10 de outubro de 2024
BLOG Sinapse

O que as pessoas priorizam no ambiente de trabalho, por Korn Ferry

 

O documento intitulado “Workforce Insights Report 2024” da Korn Ferry apresenta uma pesquisa abrangente com 10.000 profissionais em vários estágios de carreira e regiões geográficas, incluindo EUA, Reino Unido, Brasil, Oriente Médio, Austrália e Índia. A proposta é descobrir o que os indivíduos priorizam em seus ambientes de trabalho, concentrando-se em vários fatores-chave que influenciam a seleção, a retenção e o desgaste do emprego

O material identifica três fatores primordiais para os empregados em 2024: horários de trabalho flexíveis, alta segurança no emprego e pacotes generosos de salário/compensação. Compreender esses fatores é fundamental para as organizações que desejam atrair e reter talentos. É interessante notar que, embora o salário seja tradicionalmente visto como um dos principais motivadores, nessa pesquisa o trabalho flexível surgiu como o principal motivo para aceitar novos cargos. Essa tendência destaca uma mudança nas expectativas dos empregados em relação ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

O documento descreve os sentimentos dos empregados em relação às mudanças de emprego, enfatizando que as motivações para deixar ou permanecer em um empregador são multifacetadas. Além da remuneração, aspectos como cultura do local de trabalho, oportunidades de avanço na carreira e colegas influenciam significativamente as taxas de retenção. Os entrevistados indicaram que tinham maior probabilidade de permanecer em funções em que se sentiam valorizados, respeitados e em um ambiente de trabalho favorável. Um pacote generoso de benefícios também desempenha um papel significativo na satisfação dos empregados.

Outros insights elaboram a importância da cultura organizacional, sugerindo que um ethos positivo da empresa promove a lealdade entre os empregados. Muitos entrevistados observaram que preferiam organizações que priorizassem práticas de diversidade, inclusão e sustentabilidade. Também discute as implicações da IA e das tecnologias emergentes na segurança do emprego, em que os empregados mais jovens expressam mais preocupação com a possibilidade de serem substituídos pela automação.

Além disso, enfatiza a necessidade de as empresas se envolverem em iniciativas de aprimoramento e requalificação para preparar sua força de trabalho para um cenário de trabalho em evolução. Os empregados expressam o desejo de aprender e desenvolver novas habilidades, indicando que as empresas que oferecem oportunidades robustas de aprendizado têm maior probabilidade de reter os melhores talentos.

A análise conclui com os principais pontos que enfatizam a necessidade de as organizações abordarem a flexibilidade, a remuneração competitiva, a cultura positiva da empresa e as oportunidades de aprimoramento de habilidades para otimizar suas estratégias de talentos. As organizações que se alinharem a essas prioridades terão mais chances de atrair e reter uma força de trabalho motivada em meio às mudanças nas expectativas e na dinâmica do mercado.

Ao levar em conta esses insights, a Korn Ferry incentiva as organizações a reavaliarem suas estratégias de força de trabalho, garantindo que elas atendam às necessidades em evolução de seus empregados e, ao mesmo tempo, promovam um ambiente de trabalho propício ao crescimento e à satisfação. Essa visão geral abrangente serve como um recurso vital para as empresas que desejam navegar pelas complexidades do emprego moderno e pelas expectativas dos profissionais de hoje.

Agora vamos assinalar um pouco mais sobre os motivos principais de querer ficar ou querer sair do atual emprego e empregador:

QUERER FICAR

O documento descreve vários fatores-chave que contribuem para a decisão dos empregados de permanecer em seus cargos atuais. O principal motivo é um pacote de remuneração generoso, que influencia significativamente a retenção ao garantir que os empregados se sintam valorizados por suas contribuições.

As horas de trabalho flexíveis vêm em segundo lugar, destacando a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Os empregados gostam de ter controle sobre seus horários, o que pode levar a uma maior satisfação no trabalho.

A segurança no emprego também é uma consideração importante; os empregados buscam a garantia de que suas funções são estáveis, o que os torna menos propensos a sair para alternativas incertas.

Além disso, gostar da companhia dos colegas desempenha um papel fundamental. Um ambiente de trabalho positivo e relacionamentos harmoniosos com os colegas aumentam a satisfação geral no trabalho e promovem a lealdade.

O apoio da gerência é outro fator vital. Os empregados que respeitam e confiam em seus gerentes são mais propensos a permanecer na empresa, pois uma liderança eficaz cria um ambiente propício ao crescimento e ao engajamento.

As oportunidades de aprendizado e desenvolvimento também são altamente valorizadas, permitindo que os empregados expandam seus conjuntos de habilidades e se sintam realizados em suas carreiras. Oportunidades claras de avanço na carreira motivam ainda mais os empregados, pois eles querem ver um caminho para progredir dentro da organização.

De modo geral, as empresas que oferecem remuneração competitiva, horários de trabalho flexíveis, segurança no emprego, uma cultura de apoio e oportunidades de crescimento têm maior probabilidade de reter seus talentos. Essa abordagem abrangente do envolvimento dos empregados ressalta a importância de abordar vários fatores para aumentar a satisfação e a lealdade no trabalho.

QUERER SAIR

O documento identifica vários fatores importantes que levam os empregados a considerar a possibilidade de deixar seus empregos atuais. O motivo mais significativo é a baixa remuneração, pois muitos acham que seu salário não reflete suas contribuições. Essa percepção destaca a importância fundamental da remuneração competitiva na retenção de empregados.

A falta de oportunidades de avanço na carreira também desempenha um papel importante na insatisfação dos empregados. Quando os indivíduos percebem a estagnação do crescimento em suas funções, é mais provável que busquem novas oportunidades em outros lugares.

Horários de trabalho inflexíveis são outro motivo significativo pelo qual os empregados expressam o desejo de sair da empresa. Muitos empregados priorizam a flexibilidade, e horários rígidos podem levá-los a explorar posições que atendam melhor às suas necessidades.

A cultura ou os valores ruins da empresa se destacam como um fator crucial. Os empregados estão cada vez mais buscando o alinhamento entre seus valores pessoais e os da organização, e um desalinhamento pode levar ao desengajamento.

Além disso, a falta de reconhecimento por parte da gerência contribui para sentimentos de subvalorização, levando alguns a buscar ambientes em que seus esforços sejam mais apreciados. De modo geral, esses fatores destacam coletivamente a necessidade urgente de as organizações abordarem as preocupações dos empregados com relação à remuneração, às oportunidades de crescimento, ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional e à cultura da empresa para evitar a rotatividade.

Ao compreender essas motivações para a saída, os empregadores podem implementar estratégias para aumentar a satisfação no trabalho e manter os talentos em suas organizações.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rodrigo Cogo

Rodrigo Cogo é o curador do Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede e responsável pela distribuição digital dos canais integrantes da plataforma. Formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, é especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Mestre em Ciências da Comunicação, com estudos voltados para a Memória Empresarial e Storytelling, ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (SP). Atuou na Aberje por 14 anos, passando pelas áreas de Conteúdo, Marketing e Desenvolvimento Associativo e tendo sido professor em cursos livres e in company e no MBA da entidade por 10 anos. É autor do livro "Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação".

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