05 de setembro de 2023
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Consumidores estão mais urgentes, exigentes e inseguros: é o que diz o novo relatório Next Atlas

 

Depois de um ano intenso e perturbador – os consumidores passaram pelas consequências da pandemia, a guerra Rússia-Ucrânia (ainda em andamento), extensos problemas na cadeia de suprimentos e muito mais – é mais uma vez a hora de avaliar o que aconteceu e projetar oportunidades e perspectivas para a frente. Os consumidores saíram deste cenário mais urgentes, mais exigentes e mais inseguros – e é crucial para as marcas alinharem suas estratégias com essas mudanças.

No relatório “Trend Confirmations & Predictions for 2023” da Next Atlas, é possível perceber em 40 páginas uma coleção de tendências emergentes que dominarão o futuro de diferentes setores, mercados e interesses do consumidor, bem como recomendações sobre a melhor forma de aplicá-las em estratégias efetivas tendo o poder dos dados como aliado.

Confira abaixo alguns destaques para estimular sua leitura integral, sendo que vale ressaltar que cada parte é completada no documento por cases de marcas: From flexibility to scaling-down attempt – há um evidente e estável aumento da necessidade de flexibilidade abrangente em diferentes campos, com foco no equilíbrio entre vida pessoal e profissional e no consumo responsável diante da crise generalizada do custo de vida. Inspirar os consumidores a reduzir e reutilizar sempre que possível seria uma ação inteligente das marcas.

No entanto, o próprio conceito de flexibilidade está mudando. Impulsionada pela crescente complexidade e instabilidade dos acontecimentos mundiais, bem como pela multiplicação de soluções no mercado, a procura da flexibilidade está agora a ser substituída por uma “abordagem de redução”.

A dica é iluminar estratégias para ajudar os clientes a lidar com a crise do custo de vida e economizar dinheiro por meio de ações e produtos sustentáveis que terão um impacto positivo real no planeta. Também mudar a narrativa é necessário: o conceito de redução não deve ser comunicado como uma renúncia ou penalidade, mas sim como uma escolha que demonstra responsabilidade individual e social.

From longevity to hopeful tomorrow – os humanos têm procurado constantemente os segredos da juventude eterna e uma vida longa; a longevidade de fato se tornou um indicador comum para medir a saúde e a felicidade. Essa mentalidade voltada para o futuro e que prolonga a vida – desencadeada pela pandemia e pelas mudanças climáticas – não se aplica exclusivamente à nossa longevidade pessoal. Também se aplica aos ciclos de vida dos bens de consumo e agora está evoluindo para uma visão esperançosa do presente, levando-nos a abraçar o longo prazo, a confiança na humanidade e a colocar o bem-estar das gerações futuras no centro do debate.

A dica para as marcas é abraçar o poder da positividade. Ao levar a sério a devastação e a situação ambiental global, as marcas podem capacitar os consumidores com otimismo climático e direção coletiva para mudanças positivas. Ser otimista e ter esperança, focando nas coisas que estão dando certo e nas soluções que já estão dando certo, é o caminho – embora seja da natureza humana focar no problema. Assim, a ideia é conseguir causar impacto real e juntos: unir esforços para implementar decisões que influenciem positivamente o futuro de longo prazo, sem perder de vista as necessidades imediatas.

From decentralization to frictionless interoperability – como a interoperabilidade da blockchain permite que dados e valores sejam transferidos por diferentes redes, ela se tornou um recurso cada vez mais importante da Web3. Alcançá-lo em todos os sistemas de identidade e redes blockchain, sem comprometer a segurança, será, cada vez mais, um requisito fundamental do futuro, pois a interoperabilidade pode permitir a criação de novos produtos e serviços poderosos.

Garantir a liberdade de movimento dos usuários em uma variedade diversificada de mundos, levando consigo suas identidades, direitos e bens, é condição para que as novidades realmente se espalhem (vide o que vem sendo dito para o próprio Metaverso). A indicação é sempre pensar na ideia ou produto com ecossistemas totalmente integrados e posicioná-los em torno de uma experiência integrada de serviços interconectados em uma variedade de necessidades intersetoriais para ter sucesso. Concentrando-se na criação de uma experiência de cliente sem atrito e sem complicações, o ecossistema de mídia digital não deve ser fragmentado: a interoperabilidade é obrigatória.

From self-care to empathetic connections – a busca pelo autocuidado e o desejo por sabores indulgentes e experiências sensoriais sem culpa cresceram constantemente após a pandemia, impulsionando uma nova onda de hedonismo que acabou se estabilizando. Mais recentemente, as conversas online estão mudando a ênfase da autoindulgência para a importância da empatia e das conexões genuínas para garantir o bem-estar emocional.

A dica é mostrar empatia, mas com substância, e ir além das palavras para a ação, como maneira certa de obter o apoio genuíno do consumidor. Em momentos como este, as pessoas precisam de marcas para fornecer soluções práticas e inteligentes. Por isso, é preciso abordar os consumidores como pessoas em primeiro lugar e encontrar maneiras de atender às suas necessidades. É um momento sem precedentes, mas também é uma grande oportunidade para intensificar e mostrar uma ação significativa.

O relatório indica evitar que as pessoas se sintam sozinhas e evitar a sensação de vazio nestes tempos difíceis chamarão atenção e facilitarão adesão. Fazer pequenos gestos/ações no dia a dia do consumidor para criar conexões genuínas e empáticas que vão além do momento da compra.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rodrigo Cogo

Rodrigo Cogo é o curador do Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede e responsável pela distribuição digital dos canais integrantes da plataforma. Formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, é especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Mestre em Ciências da Comunicação, com estudos voltados para a Memória Empresarial e Storytelling, ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (SP). Atuou na Aberje por 14 anos, passando pelas áreas de Conteúdo, Marketing e Desenvolvimento Associativo e tendo sido professor em cursos livres e in company e no MBA da entidade por 10 anos. É autor do livro "Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação".

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