Como a Cultura da Generosidade potencializa o resultado de equipes diversas
As organizações são frequentemente dirigidas segundo o modelo vertical, definido pela divisão do trabalho, especialização e hierarquia, tendo em vista a necessidade da delegação das atividades, bem como o controle sobre elas.
E este modelo de estrutura pode trazer resultados excelentes, desde que exista um ecossistema de colaboração, respeito e engajamento entre as pessoas e um ambiente aberto à solicitação e recebimento de ajuda.
Quando se fala sobre a Cultura da Generosidade nas organizações, é preciso desconstruir a ideia de que a generosidade se resume em fazer somente para os outros, doando 100% do seu tempo, da sua energia e da sua ajuda.
De acordo com o professor e psicólogo Adam Grant, reconhecer que o seu tempo tem muito valor e que é impossível dizer “SIM” para todos e para tudo é um primeiro passo para compreender que ser generoso não se resume em atender a todos os pedidos o tempo todo.
Você só pode ser generoso com os outros quando aprender a ser generoso em primeiro lugar com você mesmo(a).
Em seu livro “Dar e Receber”, Adam Grant traz um novo conceito sobre a generosidade, traduzido para o português como “Alterismo”, que se trata de uma prática de doação consciente, isto quer dizer, é você ajudar outras pessoas sem prejudicar suas decisões e seus próprios interesses.
Ser uma pessoa alterista não significa você se dedicar 100% do tempo a outras pessoas ou fazer tudo pelos demais. Ser alterista é ter a certeza de que os benefícios da doação irão superar os custos de seus esforços, ou seja, a sua ajuda valerá a pena não somente para o outro, mas também para você.
Pesquisas realizadas pela Universidade de Harvard demonstraram que doadores alteristas produtivos apresentam 3 grandes características fundamentais: sabem como ajudar, quando ajudar e a quem ajudar.
Mas para que isso aconteça, é preciso criar espaços generosos de cooperação entre as pessoas, onde a vontade de ajudar, o respeito aos limites do outro e aos seus próprios limites e a atenção para as ações de diversidade, equidade e inclusão se torne uma dinâmica natural e cultural para a empresa.
Isso até parece óbvio, mas não é.
De acordo com as pesquisas realizadas pelo professor Adam Grant, 19% das pessoas nas organizações são tomadoras (egoístas), 56% são compensadoras (fazem para o outro intencionalmente) e somente 25% são doadoras.
Estes dados refletem a insatisfação e o esgotamento dos doadores com seus trabalhos e a necessidade de mudança urgente de mentalidade comportamental nas organizações.
Inúmeras pesquisas indicam que equipes diversas são mais inovadoras e mais criativas. Porém, para que estas pessoas possam inovar e criar, sem medo de errar, elas precisam saber para quem podem pedir ajuda.
O que motiva as pessoas a desenvolverem suas ideias é a conexão, a lealdade e a confiança que estabelecem entre elas.
Pessoas diferentes têm histórias de vida, habilidades, conhecimentos e experiências distintas e quando estas pessoas trabalham em ambientes generosos, elas se sentem seguras para compartilharem suas histórias e isso constrói valor para a empresa e indivíduos.
Em agosto de 2022 a GPTW, “Great Place to Work” (Melhores Lugares para se Trabalhar), que certifica e reconhece os melhores ambientes de trabalho em 109 países ao redor do mundo, lançou o destaque de saúde emocional em mais de 6000 empresas e foi descoberto que a característica que diferenciou as melhores empresas em relação à sua liderança foi a GENEROSIDADE.
E o significado da generosidade nesta pesquisa estava totalmente conectado com a partilha de conquistas e erros.
Portanto, é preciso redefinir o conceito de liderança, para que todas as pessoas da empresa estejam engajadas na construção de espaços generosos, onde os limites são respeitados, para transformar intenções de diversidade, equidade e inclusão em ações, gerando produtividade sem impactar a saúde emocional de suas pessoas.
O InsAB (Instituto de Alterismo do Brasil) é o primeiro Instituto no Brasil a relacionar o tema generosidade, com produtividade, saúde mental e emocional e diversidade.
Quando empresas e líderes compreendem o real significado da generosidade alterista e começam a aplicá-lo diariamente por meio de ações estratégicas e estruturadas, os resultados aparecem, pois o ambiente fica aberto à solicitação e recebimento de ajuda, reduzindo os conflitos e aumentando a energia e a empatia.
Destaques
- Retrospectiva Aberje 2024: mundo em crise e transição
- Tema do Ano “Comunicação para a Transição” é renovado para 2025
- Valor Setorial Comunicação Corporativa 2024 analisa importância das conexões e da transparência na Comunicação
- Aberje participa de jantar comemorativo dos 25 anos da Fundação Gol de Letra
- Web Summit Lisboa 2024: Inovação e ética em um futuro moldado pela IA
ARTIGOS E COLUNAS
Carlos Parente Na comunicação, caem por terra influencers sem utilidade e erguem-se, aos poucos, os curadores de conteúdoGiovanni Nobile Dias Como você tem nutrido seu cérebro?Marcos Santos Por tempos melhoresThiago Braga O impacto de modernizar a Comunicação Interna em uma grande indústriaGiovanni Nobile Dias O alarmante retrato da leitura no país