28 de março de 2024

Como a IA tem impactado a comunicação corporativa

O mundo da comunicação, assim como outras áreas, se deparou nos últimos tempos com a discussão sobre o avanço da Inteligência Artificial (IA) Generativa. Há quem a ame e quem a odeie, mas uma coisa é inegável: estamos diante de um momento importante, com imenso potencial para aumentar as interações positivas entre humanos e máquinas, com a criação de interfaces mais intuitivas e a personalização de conteúdo. Pensando em comunicação corporativa, as primeiras iniciativas que surgem advindas de IA são ligadas à produção de conteúdo.

Estive presente este mês no South by Southwest (SXSW), o maior festival de inovação do mundo que reúne entusiastas de diferentes mercados e indústrias, além de personalidades de vários segmentos, para promover a troca de conhecimento. O evento é composto por 25 trilhas e, dentre elas, comportamento humano, futuro do trabalho, equidade, diversidade de gênero e inclusão. O festival focou nos avanços da IA mostrando a força desta ferramenta e em como essa tecnologia veio para ficar.

Como comunicadores, estamos diante de um processo que exigirá, de certa forma, mais qualidade, letramento e ética, criando oportunidade para reinventarmos a forma como contamos as histórias das marcas. Como Head de Comunicação na Cogna Educação, companhia que faz parte do seleto grupo de 4% das empresas em todo o mundo que estão na fase de produção de projetos de IA Generativa, de acordo com o Gartner, fui ao SXSW para conhecer ainda mais como as organizações ao redor do globo estão lidando com a Inteligência Artificial e aplicando-a no dia a dia na resolução de desafios da comunicação.

Peter Deng, vice-presidente de produtos de consumo e chefe do ChatGPT na OpenAI, comentou algo interessante durante sua apresentação no SXSW sobre a relação que devemos desenvolver com a tecnologia: precisamos nos manter curiosos. Pensando no universo da comunicação, a curiosidade está muito ligada à reputação e como desenvolvemos a relação da marca com as pessoas. Afinal, as empresas que perduram são aquelas que resolvem problemas complexos e entregam soluções para os seus clientes. Se não temos curiosidade em relação aos nossos stakeholders, como estabeleceremos um grau de satisfação para nos aproximar deles e trabalharmos a reputação? Isso só é possível por meio de uma agenda bem estabelecida com projetos e iniciativas consistentes de marca e comunicação.

A IA no campo da comunicação poderá promover ainda mais o desenvolvimento e a capacitação tecnológica das pessoas, há muito esperada, e ajudar na organização do fluxo de trabalho, uma das grandes dores do setor. No time de comunicação da Cogna, por exemplo, uma das iniciativas é impulsionar a produção de conteúdo proprietário entre os colaboradores por meio de um assistente virtual de IA conectado ao Teams. Umas das possibilidades para a ferramenta é a otimização e a customização de postagens usando as mensagens-chave da companhia, alinhadas com a narrativa de cada área de negócio, sendo uma forma de nos aproximarmos do nosso público interno ainda mais e torná-los promotores da nossa marca, ampliando assim nosso share of voice no ambiente digital.

Ao enxergarmos a Inteligência Artificial como uma aliada, estabelecendo critérios claros para o seu uso, poderemos usufruir de um cenário promissor para a comunicação. Teremos novas formas de coletar e analisar dados em fontes internas e externas, além de um nível mais profundo de possibilidades a fim de melhorarmos a experiência de todos os stakeholders, o que ajuda a construir marca e reputação.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Deborah Rodrigues

Sócia e Head de Comunicação Institucional da Cogna. Conta com mais de 13 anos de expertise no que diz respeito a reputação corporativa, planejamento estratégico de comunicação interna e externa, assim como gestão de crises, gerenciamento de social media e branding. A executiva já atuou no mercado financeiro e de bens de consumo, em grandes corporações e startups, como XP Inc. e BRF Foods. Deborah também atua como mentora de mulheres dentro e fora da companhia.

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