02 de março de 2017

Dia Internacional da Mulher: ainda dá tempo de evitar deslizes

Black businesswoman in conference room with co-workers

O Dia Internacional da Mulher está chegando e, de antemão, me solidarizo às profissionais que vão receber flores, bombons, cartões floridos… e só.

É impressionante a quantidade de empresas que ainda não perceberam que o mundo mudou e não cabe mais associar o feminino apenas à delicadeza e à fragilidade – se é que um dia coube, cá entre nós.

“Lá vem o mimimi”, podem pensar alguns leitores. Mas a questão vai além disso. Flores, bombons e cartões são gentis e valorizados por algumas pessoas, mas não é apenas isso que as mulheres querem.

O 8 de Março é uma data de luta e remete às manifestações de feministas de diversas partes do mundo, numa época em que mulheres não podiam votar, decidir seus destinos e nem mesmo trabalhar.

De lá pra cá, houve alguns avanços, mas as mulheres continuam ganhando menos que os homens. As negras no Brasil, por exemplo, recebem 40% menos que homens brancos para exercerem as mesmas atividades. Um escândalo.

Além disso, questões como o assédio, a violência contra as mulheres e a representatividade delas nos cargos de liderança estão longe de estar resolvidas.

Uma dica: antes de sair comprando flores e bombons, reflita sobre a condição feminina na sua empresa. Existem oportunidades iguais para todos os gêneros? São consideradas as especificidades do momento da gravidez ou a questão dos filhos pequenos, por exemplo?

Se você não souber por onde começar este levantamento, aproveite o 8 de Março para reunir as mulheres do seu time, escutá-las e pedir sugestões para um ambiente de trabalho mais inclusivo e respeitoso.

É uma conversa séria, mas que pode até ser acompanhada de bombons. Ninguém vai reclamar e, no fim, saem todas e todos ganhando.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Ricardo Sales

Ricardo Sales é consultor de diversidade e pesquisador na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde se formou, realizou mestrado e atualmente cursa doutorado sobre políticas de diversidade nas organizações. Atua para clientes como Siemens, Ford, Heineken, Grupo Boticário, EDP e outros. Faz parte da equipe que revolucionou a comunicação de cerveja no país, atendendo a marca Skol. É conselheiro do Comitê de Diversidade do Itaú. Foi eleito pela Out&Equal um dos brasileiros mais influentes no assunto diversidade nas organizações. Ganhou em 2019 o Prêmio Aberje, o mais importante do país, na categoria diversidade, inclusão e comunicação não-violenta. Foi bolsista do Departamento de Estado do Governo dos EUA, sendo reconhecido como uma liderança mundial no tema diversidade. É também palestrante, professor da Fundação Dom Cabral, colunista da revista Você SA e membro fundador do grupo de estudos em diversidade e interculturalidade da ECA/USP. Contato: ricardo@maisdiversidade.com.br

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