17 de agosto de 2022

“Crises de comunicação em Diversidade e Inclusão” foi tema de primeiro Lab de Diversidade da Aberje

Encontro online reuniu comunicadores de empresas de diferentes segmentos
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Encontro online reuniu comunicadores de empresas de diferentes segmentos

A Aberje promoveu, no dia 16 de agosto, o primeiro Lab de Comunicação para a Diversidade deste ano, com o tema “Crises de comunicação em Diversidade e Inclusão”. Participaram do Lab: Thiago Massari, líder de comunicação integrada da Bayer no Brasil; Emilene Esbrisse, especialista em diversidade, equidade e inclusão na CPFL Energia; e Rejane Braz, gerente de Comunicação do Banco BS2. A mediação foi de Solange Guimarães, gerente de comunicação externa do UnitedHealth Brasil Group.

Ao iniciar Solange Guimarães frisa a importância do tema de diversidade e inclusão (D&I) nas empresas. “A diversidade é ganho para as empresas; ambientes diversos são mais inovadores, mais criativos, produzem mais e melhor. Mas nós estamos longe de ser uma sociedade que acolhe as diferenças. Já foi dito que é nas crises que os avanços acontecem e a comunicação se faz cada vez mais necessária nesses momentos”.

“Diversidade é algo relativamente novo que não estava estruturado, e ainda não passamos por uma grande crise. No caso de diversidade, estamos implantando um programa, através de uma consultoria. Quando você está no olho do furacão, é preciso ter algo que te mantenha de pé, e esse algo, eu acho que é o apoio que você tem dentro da empresa”, comenta Rejane Braz. “Essa rede de apoio é fundamental para que a gente fique de pé”, complementa. 

Na oportunidade, Emilene Esbrisse salientou que o Grupo CPFL sempre teve uma linha social muito forte, com projetos bem relevantes. “Quando começamos a nossa jornada no programa CPFL mais Diversa em 2020, esse projeto veio praticamente para selar algo que nós já falávamos e que conseguimos tangibilizar e organizar melhor através do programa. Algo que possa impactar as nossas pessoas”, conta. “O primeiro passo foi o de reconhecer que seria uma jornada”, diz Emilene frisando que nem todos reconheceram o programa como algo importante. “Então passamos a explicitar o nosso posicionamento como empresa através de toda uma estratégia de comunicação”

Em 2020, o programa de trainees da Bayer, que acontece a cada dois anos, teve suas vagas voltadas especialmente para pessoas negras. “Fizemos essa ação afirmativa, inclusive como uma forma de reconhecer que a gente também precisava trazer mais pessoas negras para dentro da organização alavancando-as para posições de liderança. Foram 25 mil inscritos e 1.250 candidatos para 19 vagas de trainee. 84% das vagas foram preenchidas por mulheres negras”, conta Thiago Massari. “Sempre existem vieses e precisamos educar o nosso público interno e ajudar a educar a sociedade sobre essas mudanças que estão acontecendo. Nossa postura é muito educativa, trazendo evidências e mostrando dados, sem dar espaço para a discriminação ou para o ódio”, acentua.

E como as empresas devem se preparar para o futuro na questão de gestão de crises? “Penso que tudo começa com prevenção. As pessoas tendem a achar que gestão de crise é só na hora e muitas vezes procuram uma receita, que não existe. Cada crise é diferente da outra. O que se pode ter é um manual, saber quem são os seus aliados, estudar, conversar, buscar uma rede de apoio e aprender com a crise do colega”, acredita Rejane. “E não adianta colocar regras que não reflitam aquela determinada organização. Ela precisa vivenciar a sua verdade. Outra coisa é ter o apoio da alta liderança”, salienta.

“É preciso ter metas e concentrar energias nelas, para ir conquistando espaço. Vejo muitas pessoas que trabalham com diversidade se perdendo e se frustrando porque querem fazer tudo ao mesmo tempo. Muitas vezes a empresa não está preparada, a cultura não está no ritmo. O Ricardo Sales [consultor e coordenador do Programa em Diversidade nas Organizações da Escola Aberje] tem uma fala que eu gosto muito: mais importante que ter ritmo é ter rumo, cada organização tem seu próprio ritmo”, completa Emilene.

Há muito ainda a ser feito em termos de D&I nas organizações, mas muitas sementes já foram plantadas. É o que pensa Massar. “Estamos todos evoluindo. A mudança é possível, precisamos acreditar nisso.Nós reconhecemos que a jornada é longa, mas estamos num ponto diferente dela do que estávamos há algum tempo atrás. Isso pra mim é um grande motivador”, acredita o executivo. “Quem quer navegar por esse caminho, precisa se instrumentalizar: leia, estude, busque uma realidade que é diferente da sua”, complementa Rejane.

Assista ao vídeo na íntegra: 

https://www.youtube.com/watch?v=O9On4UQeADk

 

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