Educação e Inclusão financeira essenciais ao Desenvolvimento Sustentável
Quando pensamos em um futuro mais justo e menos desigual, o tema educação ganha alta relevância e, não por acaso, é tratado como estratégico por sociedades mais desenvolvidas e em desenvolvimento.
Afinal, está na educação, entre outros fatores, a base da cidadania, a capacidade de um indivíduo exercer seus direitos e deveres, de fazer escolhas e tomar decisões conscientes e acertadas, contribuindo para a formação e a promoção de um estado mais inclusivo, que beneficie a todos.
É evidente que são muitos e significativos os desafios nessa área, tanto na esfera pública quanto na privada. O fato é que as pessoas – cidadãs e cidadãos – precisam exercer de forma plena os seus direitos, inclusive no universo das finanças.
Nesse contexto, podemos entender o acesso aos serviços financeiros como um condutor chave para o crescimento e desenvolvimento econômico.
Frente ao desafio e à relevância da inclusão e educação financeira, o G20 elegeu a inclusão financeira como um dos pilares da agenda de desenvolvimento. De acordo com o Banco Mundial (2017), “a inclusão financeira é um fator chave para reduzir a pobreza e impulsionar o desenvolvimento”. Além disso, desde 2010, mais de 55 países se comprometeram com a inclusão financeira e mais de 60 já lançaram ou estão desenvolvendo alguma estratégia de atuação envolvendo reguladores, setor financeiro, governos, setores de educação, entre outros, o que indica um aumento no ritmo e no impacto da implementação dessa agenda.
Vale ressaltar que o chamado letramento financeiro, habilidade básica para empoderar as pessoas, tem sido objeto de atenção de desenvolvedores de políticas públicas, de governos, de organizações e da sociedade civil.
Para alavancar essa agenda, alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), integrados na Agenda 2030, descrevem metas diretamente relacionadas ao acesso aos serviços financeiros. No ODS 1, por exemplo, prevê-se a garantia de acesso aos recursos econômicos e a serviços básicos, incluindo os financeiros (1.4). Já o ODS 8, visa à promoção das micro, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços financeiros (8.3), prevendo que as instituições sejam fortalecidas para expandirem a todos o acesso aos serviços bancários, financeiros e de seguros (8.10). No ODS 9, mais uma vez é defendido o acesso das pequenas indústrias aos serviços financeiros, com destaque ao crédito acessível (9.3). Finalmente, no ODS 10, cita-se diretamente a promoção da inclusão, inclusive econômica, a todos, indistintamente.
Considerando que a educação financeira é central nesse quadro, sendo um importante complemento à conduta do mercado e à melhoria dos comportamentos financeiros individuais, são notáveis os esforços da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e sua Rede Internacional de Educação Financeira (INFE), que tem como missão a realização de pesquisas e o desenvolvimento de ferramentas visando apoiar os países a desenhar e implementar estratégias nacionais de educação financeira.
Nos relatórios de testes periódicos do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (PISA) da OCDE sobre o desempenho dos alunos no exame de 2018, divulgados em 2020, é apontada a necessidade de investimento para a promoção da educação financeira das populações, em todos os níveis socioeconômicos, ratificando que os países que assim agem têm potencial de alcançar melhores resultados na implantação das políticas públicas voltadas para a estabilidade econômica e financeira.
Nesse sentido, destaca-se a criação, no Brasil, em 2010, da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), com o objetivo de convergir esforços para promover e disseminar a educação financeira no país. A estratégia reúne representantes dos mercados bancário, de valores mobiliários, de seguros, de previdência, assim como da área de educação e de defesa do consumidor.
As instituições bancárias, como intermediadoras de recursos entre os diferentes agentes econômicos, têm um papel importante no direcionamento de capital para projetos e atividades que contribuam para o desenvolvimento sustentável. Novos padrões de produção e consumo que adotam como premissa o uso mais eficiente dos recursos naturais e que visam maior inclusão e bem-estar social representam oportunidades de negócios para esse setor.
O Bradesco, por exemplo, mantém a estratégia de estar presente em todo o território brasileiro, por meio de seus correspondentes bancários, acessando locais, inclusive regiões remotas, em que a oferta de serviços financeiros ainda é baixa ou seria inexistente sem o Banco. Em 2022, registrou 123 agências ou unidades de negócios, 736 pontos de atendimento e 5.661 Bradesco Expresso em 1.344 cidades onde não há outra instituição financeira (agência bancária, posto de atendimento ou cooperativa de crédito).
Outra importante iniciativa da instituição é sua parceria com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável na região, por meio dos eixos temáticos estratégicos: educação e cidadania, geração de renda, conservação ambiental, inovação, entre outros. Por meio dessa parceria é possível potencializar a inclusão e a educação financeira das comunidades ribeirinhas do Amazonas ao viabilizar o pagamento do benefício referente ao programa de fomento à conservação ambiental, Guardiões da Floresta. (III)
Melhorar a relação dos cidadãos com o dinheiro, contribuindo para que tenham mais autonomia e uma vida financeira mais equilibrada, é o caminho certo para o desenvolvimento sustentável. Os desafios são muitos, e exigem ainda mais esforço e engajamento de órgãos públicos e privados para desenvolver e expandir políticas e práticas que assegurem a cidadania financeira. Objetivos e metas só são alcançados com responsabilidade, comprometimento e empenho, sedimentando um caminho próspero e sustentável para as próximas gerações.
O G20 é um grupo constituído por ministros da economia e presidentes de bancos centrais dos 19 países de economias mais desenvolvidas do mundo, mais a União Europeia. Foi criado em 1999 para atuar como um fórum de cooperação e consulta sobre assuntos financeiros internacionais.
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