07 de março de 2017

Afinal, o que querem as mulheres?

 

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A questão do título remete a Freud e para conseguir uma resposta, o caminho é simples: pergunte a elas!

A semana do Dia Internacional da Mulher é uma excelente oportunidade para marcas e empresas promoverem discussões sobre a presença feminina nas organizações e na comunicação que fazemos.

As discussões em torno do feminismo estão nas redes, nas ruas e também nas nossas empresas. É cada vez maior o número de mulheres engajadas com boas (e antigas!) causas, como a divisão de tarefas domésticas, a equidade de salários e oportunidades e a reflexão sobre o que é ser mulher numa sociedade notadamente machista, como a brasileira.

E qual o papel dos homens no feminismo? Inicialmente, sentar, escutar e aprender. Sem pré-julgamentos nem opiniões a priori. Apenas exercite a empatia e abra bem os ouvidos.

Num segundo momento, é preciso repudiar as piadas e comentários misóginos, que passam pelos grupos de Whatsapp ou mesas de bar. O “humor” muitas vezes é uma ferramenta para expressão dos preconceitos inconscientes (ou não!) e manutenção das desigualdades.

Além disso, é preciso dividir a voz com as mulheres. Faça um breve exercício: nas próximas semanas, observe como elas são muito mais constantemente interrompidas em reuniões do que nós, homens. Da próxima vez que isso acontecer, se for o caso, repreenda o colega inconveniente e peça que deixe a mulher concluir seu raciocínio.

Antes de taxar tudo de “mimimi” ou dizer que o mundo está ficando chato, reflita sobre quantos privilégios você, caro leitor, tem acesso apenas por ser homem. São vários, garanto.

Se a reflexão não engrenar, pense, pelo menos, em suas mães, filhas, esposas e amigas queridas. Uma conversa sobre os medos e receios delas, além das percepções que têm sobre o mundo do trabalho e a maneira como costumam ser representadas na comunicação pode ser um bom começo.

Desejo um 8 de Março de reflexão e mudança de atitude aos homens e de luta às mulheres – a todas elas: cis, trans, negras, lésbicas, com deficiências, refugiadas, enfim, mulheres.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Ricardo Sales

Ricardo Sales é consultor de diversidade e pesquisador na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde se formou, realizou mestrado e atualmente cursa doutorado sobre políticas de diversidade nas organizações. Atua para clientes como Siemens, Ford, Heineken, Grupo Boticário, EDP e outros. Faz parte da equipe que revolucionou a comunicação de cerveja no país, atendendo a marca Skol. É conselheiro do Comitê de Diversidade do Itaú. Foi eleito pela Out&Equal um dos brasileiros mais influentes no assunto diversidade nas organizações. Ganhou em 2019 o Prêmio Aberje, o mais importante do país, na categoria diversidade, inclusão e comunicação não-violenta. Foi bolsista do Departamento de Estado do Governo dos EUA, sendo reconhecido como uma liderança mundial no tema diversidade. É também palestrante, professor da Fundação Dom Cabral, colunista da revista Você SA e membro fundador do grupo de estudos em diversidade e interculturalidade da ECA/USP. Contato: ricardo@maisdiversidade.com.br

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