Capítulo Aberje Bahia debate Diversidade, Inclusão e Equidade nas Organizações
7°encontro online reuniu executivos de Comunicação para apresentar exemplos práticos nas empresas
Você sabia que a população negra representa 56% dos brasileiros e consome mais de 1,5 trilhão para a economia do país? Esta e outras realidades foram apresentadas pelos profissionais da comunicação da região da Bahia a partir do tema “Diversidade, Inclusão e Equidade nas Organizações”, durante mais um Capítulo Aberje Bahia, no dia 25 de novembro.
Participaram do encontro, o CEO da Zygon AdTech, Lucas Reis; o analista de Comunicação Corporativa da BASF para América do Sul, Rafael Almeida; a analista sênior de comunicação interna na Neoenergia, Vivian Romanelli; a especialista de Planejamento de Suprimento e Produção e Líder dos Grupos de Diversidade & Inclusão da Bayer Camaçari, Andrea Figueiredo; a gerente de Trade Marketing Regional do Grupo Boticário, Caroline Lourenço de Lima; e a gerente de Comunicação Institucional da Federação das Indústrias do Estado da Bahia/FIEB, Monica Mello como moderadora do encontro.
“Este é, de fato, um tema muito importante para a discussão, muito aderente e fala fundo a todos, mas, sem dúvida, é responsabilidade nossa como Comunicação estar sempre trabalhando este tema e buscando uma evolução constante na forma como a gente fala e nas formas como a gente se comunica com as pessoas”, iniciou a mediadora Monica Mello.
Ao apresentar o case Black and Network, Lucas Reis trouxe números relevantes com relação à participação de negros e pardos na área da Comunicação. “Menos de 5% dos principais editores dos veículos brasileiros se declaram não-brancos. “Temos uma população majoritariamente negra mas que se informa e toma conhecimento dos principais assuntos do mundo a partir de veículos que não têm negros na sua liderança”, salientou. “Isso acaba abrindo espaço para estereótipos e para que públicos minorizados sejam representados não da forma como eles mesmos se enxergam”, completou.
Por outro lado, a mídia digital movimenta R$ 30 bilhões por ano. “Esse é um mercado bem grande e essa verba publicitária é a base do modelo de negócios dos players digitais. A publicidade digital financia conteúdo inclusivo ou excludente? Como fazer veículos negros acessarem esse mercado”, indagou Reis. Nesse sentido a Zygon AdTech lançou o Black and Network, a primeira rede de sites e creators negros da América Latina. “Hoje temos mais de 30 sites e creators na nossa rede, uma audiência de cerca de 5 milhões de pessoas por mês e que cresceu 120% em 2021”, comentou.
Rafael Almeida, da BASF, compartilhou o case Circuito da Diversidade e ações afirmativas nas operações sob a perspectiva do profissional de comunicação. “Dentro de diversidade, equidade e inclusão, temos um papel de influência, de articulação e também de empatia. O profissional precisa ter uma escuta muito ativa para que consiga ter uma efetividade nessas ações”, disse.
“Cada pessoa é única e é justamente essa unicidade, essa pluralidade é que vai trazer valor para os nossos negócios. É o que vai fazer com que esses times diversos tragam novas ideias, novos projetos para que a gente consiga evoluir. Os melhores talentos querem trabalhar num ambiente dinâmico e inclusivo. A gente acredita que esse compromisso de diversidade e inclusão nos ajuda a atrair esses talentos e a engajar os times”, completou.
O case WebApp – Fomentando a cultura de Diversidade & Inclusão na Neoenergia foi apresentado por Vivian Romanelli. Trata-se de um site responsivo que se comporta como um aplicativo e que pode ser acessado de qualquer tipo de navegador e funciona nos mais diversos dispositivos. O conteúdo foi todo feito pela área de comunicação interna da companhia, com sugestões e validação dos grupos de afinidades.
Segundo Vivian, o webapp, que tem várias seções, já teve cerca de 1.500 acessos. “A gente acredita muito na troca, no poder das palavras e na escuta das histórias. Na seção ‘Com a palavra’, por exemplo, temos depoimentos de colaboradores que compartilham suas histórias e conquistas”, comentou.
Andrea Figueiredo, da Bayer Camaçari, trouxe o case Reflexões e práticas sobre o programa de inclusãso e diversidade. “Temos uma estrutura muito bem definida que vem do corporativo, mas também leva em consideração o que cada localidade tem de necessidade. Trabalhamos com grupos de afinidades que trabalham muito com treinamento e discussões para fazer com que o nosso ambiente seja inclusivo. Não adianta trazer diversidade só por trazer. Temos que ter um ambiente onde as pessoas se sintam bem e queiram continuar. E a gente só consegue isso em um ambiente inclusivo”, ressaltou.
“Nosso valor hoje é o colaborador em primeiro lugar e o D&I no centro. Isso é algo que o time de comunicação conseguiu, de forma integrada, disseminar nos nossos sites. Temos uma abordagem corporativa que permeia toda a organização, ou seja, com uma identidade única, mas com uma capilaridade que permeia toda a organização. Ou seja, estamos levando essa comunicação para que as coisas reflitam a prática”, complementou Andrea.
Na ocasião, Caroline Lourenço de Lima, do Grupo Boticário apresentou o case Boti-comunidades e o protagonismo de moradores de bairros periféricos na criação das campanhas de beleza. “Nosso papel é levar a nossa marca para cada canto do país, respeitando a cultura de cada região. É uma luta de todas as empresas para que a gente consiga avançar na diversidade e na inclusão”, salientou.
O Projeto Comunidades é um dos projetos da companhia que traduz a responsabilidade, em termos de marketing regional, de representar a diversidade da população brasileira nas campanhas de comunicação da empresa. “Existe um potencial de negócio, é importante trabalharmos essa causa, mas também trazendo valor para o negócio. Há um alto potencial de consumo, de uma necessidade de aproximar a marca com os públicos C, D e E, além de um potencial de crescimento de base de revendedora, como uma oportunidade de renda”, contou.
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