03 de setembro de 2021
BLOG Agenda 2030: Comunicação e Engajamento

Como o segmento joalheiro no Brasil tem empregado a Sustentabilidade?

 

O Brasil configura entre os 15 maiores produtores de joias, com um total de 22 toneladas de peças criadas e comercializadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM). O país se destaca tanto nos processos de produção, com design e criatividade, como na qualidade dos produtos. Isso vem permitindo ao Brasil concorrer em condições de igualdade com nações de muita tradição no setor de joias, como Itália, Tailândia e Índia.

Um setor em franca expansão e crescimento precisa ter um olhar de responsabilidade com os impactos causados durante todo o processo de elaboração e fabricação de uma joia. Cada vez mais, os consumidores estão atentos e interessados por empresas que tenham em seu planejamento estratégico a preocupação com o meio ambiente e seus impactos na sociedade.

Uma recente pesquisa do IBM Institute for Business Value feita com mais de 14 mil consumidores em nove países, incluindo o Brasil, apontou que, no país, 66% dos entrevistados disseram estar dispostos a mudar seu comportamento de compra para ajudar a reduzir o impacto negativo no meio ambiente.

Da mesma forma, no mercado de joias, o modo como as joias são feitas, a origem dos metais, das pedras e como tudo isso se reflete nas pessoas e no meio ambiente podem influenciar as decisões de compra. Além disso, a agenda ESG “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português), usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa está entre os principais temas debatidos no Brasil e no mundo por empresas de diferentes tamanhos e segmentos.

Segundo uma pesquisa da KPMG, que ouviu 75 mil consumidores de 12 países, o ESG também influencia nas decisões de compras dos brasileiros. A pesquisa registrou um aumento de 9% de brasileiros entre os mais preocupados com os aspectos socioambientais das empresas.

Cada vez mais consciente de seu papel na sociedade, a indústria de joias tem aprimorado seus processos produtivos, sua relação com fornecedores e criado associações, protocolos e certificados que asseguram uma atuação de longo prazo mais sustentável. Mas como isso tem sido adotado?

Outro fator primordial quando falamos em sustentabilidade no mercado de joias é o cuidado com a origem da matéria-prima. Ao avaliar as condições em que esse produto foi extraído, as empresas incentivam a ética, a proteção ao meio ambiente e a sociedade, criando condições de trabalho mais justas.

Atualmente, o principal certificado para procedência de diamantes existente no mercado é o Processo Kimberley, coordenado internacionalmente por uma organização denominada Kimberley Process, representada no Brasil pela ANM (Agência Nacional de Mineração). É por meio desse certificado que é possível evitar produções, comercializações e uso ilegal de diamantes.

Outras importantes ações também têm ajudado a fortalecer o mercado de joias e a consolidar as iniciativas que apoiam a sustentabilidade. Para assegurar que toda forma de mineração seja feita de maneira correta, com respeito às comunidades locais, trabalhadores e meio ambiente, foi criada a IRMA (Initiative for Responsible Mining Assurance), uma comunidade global, que engaja mineradoras, indústrias, entidades setoriais, organizações não governamentais e sociedade civil em boas práticas e na responsabilidade compartilhada na cadeia produtiva.

Atenta ao desenvolvimento e à responsabilidade em relação à sua cadeia de fornecimento, a Vivara é a única joalheria a fazer parte da IRMA na América do Sul e a única empresa do setor no Brasil a estar no Responsible Jewellery Council, uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de promover a produção e comercialização de joias de forma justa e ética em todo o mundo.

A sustentabilidade tem atuação transversal dentro da companhia, que conta com um código de conduta para fornecedores e cuidados sobre a origem da matéria-prima, garantindo que toda operação e extração de metais preciosos, como o ouro e a prata, sejam feitas de forma correta e justa para as pessoas e o meio ambiente.

 

Por uma cadeia mais sustentável

Prezar por ações que reduzam o impacto ambiental está entre as práticas em constante evolução dentro da Vivara. Como o ouro tem a característica de ter um ciclo infinito, uma joia pode ser derretida para a criação de outra peça. Assim, é possível uma nova produção sem extração do material.

Durante a Semana Ouro, momento no qual a empresa incentiva as pessoas a trazerem suas joias em desuso para serem trocadas por peças Vivara, a companhia dá um acréscimo de 15% nas joias em desuso para incentivar a circularidade do material. Ainda há o incentivo de upgrade de peças com diamante para uma peça de maior valor. Os antigos diamantes são retirados para a produção de outras peças, realizando a criação de uma nova joia sem a necessidade de extração do material.

É possível observar que existem iniciativas robustas sendo realizadas, mas ainda há muito a ser feito para garantir que o setor de joias atue de maneira sustentável perante o meio ambiente e em relação às comunidades.

Ao adotar esse conjunto de processos que abrange os pilares social, ambiental e de governança na fabricação das peças, além de unir seus valores e propósitos com as joias que produz, a Vivara incentiva práticas responsáveis em toda a cadeia e contribui para um legado sustentável e duradouro para as próximas gerações.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Otavio Lyra

Graduado em Administração de Empresas pelo Ibmec com MBA em finanças pelo Insper, Otavio Lyra desenvolveu sua carreira em finanças, com foco em planejamento estratégico e financeiro e relações com investidores, tendo atuado em empresas como Volkswagen, MAN Latin America, Brasil Pharma, Netshoes e Vivara. Nesta última como Diretor de Finanças e Relações com Investidores liderando processos de reestruturação de dívidas , oferta pública e emissão de debêntures. Desde 2019, Otavio trabalha na Vivara como Diretor de Relações com Investidores, onde liderou o IPO da Companhia, e a partir de 2020 assumiu também a posição de CFO - Chief Financial Officer.‎

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