Sonia Favaretto: A maestria da Comunicação com Sustentabilidade na Rede Brasil do Pacto Global
Jornalista, radialista e pós-graduada em Comunicação Empresarial, diretora de Imprensa, Sustentabilidade, Comunicação Social e Investimento Social da Bolsa de Valores B3 há mais de nove anos, ganhadora do SDG Pioneer 2016 (reconhecimento de líderes empresariais de companhias signatárias que contribuíram com os ODS por meio de projetos no setor privado) e agora presidente da Rede Brasil para o Pacto Global. Esta é Sonia Favaretto, que começou a atuar com sustentabilidade há quase 20 anos, quando assumiu a superintendência da Fundação Bank Boston. Mas foi a partir de 2005, após a compra da instituição pelo Itaú, que se envolveu completamente com o tema ao ficar responsável pela criação da área de Sustentabilidade no banco, época em que a temática é despertada para um olhar mais crítico – com tantos desastres ambientais, dados sociais alarmantes e escândalos financeiros, não dava mais para organizações empresariais não se envolverem com o assunto. Hoje, além da responsabilidade como diretora da B3 (primeira bolsa do mundo a ser signatária do Pacto Global), atua como superintendente do Instituto da B3 e presidente do Conselho Deliberativo do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da bolsa brasileira.
Por sustentabilidade, Sonia a traduz em duas abordagens. Como conceito clássico, entende o tema, amplo e complexo, como “necessidade de mudança de padrão econômico, de produção, de consumo, de atitude”. Desde o conceito do triple bottom line, que prevê a integração dos temas econômico, social e ambiental, à definição assumida pela ONU, trata-se de “olhar para o novo, o diferente, a quebra do paradigma necessário para avançarmos”. Como conceito inspirador, acredita que Sustentabilidade está associada à mudança do mundo e dos nossos parâmetros como sociedade. E tem apreço em trabalhar com o tema dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), desde a época em que surgiram como ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio).
Tem grande orgulho de ter feito parte da criação do Café com Sustentabilidade, da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), instituição na qual foi voluntária como Diretora Setorial de Responsabilidade Social e Sustentabilidade por quase quatro anos. Lembra também, enquanto atuava no Itaú, que a instituição foi vencedora do Prêmio Aberje, em 2008, pela categoria Comunicação de Ações de Sustentabilidade, associação de comunicação que admira e tem grande estima.
Entre as práticas de sustentabilidade com as quais se inspira, estão aquelas que carregam a lógica da parceria, uma marca, principalmente, das organizações brasileiras. Admira a resiliência do setor financeiro e seu posicionamento referencial em atuar em mudanças que impactam o mundo, como a regulação do Banco Central, em 2012, primeiro do Brasil a assumir a implantação de políticas socioambientais. Ainda assim, não deixa de admitir que outros setores merecem reconhecimento, como o setor petroquímico e o avanço da criação do plástico verde, por exemplo. Em relação aos profissionais que admira, estão Fabio Barbosa, com quem atuou no Itaú e na Febraban, pelo líder e desbravador em sustentabilidade e pela pessoa agregadora que é, e Antonio Jacinto Matias, vice-presidente de marketing, do Itaú, pela visão sistêmica e com quem aprendeu a conciliar as questões de sustentabilidade na comunicação. “O que me guiam são pessoas. São elas que me alimentam”, afirma Sonia.
Tendo assumido a presidência do Conselho da Rede Brasil do Pacto Global, espera liderar e influenciar o planejamento estratégico 2030, em confecção, além de ampliar o posicionamento internacional da Rede Brasil. Tal desafio, para Sonia, “trata-se de uma realização profissional e pessoal, onde misturam-se responsabilidade, comprometimento e honra”.
Recentemente, ela esteve presente na segunda edição do “SDGs in Brazil”, que visa discutir os avanços e desafios brasileiros para atingir os ODS. O evento aconteceu na sede da ONU em Nova York, em julho, e contou com a participação de 25 representantes do setor privado e público brasileiros e diversas autoridades internacionais. “As companhias brasileiras são motivadas, são protagonistas, e vêm respondendo à agenda dos ODS, tentando incorporar e entender como melhor tratar este assunto. Acho que os principais desafios que temos visto é um entendimento claro do que são os ODS, o que é esta agenda na prática, como ela impacta nas decisões dos investidores e como as empresas podem tornar este tema mais claro e concreto, que permeie toda a companhia”, afirmou Sonia durante o evento
Ficam aqui nossos votos de uma ótima jornada e muitos avanços em práticas e reflexões para a sustentabilidade no mandato assumido!
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