10 de junho de 2019

Copa de Futebol Feminino mobiliza poucas empresas, aponta enquete

23 jogadoras brasileiras convocadas para a Copa do Mundo 2019. (Foto oficial/CBF)
23 jogadoras brasileiras convocadas para a Copa do Mundo 2019. (Foto oficial/CBF)

Diferentemente do que acontece durante a Copa do Mundo de futebol masculino – quando o país se mobiliza para assistir aos jogos da seleção e as empresas, muitas vezes, dispensam seus funcionários ou promovem ações para incentivar a torcida – a Copa do Mundo de Futebol Feminino ainda não entrou no radar das companhias brasileiras.

Para entender como as organizações se movimentaram em torno da Copa do Mundo de Futebol Feminino – os jogos acontecem em diversas cidades francesas até o dia 7 de julho e têm transmissão na TV aberta – a Aberje realizou uma enquete e constatou que poucas programaram ações para a competição feminina.

A enquete ouviu 35 empresas integrantes do LiderCom, grupo que reúne liderança de comunicação de empresas classificadas entre as 500 maiores e melhores do país. O resultado foi que apenas 12% programaram alguma ação durante os jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de Futebol Feminino. Deste total, 9% liberarão seus funcionários para assistirem as partidas na empresa e as outras 3% para que acompanhem de casa.

Nas empresas respondentes, o percentual de mulheres em relação ao quadro total de funcionários é de 43%. Em relação a patrocínios, 21% das empresas que participaram da pesquisa já patrocinaram anteriormente alguma modalidade esportiva feminina e 6% ainda estão patrocinando.

Os números brutos, entretanto, não contam a história toda. Em 2019, a visibilidade do futebol feminino no Brasil é a maior de todas as edições anteriores. Será a segunda vez que os jogos serão televisionados na TV aberta (em 2015, TV Brasil e Band transmitiram os jogos, além do canal fechado SporTV). Porém, este ano conta com a transmissão da Globo, principal emissora de televisão do país. Essa mobilização é uma resposta ao grande movimento ativista que se tem visto nos últimos anos, tanto de pessoas, quanto de empresas. Apesar de pontuais, as empresas que promoveram ações têm ganhado destaque na mídia.

Um exemplo é o Grupo Boticário, responsável pela campanha ComVocêJogoMelhor, que tem como objetivo aumentar interesse e engajamento de pessoas e empresas em torno do futebol feminino. Globalmente, a Nike é uma das principais companhias apoiadoras da modalidade. Para a Copa do Mundo, ela lançou a campanha Dream Further, que convida as pessoas a sonharem junto com as jogadoras por um mundo mais igual.

A Avon, empresa que tem há tempos atuado no campo do empoderamento feminino, traz uma programação especial durante os dias dos jogos do Brasil. Haverá telão em dias de jogos logo após o almoço e, nos dias de partidas no final da tarde, os funcionários serão liberados. “Entendendo que o esporte é um dos espaços em que devemos entrar em campo ao lado das mulheres. É uma forma de viver nossos valores, como empresa que se define como um movimento global de empoderamento feminino”, afirma Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon. “O feedback tem sido incrível. Os funcionários decoraram seus espaços de trabalho, vieram vestidos de verde e amarelo e se juntaram em grupos para torcer pelas brasileiras”.

Já na farmacêutica Bayer, haverá transmissão dos jogos e um encontro para falar sobre visibilidade no esporte para as mulheres com funcionárias do time de futebol da empresa.

E você? Comente como sua empresa está se mobilizando para os jogos.

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