar na recuperação”, explica.
Para a doação do plasma, o voluntário precisa atender a alguns critérios: ter se recuperado há mais de 30 dias da Covid-19 e não apresentar sintomas da doença, ser do sexo masculino, ter entre 18 e 60 anos de idade, pesar acima de 50 kg e ter o diagnóstico de Covid-19 confirmado previamente por PCR, sorologia ou teste rápido. Na CSP, os empregados já estão se mobilizando para ajudar. O João Jansen é técnico de instrumentação e trabalha na Oficina Central da CSP. Ele soube da oportunidade de fazer a doação no próprio local de trabalho e se voluntariou. “Eu resolvi doar pra ajudar outras pessoas que estão enfrentando essa doença. Para quem ainda tem dúvida: é um procedimento muito básico, que não dói e é rápido. Eu venci a Covid e por isso estou aqui, doando plasma, para que outras pessoas possam também vencer essa doença”, contou.
O Mikael de Oliveira é técnico em elétrica na CSP e mora na Caucaia. “É a primeira vez que faço doação. Eu vim porque lembrei daqueles números de pessoas infectadas, daquelas pessoas que estão lutando pela vida, e desta forma eu sabia que eu poderia ajudar muita gente, então eu decidi vir e contribuir um pouco”, relatou. Já o José Carlos trabalha na empresa Gertáxi, prestando serviços à CSP há 6 anos. “Sou doador de sangue e acho um ato muito importante, além de ser bem tranquilo. Salvando vidas você já está fazendo um ato que agrada a Deus e também à pessoa que vai ser salva pelo sangue que foi doado. E é um procedimento bem simples e tranquilo – muito bom mesmo!”, recomendou.
As coletas de plasma são realizadas em cerca de 5 minutos cada, pela Ana Marilaque Nunes, técnica de enfermagem do Hemoce. Ela destaca que o procedimento é rápido e seguro. “A importância da doação de sangue é muito grande, porque você salva 4 vidas em uma única doação, principalmente agora com a utilização de plasma no tratamento de Covid-19”, compartilhou. Para a Samantha Alves, enfermeira coordenadora da coleta do Hemoce na CSP, “muitas pessoas serão beneficiadas com essas doações na CSP. Gostaria de enfatizar a importância do acolhimento das empresas com o Hemoce, com a instituição dessas doações de sangue, que beneficiarão várias pessoas que estarão nos hospitais precisando realmente”.
Na siderúrgica, os potenciais doadores já foram identificados por meio de testagem promovida pela CSP desde o mês de maio. Cerca de 1.800 empregados realizaram mais de 5 mil testes disponibilizados pela usina, para a identificação dos imunizados e para a assistência imediata ao diagnosticados com a Covid-19. Esse público é testado a cada dez dias.
Atualmente, a medida preventiva contempla todo o efetivo da produção que está atuando presencialmente na CSP. Os demais empregados seguem atuando em home office.
O médico João Ramalho, que integra a equipe de Saúde e Qualidade de Vida da CSP, destaca que “essa campanha do Hemoce é uma excelente oportunidade de ajudarmos as pessoas gravemente doentes, em prol da vida”. Ele explica que a utilização do plasma convalescente rico em anticorpos contra o coronavírus permite um impulso no sistema imunológico, ajudando a acelerar a recuperação das pessoas que estão em tratamento. “Essa técnica é antiga e já foi utilizada como método terapêutico para vários tipos de infecção, como na pandemia de H1N1 em 2009. Estão em andamento os estudos que permitirão dizer o grau de eficiência dessa terapia na Covid-19. Vale lembrar que essa doação não prejudica a imunidade, nem a defesa do doador contra o coronavírus”, informou.
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