05 de setembro de 2017

Mercado de trabalho: reflexo do tempo atual

Um período econômico de crise, que impacta a geração e manutenção de empregos. A busca cada vez mais latente dos profissionais por um ofício que tenha um propósito. O olhar mais preocupado das pessoas para a qualidade de vida e a divisão coerente do tempo entre trabalho e família.  A recente mudança da reforma trabalhista. A preocupação mais que urgente com questões ligadas à sustentabilidade. Some todos esses fatores que são, de fato, uma realidade no nosso país e certamente você chegará a uma conclusão: o mercado de trabalho de hoje é diferente do cenário que tínhamos anos atrás.

Convido você a fazer um exercício e refletir sobre sua rede de contatos profissionais e pessoais. Provavelmente você deve conhecer algum profissional que trabalhava em uma empresa renomada e decidiu mudar de vida apostando em um negócio próprio. Ou alguém que, diante de uma demissão e da dificuldade de conseguir uma nova posição, viu como única saída a carreira autônoma. Há aquele que por não concordar com os valores e a ética de uma empresa, optou em buscar um novo trabalho.  E tem também o profissional que segue satisfeito em seu cargo corporativo por possuir boas perspectivas de crescimento.

A forma como o mercado de trabalho se modifica e se molda ao longo do tempo, de certa forma, é reflexo dos nossos valores, dificuldades e anseios. A maneira como organizamos a vida, a carreira, o consumo e até nossa estrutura familiar são sinônimo do tempo atual. Muita gente tem encontrado novas formas de gerar seus rendimentos e tem obtido sucesso com isso. A criatividade, aliás, vem ganhando protagonismo.

E num cenário em que a vida pessoal e profissional estão cada vez mais interligadas, regidas por novas regras, novas formas de contrato e novas formas de remuneração, as empresas precisam se reinventar. Oferecer um bom salário já não é suficiente. Num primeiro momento pode até satisfazer o profissional, mas com o tempo retê-lo se tornará insustentável. Daí a importância de as companhias terem uma proposta de valor clara e consistente.  Jornada flexível ou trabalho remoto é outro quesito que deve ser considerado para diminuir o risco da perda de bons profissionais. Há muita gente competente que não suporta mais a desgastante rotina corporativa e que acaba buscando autonomia profissional em prol da qualidade de vida.  Sem falar da postura da liderança. Existe uma máxima que diz: “as pessoas não abandonam seus empregos, abandonam seus chefes”. Claro que isso não é uma verdade absoluta, mas pode ser aplicada a muito dos casos de pedido de demissão.

Sim, temos um novo mercado de trabalho.  Cabe, então, a cada profissional – e a cada empresa – encontrar a melhor forma de se encaixar nele da maneira que lhe for mais conveniente.  Nem sempre é fácil, mas uma vez que tenha encontrado o seu caminho, sua chance de ter um trabalho que o mantenha motivado e feliz será multiplicada.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Maria Paula Girardi

Formada em Administração de Empresas pela FAAP, com extensão em Psicodrama pelo Sedes Sapientiae e Master in Administration em Liderança e Gestão de Pessoas pela FGV-SP, Maria Paula Girardi atua na área de Recursos Humanos desde 2005. Iniciou sua carreira no Grupo Abril na área de Gestão de Desempenho e permaneceu nesta empresa durante nove anos, quando ocupou uma função gerencial. Em 2014, decide enfrentar um novo desafio de gerenciar a área de Recursos Humanos de uma empresa familiar. Após um ano, une-se à Christiano Moreno com o objetivo de atuar em projetos estratégicos de Recursos Humanos direcionados a empresas de diferentes porte e segmentos.

  • COMPARTILHAR: