31 de março de 2020

Não basta ficar em casa!

Um alerta aos donos e donas de casa de primeira viagem e dicas práticas a serem incluídas nos guias de home office, em tempos de coronavírus

Foi preciso um vírus, que nos colocou de castigo dentro das nossas próprias casas e apartamentos, para muitos de nós conhecermos, de fato, cada detalhe do lugar onde moramos. No meu caso, resolvi aproveitar esta oportunidade que a vida nos trouxe na marra para começar a praticar várias atividades domésticas, inéditas, da minha principiante carreira do lar: preparar o primeiro bolo da vida, fazer uma limpa no armário, explorar todos os cantos do jardim (sim, um privilégio ter um jardim para poder colher limão do pé, brincar com nossas cachorras e fazer exercício pelo pátio). Fiquei realmente animada e cheia de energia para colocar em prática todas as ideias, já no primeiro dia de confinamento domiciliar.

O que eu não imaginava é que minha falta de habilidade neste “novo emprego” em reclusão quase me levou para o hospital. Em vários momentos: por pouco não tirei uma lasca do dedo, ao cortar a cenoura para fazer o bolo; também quase caí da escada, não só quando fui retirar as roupas do armário, mas quando subi na árvore para pegar as frutas, lá no alto do pé. Na brincadeira com Caramela e Moleca (nossas filhas de quatro patas), tropecei num degrau que nunca havia reparado no gramado. E meu dia terminou com um belo tombo, quando torci o pé num desnível da cozinha, completamente desconhecido por mim, em um ano morando aqui. Enquanto eu me recompunha depois de me espatifar por todo chão, me dei conta de que corri um perigo danado.

E, ao compartilhar com alguns amigos essa experiência, e ler vários depoimentos nas mídias sociais, percebi que este perigo está rondando outros tantos “estagiários do lar”, como eu. E aí me deu um frio na barriga só de lembrar que os acidentes domésticos, que na maioria dos casos são estúpidos e evitáveis, às vezes nos obrigam a ir ao pronto-socorro, com fraturas, queimaduras mais graves ou choques elétricos. E neste tempo de coronavírus, lotar hospitais com esse tipo de acidente é ainda pior. Não só por aumentar o risco de contaminação pelo vírus, mas por sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde, que precisa focar todos os esforços agora para os infectados pela pandemia. E as estatísticas nos dizem que, quanto maior o número de pessoas em casa – ainda mais com as “amadoras do lar” – maiores as chances de que esses acidentes aumentem.

Então, fica aqui o meu alerta, especialmente para os donos e as donas de casa de primeira viagem. Além de algumas dicas a serem incluídas nos guias de home office, ajudando nossos times a se cuidarem dos perigos domésticos: agora, mais do que nunca, não é hora de se cortar, cair da escada ou tropeçar no jardim. Vamos fazer nossa parte, para o bem de todos. Não basta ficar em casa! Tem que se manter saudável. É preciso cuidado com o fogo, para não se queimar; atenção nas escadas, para não cair e se quebrar; não sair correndo desgovernado, para não escorregar; alerta máximo com as crianças, para que não se machuquem; e, se for se aventurar na cozinha, cuidado para não se cortar. Aliás, uma boa notícia para incentivar meus colegas, confeiteiros novatos: não só escapei ilesa de todos os acidentes do primeiro dia, como meu primeiro bolo (de cenoura) ficou uma delícia! E já estou aqui pensando na próxima receita. Que farei com atenção redobrada, é claro.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Malu Weber

Malu Weber é jornalista, executiva de Comunicação Empresarial e professora do módulo Gestão de Reputação, no Master de Comunicação Corporativa Transmídia na ESPM. Integrante do LiderCom da Aberje, e com mais de 25 anos de experiência em Comunicação Empresarial, tem passagens por empresas como Grupo Votorantim, Votorantim Cimentos e Johnson & Johnson, onde ocupou Boards de negócio e posições de liderança global, regional e local, construindo times multiculturais, desenvolvendo talentos e aconselhando líderes na construção de diálogos que geram confiança e relacionamentos de longo prazo. No início da carreira também trabalhou na mídia, ocupando posições de âncora de TV, repórter, editora (EPTV/ Campinas e TV Soares/ Barretos), correspondente e colunista. Formada em Jornalismo pela Universidade de Ribeirão Preto, com pós-graduação em Comunicação com o Mercado na ESPM, Comunicação Empresarial pela Aberje/Syracuse University, Programa Avançado de Gestão Avançada pela Amana Key e Master Leadership Program – Administração e Negócios, pelo Insper. Eleita entre os 5 executivos mais admirados de Comunicação Empresarial no Brasil pelo PR Scope em 2019; Prêmio Comunique-se 2018 (entre os 3 executivos brasileiros mais admirados na Categoria Comunicação Corporativa); Vencedora do Troféu Mulher Imprensa 2016 e eleita Executiva de Comunicação do ano pela Aberje, no mesmo ano.

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