Mentoria na quarentena
Uma mistura de sentimentos, sensações e inquietações rondam as pessoas nesta quarentena por conta da mudança implacável que trouxe em nossas rotinas. São muitas perguntas para as quais ainda não temos respostas concretas sobre saúde, educação, emprego, políticas públicas, economia, segurança e tantos outros temas. Fato é que as ferramentas digitais foram incorporadas, ainda que a fórceps, em nosso dia a dia. O que era presencial migrou para o digital. O físico virou phygital. E assim nos adaptamos a uma nova realidade.
Lembro-me que no início de março iniciamos na Unisys um plano de voluntariado corporativo com o CEAP (Centro Educacional Assistencial Profissionalizante), no qual estavam contempladas inúmeras atividades, como palestras técnicas, inspiracionais, visitas dos alunos beneficiados aos nossos escritórios, programa aluno-espelho, feira de inovação, entre outras. Duas semanas depois fomos surpreendidos pela Covid-19 e os planos tiveram de mudar.
Em um primeiro momento, pensamos que a interrupção no programa causaria prejuízo aos estudantes do ensino médio atendidos pelo projeto. Felizmente estávamos equivocados. Poucas semanas depois tomamos conhecimento de que o programa havia sido redesenhado e adaptado para o modelo digital, com uma iniciativa que fez brilhar os olhos de muitos membros do nosso time: um programa de mentoria profissional com o objetivo de preparar os jovens para o ingresso no mercado de trabalho.
Apesar de muito bem estruturado, com temas norteadores para cada encontro, diretrizes balizadoras quanto à avaliação e metodologia de desenvolvimento, ainda pairavam dúvidas sobre como seria o engajamento dos jovens com a mentoria sendo aplicada no formato digital. Novo equívoco e uma grata surpresa. O engajamento surpreendeu a todos os mentores da Unisys e o resultado não poderia ser melhor.
“O mentorado estava super interessado e, apesar da timidez, conseguiu trazer suas curiosidades e dúvidas para que fossem endereçadas durante as sessões. Balanceamos bem os exercícios práticos com o planejamento e as metas que traçamos já começaram a ser trabalhadas desde o início das reuniões. O que mais me surpreendeu foi a sede de aprendizado, eles são jovens e já sabem muito de tecnologia e de cultura geral.” – Mariana Lemos, Gerente Sênior de Relações Públicas para América Latina
“Minha experiência foi fantástica! Foi ótimo poder compartilhar e trocar experiências com o meu mentorado! Ele tinha bem claro os seus objetivos profissionais e buscava devida orientação sobre como iniciar a carreira na área de TI como Desenvolvedor. Estabelecemos juntos as competências necessárias para ter sucesso e colocamos planos de ação bem definidos para serem seguidos.” – Ricardo Domingos Pereira, Gerente de Arquitetura e Aplicações de TI
“Durante as oito semanas de mentoria, falamos de desenvolvimento pessoal, profissional, estabelecemos metas, trocamos sugestões de leitura, organizamos planilhas de estudo, montamos currículo e criamos um perfil no LinkedIn. A experiência foi gratificante e engrandecedora, foi um momento de troca e, muito mais que ensinar, percebi que aprendi muito e terminei esse ciclo com a certeza de que ‘quando dormimos com privilégios temos que acordar com responsabilidades’ (citação de Maitê Schneider) e essa responsabilidade é saber que nosso trabalho pode promover o crescimento de outras pessoas.” – Enedina Luz, Analista Sênior de Recursos Humanos
No meu caso não foi diferente. Apenas corroboro com os depoimentos gentilmente cedidos por alguns colegas mentores da Unisys. É gratificante quando conseguimos transferir competências e, ao mesmo tempo, aprender com esse processo. E foram muitos os aprendizados. Seja por meio de estruturas formais como a escola ou de projetos como este de mentoria profissional viabilizado pelo CEAP, a transferência de conhecimento entre as pessoas é vital para a formação de uma sociedade melhor e mais humana. É disso que precisamos para o Brasil que queremos para o futuro.
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