26 de agosto de 2020

CASA FIAT DE CULTURA PROPÕE REFLEXÕES SOBRE MODELOS URBANOS DE GRANDES CIDADES EM CENÁRIO DE PÓS-PANDEMIA

As ideias do mestre italiano Leonardo da Vinci continuam a inspirar e surpreender especialistas de diferentes áreas. No dia 28 de agosto, às 9h, a Casa Fiat de Cultura, o Istituto Europeo di Design (IED) e o Consulado da Itália em Belo Horizonte realizam a palestra “Cidades inteligentes para quem? Um outro Renascimento para as cidades do futuro”, que destaca um dos projetos do artista e inventor. Ainda no século 15, ele desenvolveu preceitos importantes para o que seria a chamada cidade do futuro. Com apresentação e mediação das arquitetas Carlotta Pinna e Graziela Nivoloni, o evento integra o ciclo de palestras Smart CitiesSmart Citizense terá transmissão online, com inscrição gratuita pela Sympla.

A pandemia do novo coronavírus exigiu que medidas de contenção fossem tomadas. O isolamento social e o lockdown, em cidades de todo o mundo, transformou a rotina de milhões de pessoas. Nunca ficou-se tanto tempo em casa! Nesse contexto, novos e complexos desafios surgem dia a dia, especialmente nos centros urbanos de países em desenvolvimento, como o Brasil. A palestra abordará a necessidade de repensar a lógica urbana contemporânea. 

Segundo a arquiteta Carlotta Pina, escritórios, praças, centros culturais e outros espaços comuns jamais serão os mesmos, pois a maneira de viver e de pensar o mundo mudou radicalmente, em poucas semanas. “O isolamento social desses meses foi um luxo para as elites dos países mais pobres ou em desenvolvimento, locais onde a modernidade de aplicativos e tecnologia não foram suficientes para conter o risco da pandemia, que avançou fortemente entre os mais vulneráveis. A arquitetura e o urbanismo podem ter soluções mais eficientes para os desafios do momento”, afirma.

No bate-papo, serão propostas reflexões a partir da necessidade de resgatar as premissas exploradas por Leonardo da Vinci, no fim do século 15. Para ele, a cidade ideal seria vislumbrada como um organismo vivo, em que beleza arquitetônica e funcionalidade são combinadas com o atendimento às necessidades diárias da população. Afinal, como promover qualidade de vida, sob perspectiva inclusiva, em cidades com tantas desigualdades sociais?

Entre 1484 e 1485, Da Vinci sobreviveu a epidemias que dizimaram um terço da população de Milão, na Itália. A forma como a peste bubônica se espalhou pela população inspirou-o a criar conceitos renascentistas sobre a cidade do futuro, com dois pontos marcantes: as redes de canais (semelhantes aos de Veneza) e a divisão vertical da cidade, de forma a combinar mobilidade, sustentabilidade ambiental e áreas para o lazer. Mais de 500 anos depois, esses conceitos continuam atuais, e, nas palavras de Carlotta Pinna, com a fusão de “arquitetura, mecânica e hidráulica, entende-se que a beleza da cidade deveria ser sinônimo de funcionalidade, resultado da contribuição das ciências matemáticas e mecânicas”.

A palestra “Cidades inteligentes para quem? Um outro Renascimento para as cidades do futuro” é uma realização da Casa Fiat de Cultura, do Istituto Europeo di Design (IED) e do Consulado da Itália em Belo Horizonte, com apoio do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) e do Banco Safra. A palestra conta com apoio institucional do Circuito Liberdade, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), do Governo de Minas e do Governo Federal, além de apoio cultural do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e da Expresso Nepomuceno.

 

Smart Cities e Smart Citizens

O ciclo de palestras Smart Cities, Smart Citizens conta, ao todo, com três palestras, realizadas pela Casa Fiat de Cultura em parceria com o IED e o Consulado da Itália em Belo Horizonte. As apresentações terão, como tema central, as cidades criativas e sustentáveis, que fazem uso da tecnologia em seus processos de planejamento, com a participação dos cidadãos.

O conceito de Smart Cities refere-se às cidades que se desenvolvem a partir de infraestruturas mais eficientes, que respeitam o meio ambiente. Todo o planejamento urbano, da construção de praças e outros espaços públicos a moradias, deve ser pensado de forma inteligente. Nesse contexto, os Smart Citizens, ou cidadãos inteligentes, são os sujeitos que habitam essas cidades. Trata-se de pessoas com capacidade de se conectar, de se informar e ser agentes ativos nessas comunidades, vivenciando a própria cidadania.

A primeira palestra, “GreenUP: cidade comestível”, já está disponível no YouTube da Casa Fiat de Cultura.

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