Mulheres na liderança – para além da igualdade de gênero
O fato é que os tempos são outros e a figura da mulher deixou de ser vista, dentro do quesito liderança, apenas como a “líder do lar”. Hoje, para além do âmbito familiar, somos pauta no mundo corporativo e ocupamos cargos de gestão em grandes companhias e gerimos grandes equipes. Podemos dizer que viramos pauta e para além disso, somos presença estratégica dentro das empresas, porém, uma parcela pequena.
Parcela essa que corresponde apenas a 37,4% dos cargos gerenciais, conforme a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020. Somado a isso temos também a desigualdade salarial em que recebiam apenas 77,7% dos rendimentos quando comparado ao dos homens em 2019.
Ainda, segundo o IBGE, no Brasil já é comprovado que o gênero feminino ultrapassa o masculino nos estudos e na preparação de carreira, o que confere que 23,5 % das mulheres com mais de 25 anos possuem ensino superior, ao passo que a porcentagem de homens com a mesma titulação é de 20,7%. Fica o questionamento, onde estão essas mulheres que não nos cargos de liderança? Quais os fatores que as impedem de chegar na posição? O que as empresas têm feito para contribuir, no sentido de alavancar a participação dessas mulheres?
De um caminhar com evidências não somente históricas como numéricas que gritam a necessidade de evoluir da temática, ganhamos reforço e força por meio da Agenda 2030. Isso porque temos um Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) dedicado a temática que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas em uma perspectiva global.
Como bem salienta o ODS 5 a igualdade de gênero não é apenas um direito humano fundamental, mas a base necessária para a construção de um mundo pacífico, próspero e sustentável. Porém, é preciso que todos estejam comprometidos na prática com o alcance desse objetivo, seja estabelecendo metas ou de fato enraizando isso dentro da cultura das nossas empresas.
Mas como podemos contribuir?
Oferecer oportunidades, estabelecer metas, desenvolver e engajar. Palavras que quando pronunciadas e postas em prática, dentro de um ambiente corporativo, podem surtir efeitos positivos quando buscamos à ascensão e o aumento do número de mulheres em cargos de liderança. O levantar a bandeira apenas por meio do discurso, sem ação efetiva na prática, não mudará o cenário dentro das nossas organizações e cada vez mais nos distanciará do que nos comprometemos a alcançar dentro da agenda 2030 ou até mesmo para além dela.
Minha Empresa tem planos para mudar esse cenário?
Você não precisa ir longe para obter essa resposta. Basta fazer o seguinte exercício. Pare tudo o que está fazendo neste exato momento, olhe ao seu “redor” e responda: – quantas mulheres em cargos de liderança você consegue enxergar dentro da sua empresa? Depois de imaginar essas mulheres, visualize abaixo delas ou dentro da companhia, quantas estão sendo preparadas para que em um período razoável de tempo elas possam assumir cargos de gestão? As respostas para as suas dúvidas estão aí.
O tema precisa ser colocado em mesa e tratado com prioridade, caso contrário, será apenas mais uma bandeira levantada sem que a parcela de contribuição da sua empresa faça parte do progresso de mudança em nossa sociedade. Isso não pode ser tratado apenas como um projeto, mas sim, como parte da cultura das empresas. Por isso, busquemos entender onde estão as mulheres das nossas empresas e o que podemos fazer para abrir espaços em cargos mais altos e que majoritariamente são destinados aos homens.
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