19 de março de 2020

Ações efetivas em prol da equidade de gênero nas empresas

No mês que celebramos todas as conquistas das mulheres que vieram antes de nós e refletimos toda a jornada que temos ainda pela frente, decidi me inspirar e ler livros sobre mulheres.

Já no primeiro – Faça Acontecer, da Sheryl Sandenberg (COO do Facebook) – fui impactada fortemente! Sheryl toca em um tema muito abordado, mas com óticas diferentes. Mulheres e mercado de trabalho fazem parte da discussão há tempos. Você sabia que o PIB do Brasil poderia estar 16% maior se mais mulheres estivessem no mercado?

De qualquer forma, ainda falamos pouco da falta de mulheres na liderança. Os dados que ela traz são preocupantes: como queremos ter um mundo mais igualitário quando temos menos de 5% de mulheres chefes de Estado e 16% presidentes/ CEOs de empresa? E não é só no cargo máximo que temos baixa representatividade: todos os cargos de diretoria e alta gerência as mulheres estão bem atrás.

Quando olhamos para o mercado de Comunicação temos um cenário um pouco mais favorável. Segundo a pesquisa Perfil da Liderança em Comunicação no Brasil de 2019 da Aberje, 69% das mulheres ocupam cargos de liderança em comunicação corporativa no Brasil. Mas, quando olhamos cargos de direção ou vice-presidência, o número cai para 45%. Ou seja, algo acontece no topo que não nos deixa chegar tão facilmente.

Trabalhei anos em agências de comunicação e todas majoritariamente composta por mulheres nos diversos níveis de atendimento (junior, pleno, sênior). Mas quando chegava na direção/ presidência os números se invertiam. Recentemente, fiquei surpresa quando em uma premiação da área de Comunicação a maioria do público ali era formado por homens. E vendo isso e analisando os dados, o que podemos fazer para termos um futuro mais justo e equalitário?

Não existe regra e muito menos um passo a passo efetivo, mas algumas ações podem ser tomadas para começarmos hoje o futuro. Para criar iniciativas de diversidade e inclusão efetivas, acredito que o primeiro passo é trazer o assunto a mesa e como parte do plano de negócios. Não pode ser apenas tema de RH. Conversar e educar sobre o assunto é uma ótima maneira para tornar o ambiente mais igualitário.

Ações de engajamento interno como fóruns, eventos, e-mails e treinamentos são algumas ferramentas que podem apoiar. Mas lembrando: a liderança precisa participar ativamente de todo processo e também servir de exemplo a todos os funcionários.

Como segundo passo, existem medidas que podem ser adotadas para garantir que mais mulheres façam parte da empresa e cheguem a cargos de alta liderença, como: metas de equidade de gênero para gestores; equiparar todos os salários e garantir que mulheres não ganham menos que homens exercendo as mesmas funções; processos seletivos mais justos sem olhar nome e gênero e incluindo homens e mulheres na tomada de decisão de todas as vagas; capacitação de mulheres e programas de mentoria – e isso só para citar alguns. Não é um processo fácil: é doloroso mudar o modus operandi que fomos acostumados, mas é gratificante ver e acompanhar o progresso.

Percebemos que ainda há bastante o que fazer, mas tendo em vista o quão o tema está em alta, acredito estarmos no caminho certo para um futuro mais justo.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Carolina Prado

Apaixonada por comunicar! Conta com mais de 10 anos de experiência na área de comunicação corporativa – trabalhando com comunicação externa e interna, marketing digital, endomarketing, marketing de influência e gerenciamento de crises. Além disso, possui experiência em vários segmentos da indústria como tecnologia, jogos, turismo, entretenimento, empresas, startups, energia, saúde e consumo. Além de gerenciar a área de Comunicação da Intel no Brasil, também é parte de duas organizações dentro da empresa: WIN (Mulheres na Intel Network) e Intel Involved (equipe de voluntários). No WIN, lidera a área de relacionamento externo e coordena eventos e atividades fora da empresa relacionados à equidade de gênero. No Intel Involved, lidera a equipe de voluntariados da Intel Brasil e conduz o planejamento e coordenação de atividades de voluntariado corporativo no país.

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