Por mais “Cibernéticas”
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A indústria de tecnologia há muito tempo é conhecida por sua falta de diversidade, particularmente quando se trata de gênero. Apesar das mulheres representarem mais da metade da população mundial, elas continuam sendo subrepresentadas no setor. Na América Latina infelizmente essa realidade não é diferente. Uma recente pesquisa conduzida pela Michael Page (Women in Technology) com lideranças em 12 países da região indicou alguns motivos para isso.
Na Colômbia, 38% apontaram a diferença salarial de gênero como principal causa. No Brasil, onde as mulheres ocupam menos de 40% das posições no setor, segundo a Brasscom, 47% disseram que falta inspiração e modelos a seguir para as mulheres. Já no Chile, mais da metade dos respondentes (52%) veem menos oportunidades para mulheres para promoções e posições seniores.
No que diz respeito a modelos e exemplos, certamente houve um avanço importante nos últimos cinco anos e hoje vemos mulheres incríveis ocupando posições de liderança no mercado de tecnologia, tanto em áreas de gestão quanto técnicas, inspirando mais mulheres a ingressarem na área. Por outro lado, ainda existe um longo caminho a ser percorrido para que essas referências se multipliquem e cheguem mais perto de meninas que pensam em escolher esta como uma opção de carreira viável, cujo potencial de crescimento e desenvolvimento é enorme.
Exemplos de grandes potências femininas na área de tecnologia da informação (TI) não faltam no documentário “CIBERNÉTICAS”, dirigido por Graziela Mantoanelli e que em breve estreia no Canal Futura/Globoplay. A obra retrata vivências de diversas mulheres que promovem a mudança a partir da inovação tecnológica, casos de Aildes Monteiro, Camila Achutti, Emmanuelle Richard, Isabelle Christina, Liane Tarouco, Silvana Bahia e Soraya Medeiros. Ao explorar as dificuldades e desafios que essas profissionais enfrentam no mercado de TI, o filme inspira meninas e mulheres de todo o Brasil a ocuparem seu espaço no setor.
Através do filme e de outras ações práticas nas instituições que representam, essas mulheres têm trabalhado duro para mudar o status quo e apresentar jovens meninas ao mundo da codificação, removendo o estereótipo de que o campo STEM (acrônimo em inglês para as disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática) está associado apenas ao universo masculino.
Uma vez no mercado de trabalho, começa uma nova e árdua batalha: a igualdade de oportunidades. Nesse sentido, o apoio dos homens é fundamental, para que sejam criadas condições para um ambiente inclusivo, acolhedor e equitativo. Conforme retratado na pesquisa citada anteriormente, questões como desigualdade salarial, falta de oportunidades de crescimento e desenvolvimento de carreira, além do preconceito e diferentes formas de assédio colocam-se como enormes barreiras para que as mulheres alcancem posições de protagonismo, rompendo assim um ciclo vicioso que contribui para a perpetuação da desigualdade de gênero.
A falta de diversidade no mercado de tecnologia e em outros setores econômicos não é apenas um imperativo moral, mas também um imperativo de negócios. Diversos estudos já comprovaram que equipes diversas têm maior capacidade de resolver problemas complexos e alcançar melhores resultados. Ou seja, precisamos que mais “Cibernéticas” possam emergir e brilhar para impulsionar a inovação e trazer resultados de negócio e crescimento sustentável às organizações.
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