A comunicação na pandemia: aproximando empresas e pessoas
Publicado originalmente no LinkedIn em 21 de setembro.
O que têm em comum empresas do mundo farmacêutico, financeiro, do varejo ou de energia? Setores diferentes, desafios comuns trazidos pela pandemia. Se a comunicação corporativa já era importante para a transformação cultural, passou a ser fundamental nos primeiros momentos de incerteza. Seja para aproximar as pessoas que, de repente, tiveram que trabalhar de casa, ou ainda para oferecer aos clientes orientações sobre serviços que aliviaram os efeitos da crise inesperada. A informação trouxe alento a muitos que buscavam ajuda para lidar com os impactos da disseminação da covid-19.
Esse foi o tema de um bate-papo profundo com feras da comunicação, que trataram de maneira leve e objetiva os dilemas e oportunidades que a pandemia trouxe a todos nós. Bom demais dividir com Cristiana Xavier de Brito, da BASF, Cristiane Santos Blanch, da Pfizer, Hélio Muniz, da Via Varejo, e Marcus de Barros, da Neoenergia os rumos de uma comunicação ainda mais atenta, ainda mais próxima das pessoas e definitivamente digital no Fórum de Comunicação Corporativa 2020, organizado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) e pelo Valor Econômico, semana passada.
O tom da prosa foi dado pelo professor Paulo Nassar, presidente da Aberje, que começou comentando que, agora, os profissionais de comunicação empresarial precisam ter um olhar antropológico, entender o que as pessoas esperam das empresas e o modo como consomem a informação.
Helio Muniz foi sensacional ao comparar os responsáveis pela comunicação das empresas a “DJs de casamento”: aqueles caras que precisam tocar a música certa, no momento certo da festa, para não deixar a pista de dança esvaziar. Um dos seus grandes desafios na Via Varejo foi falar do dia para noite a 20 mil vendedores que eles ficariam em casa, e como deveriam contatar seus clientes a partir daí.
Já a Neoenergia virou case mundial do Facebook pela velocidade com que migrou seu atendimento para a rede social e o WhatsApp. Transformação digital tempestiva e necessária – um caso de sucesso contado pelo Marcus.
Se os efeitos das fake News são danosos, imaginem os desafios da Pfizer quando uma mentira pode representar uma ameaça à vida de quem desconhece os efeitos da pandemia.
Aqui no banco, nossos desafios não foram menores – protocolos que garantissem a segurança de clientes e colaboradores, novos serviços e produtos que apoiassem pessoas e empresas afetadas pela súbita desaceleração da economia, a migração de áreas inteiras para o atendimento remoto e todos os detalhes necessários para que as pessoas permanecessem conectadas e bem informadas.
Como aproximar nossos profissionais, fisicamente distantes em um momento de incerteza e dúvidas que o mundo nunca tinha vivido? Pensando nisso e em formas de tornar nossa comunicação mais atrativa, readaptamos nossos canais ao avanço digital: 9,5 milhões de visualizações nas lives do nosso YouTube, cinco vezes mais posts em nossas redes sociais. Um crescimento de 300% no nosso canal de comunicação interna.
Empresas diferentes, estratégias criativas, desafios comuns. Cada um de nós adaptou a produção e distribuição de conteúdo a esse momento único para a humanidade. Lições que mudarão a comunicação de forma definitiva.
O senso de urgência ganhou nova escala, assim como a capacidade de engajamento das pessoas e instituições. O lado solidário das pessoas foi despertado para valer, e nós, enquanto comunicadores e influenciadores, ampliamos o nosso acervo de ferramentas para nos conectar às mentes e corações dos nossos interlocutores.
Entender a fundo esse espírito da época e fazer o melhor uso possível deste arsenal são os nossos grandes desafios daqui para a frente. O que aumenta ainda mais a nossa responsabilidade de aproximar pessoas, humanizar cada vez mais as relações entre empresas e stakeholders e fazer da informação um instrumento cada vez mais poderoso de transformação na vida da sociedade.
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