Capítulo Aberje Minas Gerais aborda o tema Employer Branding: os desafios da construção de uma marca empregadora
8ª Encontro online reúne especialistas em Comunicação
O Capítulo Aberje Minas Gerais recebeu convidados especiais para o seu 8° encontro, realizado no dia 27 de junho, com o tema “Employer Branding: os desafios da construção de uma marca empregadora”. A abertura foi feita pelo Diretor do Capítulo Aberje Minas Gerais, Othon de Villefort Maia, gerente Sênior de Comunicação e Relações Institucionais da AngloGold Ashanti Brasil.
Participaram do encontro Lilian Gaino Dorighello, gerente sênior de Comunicação Corporativa na Unilever; Danielli Soares Melo Gaiotti, head de Comunicação na Samarco Mineração; Rozália Del Gáudio, diretora de Comunicação e Sustentabilidade na Localiza; e Ana Ludovico, analista de Employer Branding na Localiza. A mediação do debate ficou a cargo de Danny Marchesi, gerente de Comunicação da VLI.
Ao abrir o debate, Othon Maia destacou as relações de trabalho vem passando por mudanças seja do ponto de vista dos formatos de trabalho, seja pela mudança das gerações no mercado de trabalho. “Talvez nunca houve tantos perfis diferentes de pessoas interagindo dentro das organizações. E daí como pensar nos diferentes setores como trabalhar uma marca que se diferencie e que crie sentido organizacional?”, provocou.
Transformações no mercado de trabalho
Na oportunidade, Lilian Dorighello, da Unilever, trouxe algumas reflexões sobre o tema diante de todos os desafios que permeiam a gestão da marca empregadora. “Quando a gente olha para o mercado de trabalho, vemos muitas transformações desde o ponto de vista de disrupção dos negócios, de gestão de pessoas e de Comunicação. Vivemos um momento de profundas transformações de mercado, de questionamento sobre os níveis de produtividade atual, pois se por um lado as empresas questionam a produtividade dos funcionários, vemos as pessoas com Síndrome de Burnout, pessoas com muita dificuldade de dar conta desses desafios”, salientou. “Há um grande desencontro, isso não é novo e tem se agravado”, completou.
De onde vem o tema ‘marca empregadora’ e por que é tão importante frente a todos esses desafios? “Com o surgimento da internet, podemos dizer que o mundo foi descortinado em muitos aspectos e logo vimos o termo employer branding porque percebemos que a barreira que existia entre a comunicação interna e a externa deixou de existir”, prosseguiu Lilian. “Essa barreira não existe mais, porque as pessoas tiveram mais acessos profissionais e o muro da organização, que separava a experiência real daquilo que elas imaginavam, deixou de existir”, explicou.
Com a pandemia, tudo vira de cabeça para baixo, destacou Lilian. “Resultado disso é esse movimento de muitas pessoas querendo fazer outras coisas da vida. Pesquisas falam sobre grandes demissões e quanto os brasileiros estão infelizes no trabalho. Precisamos entender que marca empregadora não está desconectada da cultura organizacional, é preciso ter uma marca com um bom alinhamento, uma boa proposta de valor e uma comunicação poderosa com o marketing trabalhando ao nosso lado”, destacou a profissional.
A construção de uma nova jornada
Em sua apresentação, Danielli Gaiotti revelou que a Samarco está no início de uma jornada de employer branding. “Temos 45 anos de história e essa trajetória não tem sido fácil; a Samarco nasce de um desafio de transformar o minério de baixo teor com alto valor agregado. O engajamento dos nossos colaboradores nos fortalece enquanto organização; a Samarco sempre foi reconhecida por seus resultados e a gente sabe que isso foi fruto do trabalho das pessoas”, disse.
Danielli citou o rompimento da barragem do Fundão em novembro de 2015 como algo que marcou profundamente a história da companhia. “No dia a dia a gente reforça o compromisso com a reparação; foi um processo de crise e o engajamento dos funcionários foi fundamental pois todos atuaram em diversas formas como uma atuação coletiva buscando encontrar soluções emergenciais frente ao rompimento. Destaco a mudança do olhar das nossas pessoas para um propósito maior que transcendeu os muros da nossa empresa”.
A executiva também destacou a reconstrução das relações ao longo de todo esse processo, na busca das soluções coletivas. “Ficou claro que precisaríamos nos transformar e nesse processo de avaliação ficou evidente a necessidade de repensarmos e organizarmos a nossa empresa, sobretudo a nossa identidade e processos de gestão dando início a uma nova jornada”, contou, acrescentando que não há como falar de marca empregadora sem falar de cultura. “A cultura está completamente ligada aos atributos de marca empregadora. E não bastava só planejamento e uma estratégia para a retomada. Era fundamental que nossa cultura estivesse alinhada e sustentasse essa mudança”.
“Em termos de Comunicação, demos concretude ao nosso propósito em toda a nossa estratégia de Comunicação que precisava ser diferente. Precisávamos olhar para a frente. Nós desenvolvemos toda a nossa narrativa de Comunicação em fazer uma nova mineração, uma nova chamada mais humanizada de marca empregadora com muita autenticidade, coerência e consistência”, ressaltou Danielli.
Marca empregadora: valor intangível
Rozália Del Gáudio, da Localiza, contou um pouco sobre a jornada de aprendizagem nas questões de marca empregadora a fim de conquistar os talentos que vão construir o futuro da mobilidade. “O DNA da Localiza tem muito de conectar a marca empregadora com a cultura da empresa. Temos valores que vêm junto com a história da empresa que estão alinhados cada vez mais com o dia a dia dos colaboradores”, iniciou. “Num contexto de desafio de crescimento, como atrair cada vez mais talentos para construir o futuro da mobilidade? Primeiro passo, definir uma aspiração de marca empregadora e ser referência na prática de gestão de pessoas para os nossos colaboradores”, acentuou.
E para falar sobre esse desafio, Ana Ludovico contou um pouco como foi o passo a passo da empresa para avançar no processo de encantamento de colaboradores. “Eu acredito que marca empregadora é uma das estratégias mais desafiadoras das grandes empresas, é um valor intangível de uma marca justamente porque estamos lidando com reputação”, disse. “Os candidatos e colaboradores só tomam ciência da magnitude e do alcance dessa marca quando elas vem fazer parte do nosso time. Pensamos no colaborador como um cliente interno porque acreditamos que o colaborador que tem uma ótima experiência é motivado a transmitir o que recebe aos nossos clientes”, ressaltou.
Os desafios não param, segundo Ana. “Estamos num momento de transformação digital, crescimento acelerado, abertura a novas ideias e de mobilidade sustentável”, revela. “São três pontos-chaves que toda empresa deveria se perguntar em algum momento quando está construindo a jornada do candidato e do colaborador: (1) o que faz uma pessoa entrar em uma empresa, qual o motivador aspiracional? (2) por que as pessoas permanecem na empresa? e (3) quando as pessoas resolvem optar por novos desafios no mercado, qual é o principal motivador?”, salientou.
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