Evolução da comunicação e sua importância para as empresas
O que mais temos visto recentemente é como a comunicação desempenha um papel estratégico para o sucesso de Organizações e marcas, transcendendo a mera função de transmitir informações para tornar-se parte de sua essência e identidade. Estamos em um momento em que é necessário não apenas ‘fazer bem’, mas comunicar-se na hora certa, de maneira transparente e disseminando valores e ideais, ou seja, comunicando de forma estratégica.
Desde os primórdios da civilização, a comunicação foi vital para a coordenação e colaboração entre os indivíduos, evoluindo de formas rudimentares para meios cada vez mais sofisticados e abrangentes. No contexto contemporâneo, a rápida disseminação da informação a tornou um dos pilares fundamentais para a sobrevivência e prosperidade das organizações. A velocidade com a que as mensagens correm pelo mundo nos provoca a estar mais atentos e, sem sombra de dúvida, a enxergar o cenário à frente antes mesmo de tomarmos o próximo passo.
O Trust Barometer, pesquisa realizada pela agência global de comunicação Edelman, reforça este novo parâmetro, mostrando que, entre as instituições avaliadas, empresas são as mais confiáveis para integrar inovações na sociedade (63%).
Um trabalho de comunicação corporativa limitado à press-release já está obsoleto. Junto ao que podemos chamar de “serviços básicos”, sem retirar seu grande valor, os times responsáveis devem buscar agregar inteligência em seus planejamentos, seja pelo monitoramento de informações, o chamado social listening, ou pela busca de dados, concedendo-nos, assim, a oportunidade de agir de maneira cada vez mais assertiva.
No encalço do achado citado, o estudo, realizado há vinte anos, ainda nos mostra que 68% dos brasileiros possuem a expectativa de que CEOs e empresas tratem das mudanças que estão ocorrendo na sociedade, e não apenas daquelas que ocorrem dentro das empresas.
Caso direcionemos a reflexão para uma análise de setor mais específica, como o de seguros, no qual estou para completar uma década de atuação frente a inúmeros desafios, podemos compreender como nossa especialidade pode ir muito além de expor produtos e benefícios. Sabendo dos objetivos do setor – como a ampliação da cultura do seguro em nosso país -, é possível encontrarmos múltiplas maneiras de criarmos conversas e reflexões junto à população, explorando novas narrativas e conectando nossas estratégias à realidade da sociedade.
Em um rápido exemplo, entendo que quando temos um jovem no começo de sua carreira profissional, não há como lhe oferecermos diretamente alguns tipos de produtos, contudo, podemos e devemos lhe comunicar sobre a importância do planejamento financeiro e de suas favoráveis consequências em seu futuro. Neste contexto, a pesquisa e análise de dados emergem como ferramentas indispensáveis, permitindo uma abordagem mais precisa e direcionada. Por meio da análise qualitativa e quantitativa dos dados, as equipes de comunicação podem identificar padrões comportamentais, tendências de mercado e lacunas a serem preenchidas para este novo público.
Deste modo, a abordagem data-driven não apenas melhora a eficiência de nossos esforços, como também fortalece o vínculo entre as marcas e seu público, dando-nos a oportunidade de construir mensagens assertivas.
No entanto, é importante ressaltar que, apesar dos avanços tecnológicos e da crescente integração de dados, a comunicação continua sendo uma arte que requer sensibilidade e empatia. Por trás de cada conjunto de dados há indivíduos com necessidades, desejos e preocupações únicas, e é papel dos profissionais de comunicação interpretar e responder a essas nuances de forma ética e responsável.
Quando pensamos em comunicação integrada, acredito que atualmente os dados fazem parte dessa integração, gosto, especialmente, da visão que Margarida Kunsch traz em seu famoso livro “Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada”: “A comunicação integrada precisa ser entendida como uma filosofia capaz de nortear e orientar toda a comunicação que é gerada na organização, como um fator estratégico para o desenvolvimento organizacional na sociedade globalizada”.
Em última análise, a evolução da comunicação e sua crescente integração com o universo dos dados refletem não apenas uma mudança de paradigma nas estratégias de negócios, mas também na continuidade de uma jornada milenar em busca de entendimento e conexão entre as pessoas. Em um mundo cada vez mais complexo e interconectado, a comunicação permanece como a espinha dorsal da sociedade moderna e um fator determinante para o crescimento sustentável das organizações.
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