O termo “Inteligência Artificial” foi cunhado 70 anos atrás, pelos pesquisadores Herbert Simon e John McCarthy, num contexto de pesquisas acadêmicas e militares. A área tem se desenvolvido consistentemente desde então, se ramificando e ja criando casos de uso populares e de imenso valor. Neste ano, o tipo de IA chamado Generativo ganhou grande visibilidade por conta da publicação da ferramenta ChatGPT e sua adesão em massa muito rápida. Para ter uma ideia: 100 milhões de contas foram criadas na plataforma em apenas uma semana. O caso de adoção massiva mais rápida da história da tecnologia.
A IA Generativa no geral, e ferramentas como o ChatGPT em particular, tem como principal característica a capacidade de criar conteúdos (textos, imagens, videos etc). Por “criar” entenda-se: apresentar ao usuário um conteúdo que não existia até aquele momento. Essa possibilidade dá à IA Gen uma ampla possibilidade de uso em áreas como a comunicação, em que boa parte do trabalho consiste em criar conteúdos a partir da leitura de cenários.
Como falei em artigo anterior, a Inteligência Artificial não substitui o profissional de comunicação, mas sim o assessora e potencializa sua capacidade de impacto. Queria aqui listar 3 momentos em que a IA já está disponível para os profissionais de comunicação corporativa, sem que seja necessária nenhuma grande curva de aprendizado.
1- Entendendo o Público e criando mensagens
Vamos começar com um uso prático da ferramenta que está no hype: o ChatGPT. Uma forma bem inteligente de utilizá-lo é para ajudar a pessoa de comunicação a compreender características de seu público, tanto demográficas, como comportamentais, além das necessidades e anseios. Vejamos um exemplo:
Usei o prompt (comando abaixo)
Foi devolvida uma resposta bem longa:
Pedi uma versão mais curta e fui atendido:
Entendido o público, pedi algumas sugestões de temas de seu interesse:
É possível “treinar” o ChatGPT para que ele ofereça respostas mais específicas. Por exemplo, pode-se dar informações de um produto, marca, colocar um trecho de uma pesquisa, para que ele considere nos retornos que dará. Entretanto, isso é limitado. Para contornar essas limitações, é preciso criar uma aplicação conectada direto na OpenAi, empresa que desenvolve o ChatGPT. Momento em que os comunicações precisam dialogar com os desenvolvedores…
2 – Otimizando ações de comunicação
Plataformas de mídia paga, como as de mídia programática, trazem embarcadas funcionalidades de IA para otimizar a veiculação dos anúncios. O Google, por exemplo, lançou há não muito tempo a funcionalidade “Performance Max”, que define, a partir de parâmetros inseridos pelo comunicador, quando, onde e o quê será exibido para o público-alvo.
De maneira similar, a plataforma de CRM RD Station oferece a possibilidade de que a definição do momento do envio das mensagens seja definida pela IA, a fim de enviá-la quando o público tiver maior propensão de abri-la.
A IA usada nestas plataformas é treinada com dados de diferentes segmentos, mercados e contextos. É possível desenvolver uma Inteligência Artificial customizada para a realidade de uma marca, usando alguns recursos de tecnologia.
3 – Avaliando e projetando resultados
A ferramenta de avaliação de resultados mais usada no mercado é o Google Analytics. A sua versão mais moderna, o GA4, usa muitas funcionalidades de IA. Por exemplo, há exibição de insights feitos de forma automática. Ou seja, os algoritmos da plataforma avalia os dados coletados e já indica alguns pontos dignos de nota.
De maneira similar, é possível ativar o modelo de atribuição “data-driven”. Ele busca entender como os diferentes canais de comunicação contribuíram para uma conversão. Com essa informação, o profissional de comunicação pode tomar melhores decisões sobre como alocar seus recursos.
Há, também, soluções prescritivas. Ou seja, a indicação do que fazer e quais resultados esperar. Por exemplo, a plataforma sugere um plano de comunicação e projeta o resultado que ele deve gerar. Isso pode ser encontrado na Marketing Cloud da Salesforce ou na plataforma da brasileira Uncover.
Novamente aqui, resultados mais específicos demandam uma camada de customização, que demanda expertise de tecnologia e modelagem de dados.
Como mostrado acima, plataformas acessíveis, baratas (ou gratuitas) já colocam na mão dos profissionais de comunicação corporativa funcionalidades de IA que podem gerar um grande impacto se bem utilizadas. Vale destacar esse ponto: quem dá o tom é o profissional. A entrega final com IA vai ser tão boa quanto o profissional que a estiver operando. Cabe a nós capacitarmos para usar estes novos recursos.
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