Comitê de Inovação se reúne para uma conversa sobre Comunicação Corporativa na criação de uma cultura de inovação
Para debater sobre Comunicação corporativa estratégica para criação de uma cultura de inovação, os membros do Comitê Aberje de Inovação em Comunicação Corporativa reuniram-se de forma online, no dia 12 de setembro. O encontro contou com as apresentações da vice-coordenadora do grupo, Carolina Prado, head de Comunicação para América Latina na Intel e de Fabrício Santos, sócio e diretor de planejamento na Árvore Laboratório de Comunicação.
Ao iniciar, o coordenador do comitê, Lucas Reis, CEO da Zygon AdTech, comentou sobre a importância dos profissionais de comunicação corporativa levar assuntos relevantes ao board da empresa ao citar recente pesquisa da McKinsey que aponta que para 84% dos CEOs, inovação é fator crítico para o futuro dos negócios. “E por que é crítica? Porque empresas inovadoras, em geral, são mais lucrativas e acabam fugindo da chamada ‘armadilha do oceano vermelho’, onde a concorrência é acirrada, o que pode inviabilizar o futuro do negócio”, explicou.
“As empresas precisam inovar para conseguir a longevidade que os negócios buscam; mas só 6% estão satisfeitos com o desempenho de suas organizações na área de inovação”, ponderou Reis. “Se os profissionais de comunicação agregarem o papel de que a comunicação interna serve para fomentar a cultura de inovação, a gente estará ocupando um papel estratégico e relevante para o futuro das organizações”, acrescentou.
‘Tudo comunica’
“Quem é que comunica nas organizações?”. A provocação foi feita por Fabrício Santos ao compartilhar um pouco de sua vivência na Árvore. “A ideia de sermos um laboratório de comunicação partiu de uma reflexão de como era possível tornar a comunicação menos rígida. A comunicação é um vetor de inovação dentro das empresas e precisa ocupar espaços diferentes”, iniciou.
“Nós abraçamos o conceito de ‘Tudo Comunica’ que é, de um lado, sensibilizar e responsabilizar muito mais gente sobre o seu papel na comunicação, em especial as lideranças. Do outro lado, é repensar a formação e as habilidades de quem atua profissionalmente na comunicação, entendendo que a comunicação vai muito além de técnicas, de formatos, de produtos. Envolve o não-verbal, envolve as emoções e rituais da organização”, explicou.
Em sua visão, a dimensão de inovação da comunicação tem muito mais a ver com autenticidade do que com algo plástico e extremamente inovador pelo sentido estético ou tecnológico. “A propriedade do assunto conta muito mais do que uma boa oratória. Hoje, espera-se menos de um porta-voz a perfeição com sua imagem, e muito mais a confiança naquilo que diz; o que é genuíno conta mais”, acentuou Santos.
Sob o ponto de vista do comunicador, Reis ressaltou a importância desse profissional de enxergar a comunicação como um condutor da atenção do negócio. “É a habilidade de equilibrar os diferentes temas relevantes a partir da estratégia, da cultura, ou seja, é preciso pensar a comunicação a partir de uma visão mais holística”, disse. “A comunicação não deve ser burocrática, limitada à construção de produtos, nem se prender a um mandato mais técnico; ela deve ser fonte de calor e de energia nas empresas, pois é capaz de criar e de favorecer um ambiente de inovação”, complementou.
Inovar sem medo
A indústria de tecnologia é altamente dinâmica e competitiva. Para que se destaquem em um mercado saturado e mantenham sua relevância, as empresas de tecnologia devem inovar constantemente. “Uma empresa de tecnologia deve ter a inovação no cerne de seu negócio (core business)”, salientou Carol Prado, da Intel, ao iniciar a sua participação.
Entre os valores que permeiam a cultura da Intel está a Inovação, que na empresa gira em torno do conceito Fearless Innovation, ou seja, assumir riscos. “Essa inovação destemida, de não ter medo de inovar; inovar é desconfortável e é uma dicotomia porque se nós, enquanto empresa, não inovarmos, estamos fadados a deixar de existir em alguns anos, temos vários exemplos por aí, como a Kodak, que não se reinventou”, comentou.
“O pós-pandemia acelerou essa questão de que tudo é incerto e de que devemos estar atentos o tempo todo”, disse, acrescentando que a área de comunicação de uma empresa deve, além de acompanhar, fazer com que os seus valores sejam vividos e sentidos pelos seus funcionários, tanto na comunicação interna, quanto na externa.
É normal que nesse caminho haja falhas e a cultura da Intel, conforme frisou Carol, estimula os colaboradores a assumirem riscos através de um programa que os incentiva a compartilharem os seus erros e falhas. “Isso significa que a gente vai falhar, pois a inovação surge das diferentes tentativas. Fazer as mesmas coisas é ter sempre o mesmo resultado, é fazer mais do mesmo. E numa empresa de tecnologia isso é ainda mais importante”, acentuou. “Nós estimulamos os colaboradores a compartilhar suas falhas, contar o que aprenderam com os erros e como reajustaram tudo isso; temos uma premiação trimestral para criar/fortalecer a nossa cultura de inovação ”, completou.
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