Acesso à energia estabelece pontes para novas conquistas
Você já parou para pensar em como seria sua vida, por pelo menos alguns dias, sem acesso à energia elétrica? Em um exercício rápido, imagino que, a depender da quantidade de carga, o celular logo deixaria de funcionar. A call agendada para a tarde e o curso à distância de amanhã ficariam para depois. Banho, apenas gelado e após buscar água de um rio ou de um poço. Para piorar, a comida da geladeira estragaria — e se estivesse tomando alguma medicação refrigerada, a situação se tornaria dramática. Notícias? Só com o radinho de pilhas ou se tiver uma banca de jornal por perto, uma raridade hoje em dia. A compra de qualquer item, do jornal aos mantimentos, só seria possível com dinheiro vivo.
Percebe como são grandes as consequências? A boa notícia é que a energia elétrica é um serviço público bastante universalizado do país, alcançando quase 98% da população. A má é que a situação descrita no parágrafo anterior, guardados os devidos contextos, não é uma realidade para em torno de 1 milhão de pessoas que vivem na Amazônia Legal, segundo levantamento do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema). Para suprir suas necessidades básicas, elas têm acesso à energia ou luz elétrica apenas em momentos esporádicos, a partir do uso de lanternas alimentadas por querosene ou de geradores a diesel.
Além de ser um fato que limita o desenvolvimento e a qualidade de vida dessas pessoas e regiões, há o contrassenso de que 26% de toda a energia elétrica gerada no Brasil vem das usinas hidrelétricas localizadas na Amazônia. É também absurdo pensar que, num ecossistema rico em recursos naturais, há pessoas que, sem outra opção, produzem energia de forma precária e perigosa a partir do uso de fontes não renováveis e que poluem a natureza local.
Direito fundamental
Dentre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) estão a energia limpa e acessível, no ODS de número 7. Ela visa, dentre outros pontos, assegurar que, até 2030, o acesso à energia seja universal, confiável, moderno e a preços acessíveis, além de aumentar substancialmente a participação de fontes renováveis na matriz energética global e dobrar a eficiência no consumo – hoje 60% da energia elétrica produzida no mundo é desperdiçada.
A Schneider Electric, parceira institucional do Pacto Global comprometida com a Agenda 2030, não apenas compactua com esses objetivos, como considera o acesso à energia um direito humano fundamental. Por isso, mantém o Programa de Acesso à Energia, com ações para assegurar a eletrificação rural coletiva e individual por meio de lanternas, sistemas domésticos e de bombeamento de água, todos alimentados por energia solar, além de soluções de microrrede.
No Brasil, o objetivo é levar energia para 58 mil pessoas em dois anos. Mas como sabemos que o acesso à energia elétrica renovável não é um fim, e sim o meio para que mais progressos aconteçam, atendendo inclusive a outros ODS, o programa também contempla treinamento vocacional, com a meta de atingir 123 mil brasileiros até 2025.
Progresso na prática
Em 2021, em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável, o programa foi levado para a comunidade de Tumbira, localizada às margens do Rio Negro, a duas horas de barco de Manaus (AM). Além de prover soluções de energia renovável, ensinamos os ribeirinhos a trabalhar com eletricidade e a manejar o sistema de energia.
Estive em Tumbira com um grupo de altos executivos globais e da América do Sul da Schneider e ali pudemos verificar as soluções implementadas, visitar o comércio local e ouvir, dos líderes comunitários, sobre as dores da falta de energia e as evoluções já sentidas. Todos voltamos empolgados com as transformações, entendendo que o vilarejo não teria apenas acesso à eletricidade, mas uma população com possibilidades de gerar negócios e produzir. Mulheres, inclusive, passaram a vender seus produtos via e-commerce — olha o empoderamento aí!
Essa foi uma ação que surgiu da necessidade de atender ao ODS 7, sobre energia acessível e limpa, mas que, de certa forma, impactou outros: erradicação da pobreza (1), fome zero e agricultura sustentável (2), saúde e bem-estar (3), educação de qualidade (4), água potável e saneamento (6), trabalho decente e crescimento econômico (8), redução das desigualdades (10), cidades e comunidades sustentáveis (11), consumo e produção responsáveis (12) e vida terrestre (15) — conheça a lista completa de ODS aqui.
Vivemos quase todos em grandes metrópoles, com acesso a muito do que precisamos. Assim, podemos nos esquecer do tanto que ainda é necessário fazer para que o mundo seja mais justo. Os ODS estão aí para nos lembrar dessas missões, de sua urgência e da importância de ter, cada vez mais, empresas comprometidas com essas causas, atuando com transparência e demonstrando, por meio do exemplo, o que é possível fazer. Quanto mais companhias estiverem juntas, mais fortes estaremos para erguer pontes para novos avanços (que vão muito além da energia).
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