31 de julho de 2020

Um olhar apurado no nosso ambiente

“O mundo como nós o conhecemos não existe mais“. Recentemente ouvi essa frase de um dos especialistas que estão acompanhando de perto os impactos da pandemia causada pela Covid-19. Eu me questiono se esse sinal vermelho já não tinha aparecido antes, quando presenciamos desastres que até hoje geram enormes danos ao meio ambiente e, por consequência, a todos nós. Acho que a gente se comporta como o “sapo dentro da panela”. A água vai aquecendo aos poucos e não nos damos conta. Em um determinado momento, quando a temperatura já beira o insuportável, o sapo não consegue mais saltar fora porque já gastou sua energia se ajustando ao aumento da temperatura. Será que precisa ser assim?

O fato é que o mundo nunca mais será como antes, mas não há nada de novo nisso. A cada dia ele muda, e nós precisamos reconhecer esse processo de transformação. No setor automotivo, temos usado a tecnologia para avançar no quesito sustentabilidade. Um exemplo disso são desenvolvimentos como a eletrificação. Até 2040, 57% de todos os veículos vendidos ao redor do mundo serão eletrificados. É o que revela o relatório de Perspectivas de 2019 para Veículos Elétricos, produzido pela Bloomberg New Energy Finance, uma das principais consultorias globais.

A empresa a qual faço parte já ultrapassou a marca de 15 milhões de veículos elétricos e híbridos, vendidos mundialmente e que, por consequência, são mais limpos e também sustentáveis. No Brasil, já temos oito modelos eletrificados e fomos pioneiros a trazer o primeiro híbrido flex ao País. Mas não é apenas no automóvel que avançamos. Também contamos com fábricas na América Latina que usam exclusivamente energia renovável, além das boas práticas como a redução do consumo de água e energia nos processos. Tudo isso é o que podemos chamar de melhorias contínuas visando metas desafiadoras de desenvolvimento sustentável. Outro exemplo é o estímulo para que fornecedores e concessionários façam o mesmo, de modo a premiar essas iniciativas e avaliar a performance utilizando critérios de responsabilidade ambiental.

São avanços como esses que estão alinhados com as expectativas de toda a sociedade. E pensando no futuro, eu sou otimista. Quando isso tudo passar, viveremos um momento de certa euforia, como o que aconteceu depois das grandes Guerras. Alguns movimentos que já estavam em curso serão acelerados e a busca por mais sustentabilidade é um deles. Não podemos perder o “timing” de fazer acontecer.

Dou mais alguns exemplos. No início do ano, a Toyota anunciou um projeto audacioso, que colocou em prática uma cidade do futuro no Japão (a Woven City), que será um “laboratório vivo” para iniciativas de mobilidade apresentadas em um ecossistema integrado, movido à base de hidrogênio. Projetos vitais com essa magnitude social e ambiental nos inspiram e reforçam nosso comprometimento com metas de desenvolvimento sustentável que, entre outras coisas, visam reduzir a zero as emissões de gás carbônico (CO2) no planeta.

Estamos diante da oportunidade de refletir melhor sobre nossos hábitos e dia a dia. Continuamos firmes, como empresa, a buscar soluções para um futuro melhor, mas também estamos refletindo e estimulando o debate sobre ações individuais, e aprendizados. Retomamos a operação das nossas fábricas depois de quase três meses parados, e todas as áreas administrativas puderam optar por estender o trabalho remoto. Em casa, diante da convivência com nós mesmos e com todo resíduo que geramos, vamos criar novas oportunidades de melhoria e qualidade de vida.

Vamos juntos? Como empresas e como indivíduos, o que importa é darmos passos seguros e em direção ao futuro que a gente quer construir.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Viviane Mansi

Viviane Mansi é diretora de Comunicação e Sustentabilidade da Toyota para a América Latina e Caribe e presidente da Fundação Toyota do Brasil.

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